Agora sim, começo a colocar meus 10 álbuns favoritos. Eis o primeirão!
Napalm Death – From Enslavement to Obliteration
Earache Records – 1988 (Inglaterra)
Formação: Lee Dorian – vocal
Mick Harris – bateria
Shane Embury – Baixo
Bill Steer – guitarra
Eis o número 1. Difícil explicar o porquê de ser meu favorito, mas é algo que se apoderou de minha mente, não tem jeito. “From Eslavement...”, da ultra consagrada Napalm Death, é o segundo álbum da banda, e muito provavelmente mudou o rumo da música extrema juntamente com o trabalho anterior, “Scum”.
O trabalho abre com “Evolved as One”, uma faixa totalmente diferente do resto do álbum. Trata-se de uma música com o instrumental bastante lento, praticamente doom, e muito bem trabalhada pelo baterista Mick Harris, O cara dos blast beats. Quando Lee Dorian começa a cantar, outra surpresa: como escrito, ele CANTA mesmo! Mas com o andar da música, alterna alguns gritos com vocais limpos. As letras giram em torno de temas político-sociais. Caso eu esqueça de mencionar sobre as letras em futuras resenhas, é pelo que expliquei no início: não me importo com a ideologia.
Dando prosseguimento, a partir da próxima faixa, a coisa muda de figura, e a realidade agora é outra: não só Dorian, que muda completamente de voz, mas todo o instrumental da obra se torna uma porradaria sem tamanho. Não, isso é pouco, na verdade é quase indescritível o que se ouve a partir de “It's a M.A.N.S World!”. É o caos mais lindo que existe, é pura beleza, é muito mais do que empolgante.
O massacre sonoro produzido em “From Eslavement...” é fabuloso. Por mais que tente tomar cuidado para descrever a grandeza desse disco, não consigo. Então, vamos às palavras simples mesmo, certo? Trata-se do mais puro grindcore, movido a velocidade e a peso. É brutal demais! A gravação é ruim, mas pasmem, ainda bem! Porque com certeza isso é um dos fatores que agigantou esse trabalho. A sujeira do instrumental, junto com os urros indecifráveis do vocalista, faz com que o álbum seja perfeito. Essa atmosfera abafada do play é magnífica! Se o trabalho tivesse sido criado depois de 1988, provavelmente não teria recursos limitados da época, e assim, não teria a mesma riqueza que possui.
Talvez a característica que tenha levado “From Eslavement to Obliteration” ao primeiro lugar da minha lista é exatamente a imperfeição da obra. Isso mesmo, com suas músicas irregulares, alguns trechos fora de sincronia entre vocal, guitarra e bateria, e outros fatores que em uma análise “normal” certamente faria com que a avaliação perdesse pontos, aqui funciona ao contrário. Porque ouvindo o disco, percebe-se que é algo realmente honesto, feito com paixão e empolgação.
“From Enslavement to Obliteration” é fantastico, magnânimo. Mais do que recomendado, é obrigatório para fãs de música extrema. Os melhores cerca de 30 minutos musicais já executados pelo homem.
NOTA 11