terça-feira, 31 de maio de 2011

Novo layout!!!

Pessoal, como puderam conferir aqui, o blog está de novo visual, caprichadíssimo! Tudo feito pelo grande profissional Murilo Henrique J.!!!
Dêem um alô pro cara no Twitter: @murilohenriquej
E confiram também o talento que o rapaz tem com as palavras: http://amusicaria.wordpress.com/
Opa, e olha o Facebook dele aqui: http://www.facebook.com/profile.php?id=100001725108520
Show!
Murilo, VALEEEEEEEEEEEEEEEEU por essa obra de arte, rapá! Abração pra você!

Boa pedida em São José (Florianópolis) / SC !

Em São José (Florianópolis) / SC



segunda-feira, 30 de maio de 2011

4 Way split CD – Harmony Fault / Liquified Insides / Cannibe / Necrobiose Escrotal - Sociopathological Society


4 Way split CD – Harmony Fault / Liquified Insides / Cannibe / Necrobiose Escrotal - Sociopathological Society
Self Cannibalism Prods / Human Discount Prods – 2011 – Brasil/Estados Unidos/Itália
 


 
É sempre bom haver grandes iniciativas como essas em que bandas se unem e conseguem lançar seu material de forma independente. Ainda mais quando as bandas são realmente extremas (à sua maneira). Afinal, convenhamos, esse tipo de música praticamente não é levado a sério por aqui. Portanto, mais uma vez, deve-se mais do que nunca valorizar o material tupiniquim (juntamente com 2 conjuntos gringos), mesmo aqueles com tropeços, como é o caso desse 4 Way split aqui.
As 4 bandas executam basicamente um goregrind e suas variações, mas cada uma é realmente diferente entre si.
Começamos pela Harmony Fault, que toca aquele som podrão e bastante primitivo, com músicas curtas (inclusive uma chamada “Blerghhh” é minúscula, à la “You Suffer...”, do Napalm Death) e básicas. Várias vezes as levadas remetem ao Agathocles, mas o vocal – esse sim, muito legal – distancia um pouco essa comparação com a banda belga. No geral, apresentam um som cru que, se mais lapidado, poderá dar à banda o status de referência do goregrind nacional.
A mixagem deixou a bateria alta demais em relação ao restante do instrumental. Mas resta torcer para que, com o lançamento do full-legnght “Rotting Flesh Good Meal”, onde estas músicas estão incluídas, haja uma mixagem superior. O baterista/vocalista Calebe já garantiu que estará tudo nos trinques para esse vindouro trabalho. Maravilha!
A segunda “banda” (isso mesmo, entre aspas) é a americana Liquified Inside. Não há muito o que dizer. Os caras gastaram 8 minutos do CD com 47 “músicas” (também entre aspas) que são puro noisecore, só que dos mal feitos. Sem brincadeira, você poderia jurar que isso é uma introdução interminável de algum filme splatter. Só se escuta um vocalista que parece um monstro do pântano, e um prato aqui ou ali. Tá, a voz do cara é até interessante, mas esse material apresentado... bom... é nulo.
Próxima banda: Cannibe, da Itália. Essa apresenta a melhor produção musical entre as 4 bandas, mas ainda sim, a bateria também se sobressai ao instrumental, principalmente nos blast beats. Introduções de filmes B e vocais com efeito não poderiam faltar. Agora, aqui consta que há um baterista mesmo, chamado Andras Eder. Bom, se isso não for bateria programada, eu tiro o meu chapéu pro cara e calo minha boca.
Mas ainda sim, as músicas são mais trabalhadas e estruturadas, mas nada de surpreendente no som desses caras.
Fechando o disco, vem a Necrobiose Escrotal. Hmmmmm... ao que parece, foi extraído de um vinil. Porque ao longo de TODAS as músicas, fica um chiado de agulha suja que aborrece. O vocal é exótico nas partes em que parece estar cantando dentro da água. Um efeito até curioso. Quanto ao instrumental, fazem também um goregrind com músicas curtas e rápidas, mas a produção também não ajudou muito. Além dos chiados citados, a gravação é irregular, e mais uma vez, a bateria fica acima de tudo. E o mais surpreendente é que as 2 músicas gravadas ao vivo ficaram melhores que os sons de estúdio!
Desses 4 conjuntos, a melhor acaba sendo a Harmony Fault que, apesar de um som simples, consegue convencer. E a Cannibe não está mal não. Quanto às outras, é torcer para se aperfeiçoarem e melhorarem na produção.

NOTA 6,0

domingo, 29 de maio de 2011

Entrevista – Steve Asheim (DEICIDE)

Entrevista – Steve Asheim (DEICIDE)

O recém lançado “To Hell with God”, do Deicide, os trouxe de volta ao topo do death metal mundial (ler resenha do álbum em http://somextremo.blogspot.com/2011/05/deicide-to-hell-with-god.html ). O disco tem repercutido muito bem entre a mídia especializada, que por vezes declarou o trabalho como sendo um dos melhores da carreira do grupo. Nesse clima, o blog Som Extremo entrevistou por e-mail o baterista do grupo, Steve Asheim, um dos caras mais simpáticos da cena death metal. Os outros integrantes do Deicide são os guitarristas Ralph Santolla (que também toca no Obituary) e Jack Owen (ex-Cannibal Corpse), além do lendário baixista/vocalista Glen Benton.
Deve-se lembrar que a entrevista não seria possível sem o intermédio da Shinigami Records (www.shinigamirecords.com.br - @shinigamirec), que colaborou de forma extraordinária para tal feito. Sinceros agradecimentos à Shinigami, e também ao grande amigo Ian Rittmeister Mazzeu (@nham), que ajudou e muito em alguns momentos das correções textuais do inglês. Sem mais delongas, a entrevista exclusiva com Asheim.

Som Extremo: Olá, Steve. O Deicide está mais forte do que nunca. Qual foi a verdadeira inspiração que tiveram para fazer o grande “To Hell with God”?
Steve Asheim: Obrigado pelo cumprimento. Bem, sentimos como se estivéssemos mais afiados nesse momento, como se realmente “mandássemos brasa” por aí. Não sei. Acho que a inspiração vem apenas no fazer um bom trabalho e gravar coisas realmente pesadas. É algo que ainda adoramos fazer, pelo menos fizemos esse ano. Eu sei que fiz. Sim, a inspiração é apenas tocar pesado pra caralho.

Som Extremo: O álbum está mais melódico. É influência de Ralph Santolla apenas?
Asheim: Acho que Ralph já é melódico por natureza. Entretanto, se você escutasse a gravação sem os solos, não acho que soaria tão melódico. É claro que contamos com Ralphy para trazer alguma coisa melódica de qualidade ao projeto. É sua maldição. Mas acho que ele equilibra as dissonâncias do material com partes melódicas aqui e ali, como um pintor que usa luz e sombra para contrapor um ao outro. A cada acentuação de um, o outro se torna mais ou menos relevante em determinada situação.

Som Extremo: O Deicide (quase) alcançou a perfeição com “To Hell with God”. Concorda com isso?
Asheim: Puxa, muito obrigado. Não me lembro de quando um entrevistador foi tão legal. Sim, foi uma ótima gravação, direi, mas “quase perfeito”? Bem, apenas vou em frente e concordo com você nisso. Ha! Entretanto apenas tentamos nos livrar das coisas que não precisávamos e enfatizar o que gostaríamos que se mantivesse. Uma vez que você corta a gordura, fica com a carne pura e as batatas. Droga, agora estou com fome.

Som Extremo: Quando o Deicide voltará ao Brasil?
Asheim: Estamos tentando ver se voltamos no final do ano. É realmente ótimo tocar aí, onde o metal parece uma paixão nacional, como o futebol. Isso me lembrou que também tenho que voltar aí logo. Tenho várias jovens esposas espalhadas pelo país, e preciso saber como estão, ter certeza de que todas as crianças estão bem.

Som Extremo: O que mudou na cabeça dos membros do Deicide desde o começo da banda?
Asheim: Acho que aprendemos a não esperar muito mais do que já temos. Você sabe, as coisas são difíceis, ou talvez seja apenas nós, mas não criamos expectativas sobre as coisas. Tento não me preocupar com isso.

SomExtremo: Qual a sua opinião sobre o cristianismo e religiões em geral?
Asheim: Tento não me envolver pessoalmente nessas questões. Não preciso disso, não presto atenção, não peço por nada. Acho que outras pessoas (que acreditam em religiões) poderiam fazer o bem sem isso, ao menos a bondade que já fazem com suas crenças. Parece que a maioria das pessoas apenas precisa crer em alguma coisa. Elas deveriam somente acreditar em si mesmas. Então o que sei é que não ouviria conselhos de mim mesmo para a vida.

Som Extremo: O que pensa sobre a atual cena de metal extremo? Que bandas recomenda?
Asheim: Acabamos de terminar a turnê americana com algumas bandas canadenses que são muito boas. Elas são bem pesadas. Destaco Neuraxis e Pathology, cujos integrantes são caras muito legais e tocam realmente pesado.

Som Extremo: Quais bateristas inspiram você?
Asheim: Eu poderia citar uma lista de bateristas, mas falarei de um que me inspirou e ainda inspira: Buddy Rich. Ele dominava quando jovem e se aperfeiçoou cada vez mais com o tempo. Ele destruía aos 60 anos, mas acho que foi surpreendido por um ataque cardíaco. Ele tentou continuar, mas não era tão bom quanto antes. Estava assistindo alguns de seus antigos vídeos com um amigo também chamado Buddy e estávamos pirando. Eu piro toda vez que o assisto. Há muitos grandes bateristas hoje, mas nunca haverá ninguém como Buddy Rich.

Som Extremo: Muito obrigado pela entrevista. Últimas palavras, por favor.
Asheim: Obrigado pelo apoio e espero ver vocês aí logo!

Para finalizar, 3 vídeos de Steve Asheim em ação. Mais nada a dizer, as imagens falam por si.













ENGLISH VERSION (without edition)

Som Extremo: Hi, Steve. Deicide is stronger than ever. What was the real inspiration to make the great “To Hell with God”?
ANSWER;THANK YOU FOR THAT COMPLIMENT, YEAH WE FEEL LIKE WE'RE A PRETTY TIGHT UNIT RIGHT NOW, LIKE WE'RE FIRING ON ALL CYLINDERS AS IT WERE. I DONT KNOW I GUESS THE INSPIRATIN IS JUST TO STILL DO GOOD WORK, TO MAKE REALLY HEAVY RECORDS. IT'S SOMETHING WE STILL ENJOY DOING, AT LEAST WE DID THIS YEAR. I KNOW I DID. YEAH THE INSPIRATION IS JUST TO BE HEASY AS F#*K!

Som Extremo: This album is more melodic. Is it a Ralph Santolla influence only?
ANSWER; I THINK RALPH IS USUSALLY THE MELODIC ONE. IF YOU WERE TO HEAR THE RECORD WITHOUT ANY LEADS I DONT THINK IT WOULD SOUND QUITE SO MELODIC, IF AT ALL. YEAH THAT SOMETHING, THAT MELODIC QUALITY, THAT WE CAN ALWAYS COUNT ON RALPHY TO BRING INTO THE PROJECT. IT'S HIS CURSE. BUT I THINK HE BALANCES THE DISSONENCE OF THE MATERIAL WITY THE SPLASHES OF MELODY HERE AND THERE. LIKE A PAINTER USES LIGHT AND DARKNESS TO COUNTERPOINT EACHOTHER, EACH ACCENTUATES THE OTHER, MAKES THE OTHER MORE RELEVENT TO THE SITUATION IT'S IN. 

Som Extremo: Deicide has (almost) reached the perfection with “To Hell with God”. Do you agree with that?
ANSWER; WELL THANK YOU VERY MUCH. I CANT REMEMBER WHEN AN INTERVIEWER HAS BEEN SO NICE. YEAH IT'S A PRETTY GOOD RECORD I WILL SAY THAT, BUT "ALMOST PERFECT"? YEAH  ILL JUST GO AHEAD AND AGREE WITH YOU ON THAT. HA! REALLY THOUGH, WE JUST TRIED TO RID OURSELVES OF THE STUFF WE DID NT NEED AND EMPHASIZE WHAT WE WERE GOING TO KEEP. ONCE YOU TRIM ALL THE FAT YOU'RE LEFT WITH THE PURE MEAT AND POTATOS. DAMN NOW IM HUNGRY.

Som Extremo: When will Deicide come to Brazil again?
ANSWER I THINK WE'RE WORKING ON COMING BACK DOWN THERE LATER THIS YEAR. IT'S REALLY GREAT DOWN THERE, METAL IS LIKE THE NATIONAL PASSTIME, NEXT TO SOCCER AND GETTING LAID. THAT REMINDS ME, I ALSO NEED TO GET BACK DOWN THERE SOON. I HAVE A SERIES OF YOUNG WIVES SCATTERED ACROSS THE COUNTRY, SO IVE GOTTA CHECK UP ON THEM, MAKE SURE ALL THE KIDS ARE DOING GOOD, THAT THEY ALL HAVE SHOES. 

Som Extremo: What has changed in Deicide’s members minds since the beggining of the band?
ANSWER; I THINK WE'VE LEARNED NOT TO EXPECT TOO MUCH MORE OUT OF THIS THAN WHAT WE HAVE. YOU KNOW IT'S TOUGH OUT THERE, OR MAYBE IT'S JUST US, BUT WE DONT GET TOO EXCITED ABOUT STUFF, I TRY NOT TO ANYWAY.   

Som Extremo: What is your position about christianity and general religions?
ANSWER; I TRY NOT TO GET PERSONALLY INVOLVED IN SUCH THINGS. I DONT NEED IT, I DONT PAY ATTENTION, I DONT ASK FOR ANYTHING. I THINK OTHER PEOPLE WOULD DO GOOD WITHOUT IT TOO, AT LEAST AS GOOD AS THEY DO WITH IT. SEEMS MOST PEOPLE JUST WANT TO BELIEVE IN SOMETHING, THEY SHOULD JUST TRY TO BELIEVE IN THEMESELVES. THEN AGAIN, WHAT DO I KNOW. I WOULDNT BE TAKING ANY LIFE ADVICE FROM ME.  

Som Extremo: What do you think about the extreme metal scene nowadays? Which bands do you recommend?
ANSWER; WE JUST FINISHED TOURING THE U.S. WITH SOME CANADIAN BANDS, THEY WERE PRETTY GOOD. THEY HAVE A PRETTY HEAVY THING GOING ON UP THERE. NEURAXIS, PATHOLOGY, THEY WERE ALL COOL GUYS AND REALLY HEAVY.

Som Extremo: Which drummers inspire you?
ANSWER; I COULD RATTLE OFF A LIST OF DRUMMERS BUT ILL SAY ONE DRUMMER WHO INSPIRED ME AS A KID AND STILL DOES NOW. BUDDY RICH. HE RULED AS A YOUNG GUY AND GOT BETTER AND BETTER THE OLDER HE GOT. HE SHREDDED UP INTO HIS 60'S I THINK, SIDELINED BY A HEART ATTACK. MADE A COMEBACK BUT WAS NEVER QUITE THE SAME. I WAS WATCHIN SOME OF HIS OLD FOOTAGE WITH A BUDDY THE OTHER AND WE WERE BOTH BLOWN AWAY. IM BLOWN AWAY EVERYTIME I WATCH HIM. ALL THE REALLY GREAT DRUMMERS OUT THERE NOWADAYS, AND THEY ARE ALL GREAT GUYS, BUT THERE WILL NEVER BE ANYONE BETTER THAN BUDDY RICH. 

Som Extremo: Thank you very much for the interview. Last words, please.
ANSWER; THANK YOU FOR YOUR SUPPORT AND HOPE TO SEE YOU DOWN THERE SOON!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Vomitory – Opus Mortis VIII

Vomitory – Opus Mortis VIII
Metal Blade Records – 2011 - Suécia

E a entrevista com a Vomitory não ficaria completa sem uma resenha do tão falado “Opus Mortis VIII”, que saiu há um mês. O trabalho, que vem recebendo críticas muito elogiosas, justifica tais afirmações.
Do primeiro full-lenght - "Raped in Their Own Blood" - a este oitavo disco de estúdio, a evolução da Vomitory é incrível. Uma das poucas bandas que mantêm o nível ou o melhoram a cada lançamento. Ouçam a discografia e percebam como a técnica dos integrantes se aperfeiçoou durante os anos.
É interessante notar os elementos que vão além do puro brutal death metal executado pelo quarteto. Muitas levadas hardcore, boas estruturas e riffs extremamente criativos agregam ainda mais valor ao produto. Que guitarras!
Pois bem, a começar pela fabulosa capa, que é uma obra de arte, a primeira impressão se torna bastante positiva. Hora de dar play.
Começa talvez com o maior destaque do CD – “Regorge in the Morgue” (vejam clipe da música no final da entrevista lá embaixo) – com as tais levadas HC, mas que ficaram ainda mais poderosas com o excelente vocal de Ronnie Olson, também responsável pelo baixo. A voz do cara dá um grande peso às composições de modo geral, devo dizer. Um timbre perfeito para o brutal death. Ouso dizer que Olson é um dos melhores vocalistas do gênero atualmente.
No restante do trabalho, outras músicas saltam aos olhos, como “They Will Burn” e seus bons arranjos, compostos pela levada lenta e densa, com direito a boas melodias; “The Dead Awaken” e seus ritmos bem trabalhados; “Torturous Ingenious” e sua sanguinolência aliada mais uma vez aos bons riffs, e “Combat Psychosis”, embalada pelos bumbos marrentos de Tobias Gustafssom.
Agora, “Hate in a Time for War” é chupinhada quase na cara dura do Slayer no que diz respeito aos riffs. O instrumental sem dúvida é mais agressivo que o da banda de Tom Araya e companhia, mas nem assim livra essa canção desse fato. Ainda sim, vale a pena conferir a “homenagem” pela alta qualidade da canção.
Infelizmente não tive acesso à versão do CD com músicas bônus, mas não há por que duvidar de que elas mantêm o nível de todo o restante do álbum.
Em suma, os caras mais uma vez se superaram com “Opus Mortis VIII”. Outro material que deve fazer parte da coleção de um bom deathbanger. E relembrando: para quem ainda não leu, é só descer a barra de rolagem e dar uma conferida na entrevista exclusiva que o baterista Gustafssom concedeu ao blog Som Extremo.

NOTA 8,5

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Entrevista - Vomitory


O novo trabalho da Vomitory – “Opus Mortis VIII” – lançado há exatamente um mês, tem repercutido de forma bastante positiva na mídia especializada ao redor do mundo. Aproveitando a ótima fase da banda - formada por Urban Gustafssom (guitarra), Erik Rundqvist (vocais/baixo), Peter Östlund  (guitarra) e Tobias Gustafssom (bateria) -  o blog Som Extremo entrevistou por e-mail este último, que brevemente falou sobre o novo disco, sobre a cena extrema sueca, e sobre tocar por aqui, entre outros assuntos. E infelizmente parece que se apresentar no Brasil ainda é um sonho distante... Aproveito para deixar o apelo: produtoras, que tal trazerem uma das melhores bandas de brutal death mundial para o país???? Pois bem, com a palavra, Tobias Gustafssom.

Som Extremo: O que pode contar sobre o novo álbum “Opus Mortis VIII” para os fãs brasileiros? Qual o significado do seu nome?
Tobias Gustafssom: “Opus Mortis VIII” é (obviamente) nosso oitavo álbum, uma continuação de nosso trabalho anterior. O som típico da Vomitory está totalmente presente, mas há alguns novos detalhes incorporados à música. E partes mais “groovadas” também aparecem mais nesse trabalho do que nos anteriores, acredito. Até agora, que eu saiba, os antigos fãs estão muito satisfeitos e o álbum parece atrair também novos admiradores.
 
Som Extremo: Você acha que a banda tem o reconhecimento que merece?
Gustafssom: Não. Porém não é nada que realmente nos incomode. Mas com certeza, considerando tanta porcaria por aí que consegue mais atenção e reconhecimento, definitivamente acho que merecemos mais sim. Por outro lado, nunca visamos fama e fortuna com a banda. Primeiramente e o mais importante, queremos apenas tocar brutal death metal porque amamos isso.

Som Extremo: Os álbuns da Vomitory têm sua própria identidade. Vocês são uma banda de brutal death, mas misturam elementos hardcore e outros ao seu estilo. Por favor, fale um pouco sobre isso.
Gustafssom: Muito obrigado. Bem, não escutamos somente death metal, então acho que é natural ouvir algumas outras influências e elementos para agregar ao nosso estilo. Quando entramos no death metal no final dos anos 80, eu também escutava heavy metal tradicional e algumas coisas hardcore e punk. Então acho que isso me influenciou e me fez um bom compositor.

Som Extremo: E como funciona o processo de composição da Vomitory?
Gustafssom: Geralmente crio uma música sozinho, gravo uma demo simples em casa e depois mostro para os outros caras aprovarem. Então Erik (Rundqvist – vocal/baixo) escreve as letras para ela. Esse é o procedimento normal. Peter (Östlund – guitarra) também cria músicas tão bem quanto escreve letras. Nunca escrevemos composições completas juntos, muito embora Peter e eu compomos juntos durante o ensaio em nosso estúdio e finalizamos alguma canção quase pronta que um de nós escreveu.

Som Extremo: Hoje em dia, a Suécia tem grandes bandas extremas. Como é a cena aí? Que bandas você destacaria?
Gustafssom: Acho que a cena é muito boa. O death metal continua fluindo, mas as pessoas ainda são muito preguiçosas para sair e assistir a shows. Infelizmente, sou um deles atualmente. Duas boas novas bandas são a Fetus Stench e Maim. Ambas detonam!

Som Extremo: Quando a Vomitory virá ao Brasil?
Gustafssom: Não tenho ideia. Não sei se isso acontecerá algum dia, infelizmente. Tem havido algumas propostas do Brasil e da América do Sul durante os últimos anos, mas na maioria dos casos, não é viável financeiramente. Contudo vamos ver o que acontece no futuro. Seria demais expelir nosso death metal sobre a plateia brasileira!

Som Extremo: Obrigado pela entrevista, Tobias. Por favor, deixe uma mensagem para os fãs brasileiros.
Gustafssom: Muito obrigado. Dêem uma checada em nosso novo trabalho – “Opus Mortis VIII”, e em todos os nossos álbuns se vocês ainda não o fizeram. O novo disco e o nosso anterior, “Carnage Euphoria”, também são comercializados em vinil pela Cyclone Empire Records. Vamos manter os dedos podres cruzados para que possamos tocar no Brasil um dia! Saudações e fiquem fora da prisão!


E amanhã será postada a resenha de “Opus Mortis VIII”, novíssimo petardo da Vomitory. Aguardem! Por agora, deleitem-se com o maravilhoso clipe da faixa de abertura, “Regorge in the Morgue”.








ENGLISH VERSION
(special thanks to Ian Rittmeister Mazzeu for corrections)

Som Extremo: What can you tell about the new album – “Opus Mortis VIII” - to Brazilian fans? What is the meaning of the name of the album?
Tobias Gustafssom: “Opus Mortis VIII” is (obviously) our eighth album and it is a natural continuation on our previous album. The typical Vomitory sound is totally present, but there are some new details incorporated in the music and the groovier parts are more present on this album than on any album I guess. As far as I know, the old fans are very satisfied and the album seems to attract new fans as well.

Som Extremo: Do you think the band has the recognition that it diserves?
Gustafssom: No. But it’s nothing that really bugs us. But sure, considering how much crap out there that gets much attention and recognition, I definitely think we deserve a lot more. On the other hand, we never aimed for fame and fortune with this band. First and foremost, we just want to play brutal death metal because we love it.

Som Extremo: Vomitory’s albums have their own identity. You are a brutal death metal band, but you mix some hardcore and other elements in your style. Please, tell me about that.
Gustafssom: Thank you. Well, we don’t only listen to death metal so I guess it’s quite natural to hear some other influences and elements in our style. When I got into death metal in the late ‘80’s I also listened to the usual heavy metal and some hardcore and punk. So I think that has influenced me and shaped me as a song writer.

Som Extremo: How is the process of composing?
Gustafssom: Usually, I write the music for a song alone, record a simple demo of it at home and then I give it to the other guys for approval. Then Erik writes the lyrics to it. That’s the normal procedure. Peter also writes music as well as writing some lyrics. We never write complete songs together, even though Peter and I get together sometimes in our rehearsal room and finish a song that one of us have written half-finished.

Som Extremo: Nowadays Sweden has great extreme bands. How is the scene in your country? Could you highlit some bands?

Gustafssom: The scene is quite good I think. The death metal keeps flowing. But people are still way too lazy to get out and go to live shows. Unfortunately, I’m one of them nowadays. A couple of really good new bands are Fetus Stench and Maim. They both kick serious ass.

Som Extremo: When will Vomitory come to Brazil?
Gustafssom: I have no idea. I don’t know if it will ever happen at all, unfortunately. There have been some offers from Brazil and South America during the last years, but as mostly is the case, it’s not financially workable. But we will see what happens in the future. It would be great to spew our death metal onto a crazy Brazilian crowd!

Som Extremo: Thanks a lot for the interview. Please, leave a message for Brazilian fans.
Gustafssom: Thank you. Check out our new album “Opus Mortis VIII”, and all our other albums if you haven’t already done that. The new album and our previous one, “Carnage Euphoria” are now also released on vinyl through Cyclone Empire Records. Let’s keep our rotten fingers crossed that we will play live in Brazil one day! Cheers & stay out of jail!

Imperative Music III (Coletânea)

Imperative Music III (Coletânea)
Heavy Metal Rock – 2010 – Vários países

Pelo Blog Arte Metal – http://blogartemetal.blogspot.com
Este é o terceiro volume da coletânea Imperative Music e notamos um pequeno regresso em relação ao volume anterior. Este regresso se dá devido a alguns fatores como instabilidade na produção e bandas de gostos duvidosos. Portanto nada que tire a qualidade da compilação.
A produção deixou a desejar em poucos casos como na faixa “Antichrist” do Artep, que faz um ótimo Symphonic Black Metal com incursões Industriais, mas que a gravação baixa tirou um pouco do brilho. Outro caso onde a produção prejudicou foi na execução para “Remained” dos japoneses do Senative, a gravação ficou abafada. Tivemos também outros casos de produção mediana, mas vamos ao que é bom.
O primeiro destaque é sem dúvida a banda alemã Savage Crow, na faixa “Loaded Attack”, que faz um Power Metal que une raízes do estilo com toques atuais, não deixando seu som soar datado.
A banda Eskeype da Suiça executa em “First Process” um Thrash Metal cheio de misturas que carrega seu som ao peso com grooves, algo como o Fear Factory fazia em seus primeiros discos, ou seja, Thrash com influências de Death Metal e Industrial.
Para quem gosta de podreira extrema é só conferir “The Art of Slaughter” dos dinamarqueses da Defilementory, pois o Death/Grind apresentado pelos escandinavos é digno de aplausos e tem influências de Cannibal Corpse, Six Feet Under e Disgorge (EUA).
Não só pelo nome peculiar, mas também pela qualidade do Death/Thrash Metal apresentado, a banda finlandesa The Jasser Arafats realmente mostra uma grande coesão em “Axis Reborn”. Talvez essa seja a melhor execução da compilação!
Representando o lado soturno e gótico vem os italianos do Wintery Frost que fazem um som carregado de elementos do Gothic Metal, Gothic Rock e música eletrônica. O som agradará todas as tribos do Metal mais obscuro e melancólico.
São 20 bandas onde a variação passa pelo ótimo, bom e ruim, portanto a maioria mantém um alto nível, o que só contribui para a música pesada. Mais uma vez vale destacar o encarte simples, porém eficiente, com todas as informações das bandas e faixas, além de fotos de cada grupo.

NOTA 7,0

Por Vitor Franceschini

Testament - "Live at Eindhoven '87"

Testament - "Live at Eindhoven '87"
Heavy Metal Rock - 2009 – Estados Unidos

Pelo Blog Arte metal - http://blogartemetal.blogspot.com/

Sem sombras de dúvidas o Testament é uma das mais importantes bandas do Thrash Metal da Bay Área e, porque não, do mundo. Lançado em 2009, este álbum ao vivo traz faixas do álbum “The Legacy” juntamente com a ‘nova’ na época “Disciples of the Watch” e “Reign of Terror” do single “Trial by Fire”.
A energia que a banda possui ao vivo até hoje já emanava neste show, realizado há 24 anos em Eindhoven, na Holanda. A técnica da banda, principalmente do guitarrista Alex Sskonick já era merecedora de destaque, assim como a performance do frontman Chuck Billy. Aliás, é bom destacar, como a voz do gigante Chuck mudou pouco daqueles tempos pra cá.
O álbum inicia com “Disciples of The Watch”, petardo que é um dos hinos da banda e dava uma certa noção aos fãs da época o clássico que viria a se chamar “The New Order”. “The Hauting” vem em seguida, juntamente com sua rifferama e poder de fogo, mantendo as rodas de mosh ativas. Infelizmente é nesta faixa que dá para perceber que a captação da gravação não foi das melhores com os vocais de Chuck sumindo em certas partes, totalmente compreensível à época.
“The Apocalyptic City” e “First Strike is Deadly” mantêm o pique e, logo depois, a clássica “Burnt Offerings” é executada com maestria. É evidente que nesta música já se percebia que características iriam moldar o som do Testamente, com aquela levada vocal acompanhando duplo solo de guitarra de uma forma cativante. Outras composições semelhantes viriam após esta composição, principalmente no disco “Practice What Your Preach”
O disco ainda tem um solo de Skolnick para descansar e logo em seguida mais um clássico, agora “Over The Wall”, que dispensa comentários. “Do or Die” e “Curse of The Legions of Death” são as faixas que raramente a banda às toca hoje em dia, portanto, são proveitosas no álbum, principalmente por se tratar de duas faixas rápidas e pesadas. Fechando a clássica “Reign of Terror” que põe tudo abaixo de vez com sua introdução virtuosa seguida pelo riff matador.
Tudo bem que o disco foi gravado ao vivo em 1987, mas a gravação não colaborou muito, não é ruim, portanto não é boa e tira alguns pontos que não tira os méritos desta maravilhosa banda.

NOTA 7,5

Por Vitor Franceschini

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Unlord – Gladiator

Unlord – Gladiator
Displeased Records – 2000 – Holanda

Voltemos 11 anos no tempo, na época desse álbum fenomenal que a Unlord soltou. A banda se tornou cult na cena black metal, e não à toa. Apesar de virem de um país onde não há forte tradição do som negro, o conjunto é tão competente e profissional quanto os maiores nomes da Noruega, Suécia, Finlândia e outros comuns no estilo.
A Unlord executa um som muito, muito bom, e você percebe o incrível domínio que os integrantes têm de seus instrumentos. A estrutura de cada composição é impressionante, fazendo tudo soar muito intenso, tanto nas partes mais lentas como nas velozes. Mas para os radicais, tranquilizem-se: a base de “Unlord” é o pé no acelerador!
E vale a pena falar de cada faixa dessa obra de arte. Após a breve evocação em “In to the Gates”, literalmente abrem-se os portões do inferno com “Hell’s Gates are Open”. O som começa com tanta intensidade que você para de fazer tudo só para prestar atenção nessa maravilha. Muito brutal! Depois, outra porrada começa em “Swallow All Pride”, rápida e com riffs interessantes. O legal também é essa habilidade que os músicos desenvolvem, onde alternam partes violentas com uma certa melancolia, acarretando em uma profundidade sonora invejável.
Depois, vem a também ótima “Victory!”, que começa mais cadenciada, mas mantém o barulho ao longo da faixa. O finalzinho tem até um teclado que foi muito bem utilizado na composição. E tudo volta à (a)normalidade apocalíptica com “Evil Spawn”, violentíssima e impiedosa. E o desenvolvimento dessa música arrepia, não há palavras para descrevê-lo.
Um pouco de refresco vem em “Bloodgrief”, cadenciada e bem melodiosa, que carrega uma densidade fora do normal. Os dois bumbos fritam nessa faixa! E em “Slavesend” o ouvinte é empurrado para longe do aparelho de som devido à brutalidade que a música emana. É blast beat que não acaba mais. Fantástica.
“Impaled Liar” é outra grosseria ríspida e tenebrosa. Já “Hellbender” tem uma levada que lembra bastante Motörhead (!). O ritmo é bem puxado para o rock ‘n’ roll, mas as guitarras mantêm o som em seu devido lugar, o amaldiçoado black. E “Crushed ‘Till Death” é muito foda, especialmente no berreiro que parece cheio de efeitos no “refrão”. Furiosa e fabulosa! Após o massacre, fecha o álbum a hipnotizante e simples “Hymn of the Gladiator”, instrumental de puro clima depressivo.
As guitarras são daquelas bem agudas e melódicas, como os grandes nomes do som extremo como Immortal, ou Ulver registraram em suas obras. Os grandes riffs são um dos maiores destaques da banda. O baterista é um espanto e realmente parece estar possuído, tamanha a facilidade e criatividade em tocar seu instrumento. O vocal é extremamente rasgado, quase agudo, muito extremo. Impressionante o quanto se esgoela, e não estou exagerando. O baixo acaba não aparecendo muito, mas faz seu trabalho com louvor. Em suma, a Unlord é uma banda técnica e precisa, e fez um dos mais empolgantes e violentos álbuns de metal extremo de todos os tempos.
A mixagem é a coisa mais esquisita nesse trabalho: ao ouvir com cuidado, nota-se que os instrumentos se dividem nos canais de som. Um exemplo é o vocal, que cai para um lado, a bateria vai para o outro, as guitarras também aparecem desigualmente, e por aí vai. “Gladiator” não é lá muito bem produzido, mas soa tão verdadeiro que se revela um primor do black metal mundial. As músicas são todas irresistíveis, e passam aquele sentimento true como uma banda do gênero deve fazer.
Fãs de Marduk, Dark Funeral e afins, completem sua coleção de extremismo com esse álbum, é garantia de muita qualidade.

NOTA 9,0
(não sei se é o oficial)




ENGLISH VERSION
by Ian Rittmeister Mazzeu  - @nham (thanks a lot, man!!!!!)

Unlord - Gladiator

Let´s go back in time, 11 years ago, when Unlord had released this phenomenal album. It´s no wonder that the band has become cult on the black metal scene. Even though they come from a country where black metal sound has no tradition at all, they are as capable and as professional as the greatest names from Norway, Sueden, Finland among others.

Unlord performs a really really good sound and it is noticeable the incredible mastery the band members have on their instruments. The structure of each composition is so amazing that everything sounds so intense, in both slow and fast parts. And as for the radicals, well, be cool: the Unlord basis is a foot on the accelerator!

It is worth comenting on each of the tracks of this fine piece of art. Right after a brief evocation on "Into the Gates", literally "Hell´s Gates are Open". The sound starts so intense that you´ll do anything just to pay attention to this wonderful thing. Really brutal! Right after, comes another punch with "Swallow All Pride", wich is a fast song with interesting riffs. Another great thing to realize is the ability developed by these musicians, where they interchange melancholic and violent parts, acquiring an enviable sound depth.

Just next, comes the great "Victory!", which starts on a more cadenced way, but keeping on the noise along the track. At the very ending there´s even a keybord, very well used on the composition. And everything comes back to the apocalyptic (ab)normality when "Evil Spawn" begins, violent and ruthless. The progress of this song is shivering, there´s no words to describe it.

And then, a bit of refreshment. "Bloodgrief" is a cadenced and melodious tune, which carries an outstanding density. The double bass drum goes wild on this track. And on "Slavesend" the brutality that pours to our ears throw us away from the stereo system. It´s a never ending blast beat. Amazing.

"Impaled Liar" is another harsh and hellish rudeness. On the other hand, "Hellbender" kind of reminds me of Motörhead (!). It has a rock´n´roll feel, but the guitars keep the sound in place: the cursed black. And "Crushed 'Till Death" is a kick in the ass, specially the screaming part that sounds full of effects on the "chorus". Furious and fabulous! Right after the massacre, the album ends with the mesmerizing and simple "Hymn of the Gladiator", a depressive mood instrumental.

Their guitars are piercing and melodical at the same time, in the same way that great names of the extreme sound, such as Immortal or Ulver, have registered on their albums. Their great riffs are among the best qualities of the band. Their drummer is astonishing and seems like he´s posessed, such is the easiness and criativity he has while playing his instrument. The lead singer has a torn out voice, almost high-pitched, really extreme. It´s amazing how he squeals, and I´m not joking. The bass player doesn´t show off very much, but performs an accolade job. In short, Unlord is a precise and technical band who´s done one of the most violent and breathtaking extreme metal album of all times.

The mixing is the weirdest thing: when listening carefully you can notice how the instruments split into the music channels. For example, the vocal goes to one side, the drums to the other and the guitars appear uniqually, and so on. "Gladiator" is not the best produced album, but sounds so true that it is a perfection of the world wide black metal. The songs are irrestible and they all have that true feel every band of this kind should.

Marduk fans, Dark Funeral fans, and everyone alike, you shall complete your extreme music colection with this album. It´s ensured quality!

(Portuguese to English nastily done by @nham)

terça-feira, 24 de maio de 2011

Desalmado – Hereditas

Desalmado – Hereditas
Independente – 2008 – Brasil

Outro orgulho nacional, a Desalmado é daquelas que produzem uma porrada bastante contagiante. Duvido que você ainda não tenha ouvido falar do quinteto. Afinal, estão muito bem cotados no underground daqui, graças ao seu grindcore insano.
E não é pouca coisa o que esses caras tocam não! O som executado pelo grupo é muitíssimo bem feito e esporrento! Tem suas partes mais violentas e diretas, mas também algo menos veloz, provando que o grind não é só fazer ruído gratuito.
A demo começa com a excelente “Condenados pelo Ódio”, cuja introdução traz um instrumental muito bom, que desemboca na mais agressiva das sonoridades. Maravilhosa. Depois, a bateria dá o ritmo na curta “Em Sua Honra”, direta e bastante agressiva, com direito a blast beat caprichado. Na sequência, vem “Miséria Escravatura”, que mantém o alto nível do trabalho, sem no entanto ficar só na brutalidade. Uma faixa bem trabalhada que mostra como  o grindcore pode ser rico e extremo. “Chagas Abertas” é outro petardo que não dá descanso aos ouvidos, assim como “Manto de Sangue” e seus riffs velozes e matadores. Ela muda de andamento, mas nem por isso soa mais calma, já que o peso das guitarras e do baixo são constantes. E “Hereditas” fecha esse grande trabalho com a violência de uma verdadeira banda do estilo, totalizando quase 14 minutos de podridão.
As músicas em geral ficam na velocidade crust, com blast beats nos momentos certos, o que resulta – adivinhe – em um puta disco! Destaque para o vocalista Caio Augusttus, cujo timbre de voz se casa perfeitamente com o instrumental. Ele alterna urros com vocais mais arregaçados, outro ponto positivo para a Desalmado.
A produção sonora é nota 1000, e as letras, todas em português, demonstram o quanto esse pessoal está insatisfeito com o planeta, coberto de ganância, hipocrisia e desgraças. Difícil acompanhar o que o cara canta, mesmo tentando ler o encarte. Assim é que é bom!
Após ouvir “Hereditas”, apenas uma pergunta vem na cabeça: quando irão lançar material novo??? Desalmado, porradaria que honra o nosso submundo. Grande demo!
Só para constar: ao acessar o site da banda (abaixo), você é muito bem recepcionado por um vídeo do ensaio do pessoal. Show! E por acaso ainda não baixou a demo? Meu amigo, o que você está pensando da vida? Puxa essa maravilha aí embaixo também!



NOTA 8,0

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Neófito – Eternal Suffering

Neófito – Eternal Suffering
Independente – 2010 - Brasil

Embora o release informe se tratar de um conjunto death/doom metal, é bem verdade que os caras tocam um thrash/death técnico e criativo, sem ser ultraveloz. É claro que há elementos doom, mas são limitados a poucas passagens. E nesses mais de 15 anos de formação, demonstram grande maturidade musical. Prova disso foi “Eternal Suffering” aparecer entre os 10 melhores lançamentos do ano passado no site www.novometal.com, ao lado de bandas como Korzus, Genocídio, Torture Squad e Makinária Rock, além de terem sido uma das bandas escolhidas pela revista Roadie Crew para o Wacken Metal Battle – SC.
Abrindo o trabalho de forma promissora, “Cold Ilusion”, a melhor do álbum, já chama a atenção do ouvinte e dá o toque do que está por vir. Depois, a variação de ritmos de “The Birds” também é uma boa pedida para quem não curte a mesmice na música extrema. Já o som que dá nome ao álbum começa com um trabalho de guitarras muito bom, e depois descamba para a porradaria com andamento empolgante. É talvez a mais diversificada do disco. “Instrumental”, por sua vez, é a composição mais direta da Neófito. Seu final é muito bom, embora termine em um fade out meio inesperado.
Depois, vem a grande rifferama de “1452 Eternepvngt”, com uma cadência legalzinha. Culmina em mais um solo lindo. Essa traz boa parte das características doom do grupo, enquanto “Sr. Tyrants”, a mais curta de todas, vem mais no pique death metal cru. E fechando, “King of Fears” também apresenta grandes altrnâncias de batidas, mas feitas de maneira competente, finalizando em um instrumental bastante melancólico.
O vocalista/guitarrista Rafael Ghislandi é bastante eficiente, e seu companheiro das seis cordas, Rafael Tizatto, dá uma boa aula com seu instrumento. São sem sombra de dúvida músicos competentes, mas Guilherme Letti poderia ousar um pouco mais em sua bateria.
De forma global, as músicas são bem trabalhadas e estruturadas. Esse talvez seja o maior trunfo da Neófito. Destaques também para os belos, profundos e inspirados solos. A capa é muito bonita e representa bem o trabalho dos caras.
Mas é preciso ser dito: faltou um cuidado na gravação, que prejudicou o play. Lembra aquelas produções de bandas thrash/death do final dos anos 80/começo dos anos 90, com um reverb típico da época. Tenham a sonoridade do “Schizophrenia” (Sepultura) como base para uma comparação. Corta um pouco o tesão da audição, mas ainda sim, consegue transmitir o feeling raivoso do quarteto.
Tá aí uma boa banda de metal que merecidamente vem ganhando espaço no underground. Um caprichozinho maior na próxima empreitada, e aí, estarão tinindo!

PS: Para constar, recebi e-mail do guitarrista Rafael Tizatto explicando que na verdade "Eternal Suffering" foi gravado em 1996, mas com a banda encerrando suas atividades nesse ano, o material ficou guardado, sendo lançado só em 2010 com o retorno do grupo, o que explica um pouco da sonoridade "old school" do disco.

NOTA 7,5
Link para download: www.metalmedia.com.br/neofito

domingo, 22 de maio de 2011

Neuro-Visceral Exhumation – Mass Murder Festival

Neuro-Visceral Exhumation – Mass Murder Festival
No Escape Records – 2003 – Brasil

O material dos caras não é recente, mas a importância da banda é um marco no goregrind brasileiro. Infelizmente encerraram suas atividades em meados dos anos 2000, mas não sem antes deixar como herança pérolas do extremo underground. Procurem os splits (será que ainda existe em algum catálogo?) que a NVE gravou com o Bradyphagia, ou com o outro monstro nacional do gênero, o Lymphatic Phlegm, além do full-lenght “The Human Society Wants More Gore”, que saiu depois do “Mass Murder...”, e tenham uma aula do que é ódio em forma musical.
Pois esse trabalho aqui é um dos mais insanos e raivosos já realizados por uma banda goregrind. Nele, expressam seu mais verdadeiro repúdio à raça humana. A desgraça começa com uma das melhores do CD, “Forcible Sexual Intercourse” que, após breve introdução, massacra o ouvinte com sua sujeira e velocidade alucinada.
De lá, vão para a próxima música, a também ótima “Ultra Massive Assassination Procedures”, que já começa destruidora. Outro som muito empolgante é a faixa-título, que começa com uma levada meio crust, para depois engrenar em total devastação. “Thrill to Kill” também é um show com as levadas para bater cabeça. Aliás, caos é o que acontece por todo o álbum. Grandes e trabalhadas composições tornam “Mass Murder Festival” um álbum sólido de muito respeito.
No geral, a NVE apresenta partes quebradas em meio aos absurdos blast beats, algo que causa mais admiração ao trio. O trabalho conta com dois excelentes covers: “After Accident”, dos deuses Dead Infection, e “Lifelock (gory version)”, do Doom, esta gravada SEM PERMISSÃO dos caras! Ahah Ah, e fiquem atentos até o final da última (e grande) faixa, “How to Hide a Ravished Body... Bathtub with Sulfuric Acid”... tem mais coisa depois!
O vocal de João Jorge, também baixista, é indecifrável e muito pútrido. Apesar do maravilhoso estrago, consta que não utiliza efeitos na voz(!!!). Excepcional. Destaque também para o baterista Fred, um animal que tem grande domínio e (muitíssima) velocidade nas baquetas, além da baixíssima afinação da guitarra de Marcio Oishi.
Quanto à gravação, é para ouvidos acostumados à brutalidade. É bastante suja, mas perfeitamente audível. Uma pena durar somente meia hora. E o encarte, que infelizmente não vem com letras, é bem feitinho e simples, trazendo informações técnicas e “agradecimentos” (xingamentos na maioria).
Um dos mais importantes grupos do país no goregrind. Tive oportunidade de vê-los tocando por duas vezes e falo aqui: são fodas demais!!! Esse disco não é para qualquer um! Pena o conjunto ter acabado, mas quem sabe retornam... não custa torcer!

NOTA 8,5