Grog – Ablutionary Rituals
Calma... é preciso retomar fôlego
para falar deste, que para mim, era (é, já que ainda não saiu oficialmente) o
disco mais esperado de 2017. São (mais de) 25 anos fazendo história no underground
lusitano (e mundial), e “Ablutionary Rituals” chega para coroar esse um quarto
de século de atividades... com coroa de espinho, sangue e tripas, claro.
O som? Observando a trajetória da banda, ao que parece, o Death Metal violentíssimo começou a se sobressair em relação ao Grind, embora este último ainda esteja em evidência no trabalho. E que trabalho! Quando digo que é brutal, vá por mim, é para se proteger do massacre sonoro imposto pelo álbum. Aliás, a sonoridade parece estar mais direta do que nunca, sem perder a técnica absurda apresentada pelos integrantes.
Os vocais de Pedro Pedra estão
mais guturais e assustadores do que no perfeito “Scooping the Cranial Insides”,
‘full’ anterior, lançado em 2011. Pois é, seis anos se passaram, e o cara não
perdeu o fôlego e nem o foco. Muito pelo contrário.
Por sua vez, Rolando Barros
continua barbarizando com sua velocidade e criatividade nos tambores. É
impressionante o que esse cara consegue fazer em seu kit!
Tão perito quanto o baterista,
são o guitarrista Ivo Martins e o baixista Alexandre Ribeiro, mas os dois não
usam o talento para virtuosidades gratuitas, e sim, para o equilíbrio e para a harmonia
na dose certa em cada composição.
Depois da introdução “Revelation
- Open Wound”, o que se ouve são músicas calcadas na agradável e bem promovida
violência. A produção, inclusive, deixou um aspecto mais pesado, denso e sério
no registro. Parece que os autofalantes cuspirão socos, pontapés e tiros a
qualquer momento.
Ainda estamos em fevereiro, porém, pelo exposto acima, é evidente que “Ablutionary Rituals” estará entre os melhores do ano - provavelmente o melhor, na opinião deste projeto de resenhista.
Só extraordinário.
10,0
PS: Já fiz esse apelo outras
vezes, mas retomo-o com mais intensidade: produtores brasileiros, já passou a
hora de trazerem a Grog para o país. E aí???????????????
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