sábado, 11 de agosto de 2012

Entrevista - Chaos Inception





Quando se fala em banda desgraçadamente brutal, pipocam na mente Krisiun, Hate Eternal, Nile e afins, mas poucos dão atenção a grupos como a Chaos Inception (EUA), que lançou um dos discos mais extremos de 2012 – “The Abrogation” (ler resenha aqui). O blog Som Extremo conversou com o guitarrista Matt Barnes, que falou do novo trabalho, abordando  o proceso de composição e suas inspirações. E o músico se revelou um grande conhecedor e fã do underground brasileiro, que influencia a Chaos Inception. Vamos ler, né?


Som Extremo: A Chaos Inception ainda não é muito conhecida no Brasil. Por favor, conte-nos a história da banda.
Matt Barnes: Nós formamos a banda há cinco anos. Entretanto, estamos envolvidos em bandas de Death Metal,  de um jeito  ou de outro, desde os anos noventa: Fleshtized, Spinecast, Quinta Essentia, Temple of Blood, LisiyaGori, Convergence from Within e Blood Stained Dusk – essas são as bandas pelas quais os integrantes passaram. Então, somos veteranos no Metal e, no entanto, finalmente conseguimos a combinação certa de indivíduos com o conceito certo para o Chaos Inception. No meu caso, a banda é a primeira na qual criei a maior parte das composições, sem ter que seguir nenhum líder. Então, para mim, é liberdade.

Som Extremo: Vocês não lançaram nenhuma demo. Ao invés disso, foram dois ‘full lengths’. Como conseguiram isso?
Barnes: Lançar uma demo é basicamente a masma coisa que lançar um álbum atualmente. Antes, as demos eram gravadas até então para que você convencese  uma gravadora a te dar dinheiro para gravar, já que o processo era muito mais caro antes do digital. Agora isso é barato e se você tem músicas o suficiente, pode gravar um álbum e encontrar um selo para lançá-lo.

Foto: Ruth Tucker Davis

Som Extremo: “The Abrogation” é um dos mais extremos lançamentos do ano. O que pode dizer sobre o álbum? Por favor, conte tudo, ok? (risos)
Barnes: Responderei essa um pouco diferentemente do que tenho feito em outras entrevistas. Eu me lembrei disso ao ler uma entrevista com Glenn Tipton sobre como escreveu as músicas: ele disse que poderia ligar o rádio e escutar o que estava tocando, e ficar tão bravo com a canção horrível. Isso o inspirava a escrever a sintonia do Metal agressivo. Não é só o Death Metal underground, mas o Metal em geral, ou o que está sendo chamado de Metal, que tenho tido problema. Existem grandes estrelas na cena hoje em dia e odeio a maior parte delas com paixão. Não apóio bandas com uma imagem acima do que ela realmente é. Acho que isso é uma coisa que faz de nós uma banda de Death Metal dos anos noventa, ou o que quer que seja. A maioria das novas bandas têm “truques”, enquanto as antigas apenas tocavam com suas calças de moletom – esses somos nós. Não estamos vestidos como umas porras de palhaços e posando com nossos instrumentos, enquanto não somos capazes de tocá-los. Então, “The Abrogation” é um dedo do meio na cara desses posers. Também desprezo bandas que são saudadas como geniais por ficarem copiando outros artistas e colocando isso em uma música de Metal, fazendo o tão chamado Metal único. Interlúdio acústico, merda allternativa, post-Rock, o que for. Não tenho nada contra influência de fora, mas tem que ser assimilada, e não recortada e colada. Dá trabalho fazer a coisa certa. Mas bandas que são hacks totalmente genéricos podem adicionar pedais de efeitos e limpar a passagem para a sua música e de repente são gênios, para os críticos. E várias vezes, esses grupos conseguem cobertura porque pagaram pessoas certas para tirá-las de lá e receberem boas resenhas, ao invés de começar com os fãs. E gritar “Satan” nunca feriu ninguém no Metal. Assim, no que diz respeito à música, temos um monte de questões de raiva, não menos do que são os anos em que trabalhamos arduamente com basicamente nada dando certo para nós, até recentemente. De qualquer maneira, apesar de tudo, eu queria que o álbum fosse como uma carreira de cocaína, com poder e adrenalina que durassem.


Som Extremo: O que pode dizer sobre a maravilhosa capa? Como foi sua concepção?
Barnes: Paolo Girardi é um grande artista para o Metal. Se ele continuar, no ranking da Seagrave e outros um dia. Fomos muito sortudos por trabalhar com ele. A ideia era bem básica, um cenário típico do fim do mundo, acrescentando que, após isso, o verdadeiro final surge da Terra - tentáculos negros que enchem os olhos e a boca. É a possessão pela forma de espírito da morte.

Foto: Ruth Tucker Davis

Som Extremo: Letras: qual a mensagem que vocês querem passar?
Barnes: Quando as letras não estão contando uma história, são um encantamento de vontade. Então, há letras que se aproximam de Nocturnus ou Iron Maiden – ficcionais como “Lunatic Necromancy” ou “Exterminatti” – e também as mencionadas de encantamente de vontade, como “Hammer of Infidel” ou “Phalanx (The Tip of the Spear)”. Somos pessoas da classe trabalhadora, daquelas que ralam todos os dias. Então, para descontrair, precisamos de algum tipo de ficção louca. Logo, quando acordamos de manhã ou temos uma dura tarefa bem diante de nós, precisamos convocar a vontade para superá-la. Portanto, para nós, a música é uma ferramenta. Não somos nós tentando convencer você de que somos genuínos, ou demônios, ou qualquer coisa. Se não quiser usá-la (a ferramenta), encontre outra.

Som Extremo: Algumas das músicas são escritas em primeira pessoa. De onde vem a inspiração? Seria correto dizer que algumas são abstratas ou todas elas têm realmente um significado?
Barnes: Desde a faixa de abertura em nosso primeiro álbum – “Becoming Adversary” – sempre exploramos a possessão e a capacidade de matar em toda a humanidade. É espantoso saber que uma doença cerebral pode tomar conta de qualquer um de nós ao acordarmos num belo dia, e nos tornar insanos e homicidas. A perspectiva em primeira pessoa no novo trabalho significou entrar em uma pessoa insana ou possuída e mostrar seus pensamentos desarticulados, e refletir isso na música. “Black Blood Vortex” e “Lunatic Necromancy” são tentativas nesse sentido. Acredito que essa seja uma ideia original no Death Metal. Contudo, obviamente não é uma reinvenção da roda. Portanto, temos temas de estilos de Death familiares – morte, insanidade e demônios – mas não penso que uma aproximação como essa antes, onde os demônios não são reais, mas a insanidade sim. Não lemos livros de magia ou o Necronomicon e pegamos e usamos um monte de palavras dessas obras nas letras. O Necronomicon é ficção, todos sabem disso, certo? Por que não temos nossas próprias ficções, já que, de fato, não somos muito diferentes de escritores de testos ou diretores de filmes? E também, as pessoas insanas não têm ideias ordenadas ordenado, visões de mundo coerentes, e seus pesadelos não têm lógica.

Foto: Ruth Tucker Davis

Som Extremo: Vocês fazem um tipo de mistura do estilo Death Metal: o da Flórida (“new school”, como a Hate Eternal) e o brasileiro. O que mais pode falar sobre isso? Há outras bandas brasileiras que influenciam vocês, além da Krisiun?
Barnes: Escuto materiais obscuros e misteriosos e, várias vezes, bandas de outros países, sendo que, como as letras não estão em inglês, podem gerar esses efeitos (obscuros e misteriosos). A Sarcófago é a minha favorita de todos os tempos. Não apenas o “INRI”, que todos conhecem, mas todos os seus álbuns são ótimos. Adoro o “Morbid Visions”, da Sepultura – acima dos outros álbuns deles, por alguma razão estranha – os solos do Jairo são bem chocantes, totalmente loucos. Eu meio que coleto bandas de Death Metal da América do Sul nesse estilo, embora eu realmente não diferencie todos os países tanto quanto deveria. Então, tenho todos os materiais da Holder, Mental Horror, Queiron, Abhorrence, Ophiolatry, Vulcano, Mystifier e Nephast. Existe a barreira da língua que, às vezes, soa estranho quando a letra está em inglês, e também você pode sentir as ruas em suas músicas. Mas, musicalmente, respeitamos as bandas de Death mais novas e não nego que elas talvez tenham nos influenciado. Entretanto, nós nos esforçamos muito para não copiá-las. Assim, acho que você será desafiado a encontrar algum riff que roubamos de alguém. Se você não conhece a história, está condenado a repeti-la. Então, conhecemos Metal e não copiamos e nem repetimos a música de ninguém.

Foto: Ruth Tucker Davis

Som Extremo: Realmente preciso saber: o baterista Gary White é humano ou uma bateria programada? (risos)
Barnes: Nunca vi ninguém tão dedicado ao seus ofício, que não aceita falhas, como Gary. Ele é rápido e isiste que eu o acompanhe. Se você prestar atenção, a maioria das outras bandas como a nossa não faz isso. Ele realmente me empurra para o limite. Às vezes, isso não é uma coisa legal, como quando discutimos o refino da música, eu diria. Tento levar as coisas para a sujeira, quero transmitir a doença e a estranheza. Gary não fica muito interessado nisso, em oposição à supremacia do Death Metal e o triunfo pessoal acima da dor e da fraqueza – esses são os métodos dele. Claro, a geração mais nova, com vídeos instrutivos e acesso aos bateristas top conseguem isso bem mais facilmente do que a geração de Gary. Ele teve que descobrir por conta própria ou falar com Pete Sandoval nos bastidores para compreender completamente o lado técnico de se tocar Death Metal. Hoje, você pode simplesmente assistir a um DVD.

Som Extremo: Quão difícil é tocar Death Metal, em especial, o brutal e tecnico como o de vocês? Na sua opinião, qual o diferencial da Chaos Inception?
Barnes: Como mencionei antes, Gary me empurra para o limite e esse tipo de música é muito difícil para eu tocar. Seria muito mais fácil tocar algo como Accept ou Iron Maiden. Com nossas músicas, tenho que respirar fundo no começo e soltar o ar no final. Bem, isso acontece por causa das limitações técnicas talvez de minha parte, mas você não pode dar uma bicada na guitarra e com isso, fazer o som correto. Mas tem que haver um certo esquecimento da técnica também. Não somos a banda mais técnica por aí, mas eu diria que combinamos técnica com Crust e solos clássicos de Metal. Não vejo muitas outras que fazem isso. Acho que isso só será mais óbvio em futuros lançamentos, porque tem sido um equilíbrio difícil de conseguir. Acho que vai ser a nossa marca, antes de tudo. E tenho dito.

Foto: Ruth Tucker Davis

Som Extremo: Existem planos para um DVD ou ainda é cedo para se pensar nisso?
Barnes: Se fizemos um show com um bom palco e luzes e umas poucas câmeras, gostaríamos de fazer isso. Entretanto, estamos sempre tocando exclusivamente em buracos de merda, e com filmagem muito fraca para o que gostaríamos para os fãs.

Som Extremo: E um videoclipe?
Barnes: Há aqueles clipes com letras nos trabalhos. Temos discutido sobre um vídeo. Podemos fazer isso em breve.

Som Extremo: Planos para virem ao Brasil?
Barnes: Bem, eu poderia ser chamado para tocar com a Monstrosity, mas não sei se algum organizador está afim de se arriscar com a Chaos Inception ainda. Nunca estive no Brasil e sou um fã da música do país. Então, irei algum dia para ver o que há nessa água, que gerou Sarcófago e Krisiun.

Foto: Ruth Tucker Davis

Som Extremo: Agradeço demais a entrevista. Por favor, deixe uma última mensagem.
Barnes: Obrigado pela entrevista. Quero chegar aos seus leitores, se forem nossos fãs, e agradecer você pelo apoio. Sem os fãs, a Chaos Inception não é nada.


ENGLISH VERSION WITHOUT EDITION

Som Extremo: Chaos Inception are not too much known in Brazil yet. Please, could you tell us the history of the band?
Matt Barnes: We formed about 5 years ago, though we have all been in death metal bands in one way or another since the 90s. Fleshtized, Spinecast, Quinta Essentia, Temple of Blood, LisiyaGori, Convergence from Within, Blood Stained Dusk – these are the bands that our members have been in at one point. So we are veterans to playing metal, though we finally have the right combination of individuals with the right concept for our band, Chaos Inception. For me, Chaos Inception is the first band where I did most of the songwriting and didn’t follow someone else’s lead. So for me, it’s freedom.

Som Extremo: You didn’t release any demo. Instead of that, you released two full lengths. How did you get that?
Matt Barnes: Releasing a demo is basically the same as releasing an album these days. Before now demos were made so that you could convince a label to give you money to record, because recording was much more expensive back before digital recording. Now recordings are cheap and if you have enough songs, you might as well record an album and find a label to release it.

Som Extremo: “The Abrogation” is one of more extreme releases of this year. What more can you say about the album? Please, tell us everything, ok? (laughs)
Matt Barnes: I’ll answer this a little differently than I have in other interviews. I recall reading an interview with Glenn Tipton about how he wrote music. He said he could turn on the radio and listen to current music, and get so angry at the awful sound that he heard, it just inspired him to write aggressive metal tunes. It’s not so much the death metal underground, but metal in general, or what is being called metal that I have a problem with. There are big stars in metal these days, and I hate most of them with passion. I don’t support bands with image over substance. I guess this is one thing that makes us a 90s death metal band, or whatever – most new bands have gimmicks, while the old bands just showed up in their sweatpants – that’s us. We aren’t dressed up like fucking clowns and posing with our instruments, while not being able to play them. So the Abrogation is a middle finger to the face of these posers. I also despise bands that are hailed as geniuses for ripping off other artists and putting it in a metal song, and creating so-called, unique metal. Acoustic interlude, fucking alternative, shoe-gaze, post-rock, whatever.I don’t have anything against outside influence, but it has to be assimilated, not just cut and pasted. It takes work to do it right. But bands that are utterly generic hacks can add an effects pedal and a clean passage to their sound and all the sudden they’re geniuses, to the critics. And many times, these bands get coverage because they have paid the right people to get them out there and get them good reviews, rather than starting with the fans. And yelling out “Satan” never hurt anyone in metal either. So in regards to the music, we have a lot of anger issues, not least of which are the years we’ve spent toiling with basically nothing going right for us, until lately. Anyways, besides all that, I wanted the album to be like a rush of cocaine, with power and adrenaline surging for the duration.

Som Extremo: What about the wonderfulfront cover? How was it’s conception?
Matt Barnes: Paolo Girardi is a great artist for metal. If he continues he’ll join the ranks of Seagrave and the rest one day. We were lucky to work with him. The idea was pretty basic, an end of the world type scenario, with the addition that after the end, the true end rises from the earth – black tendrils that fill the eyes and mouth, possession by the spiritform of death.

Som Extremo: Lyrics: what is the message that you want to show with them?
Matt Barnes: When the lyrics are not telling a story, the lyrics are an incantation of will. So there are songs where the approach is that of Nocturnus or Iron Maiden – fictional lyrics such as Lunatic Necromancy or Exterminatti – and then there are the incantation of will songs such as Hammer of Infidel or Phalanx (The Tip of the Spear). We are working class people, who bust our asses every day. So to unwind we need some kind of crazy fictions. Then when we wake up in the morning, or have a huge task in front of us, we need to summon the will to overcome. Therefore, to us our music is a tool. It is not us trying to convince you that we are geniuses, or demons, or anything else. If you can’t use it, find another.

Som Extremo: Some of the lyrics are written in first person. Where does the inspiration come from? Is it right to say that some of them are abstract or all of them have a meaning?
Matt Barnes: Since the opening song on our first album, Becoming Adversary, I’ve always explored possession and the capability of murder in all humanity. It’s astonishing that with a brain disease could cause any one of us to wake up one day, and be insane or homicidal. The first person perspective on the new album was meant to get inside of the insane or possessed person, and show the disjointed thinking, and be reflected in the music. Black Blood Vortex and Lunatic Necromancy are attempts at this. I believe that this is an original idea in death metal, however, it is obviously not reinventing the wheel. So we have familiar death metal style themes – death and insanity and demons – but I don’t think there’s been an approach like this before, where the demons are not real, but the insanity is. We don’t read spell books, or the Necronomicon, and put a bunch of words from those books in the lyrics. The Necronomicon is fiction, everyone knows this, right? Why not have our own fictions, because in fact, we are not very different from writers of text or directors of film. Also, insane people aren’t going to have ordered, coherent worldviews, and nightmares do not have coherent logic either. To me it is more important to have lyrics that fit the music and cause a reaction, than lyrics that have coherent meaning.

Som Extremo: You make a kind of mix of Death Metal style: the Floridian (“new school”, like Hate Eternal) and the Brazilian ones.What else can you say about that? Is there another Brazilian band that influences, that is not Krisiun?
Matt Barnes: I’m into stuff that’s obscure and mysterious, and many times bands from other countries, maybe that don’t have lyrics in English, can give that effect. Sarcofago is an all time favorite. Not just INRI, like most people know, but all of their albums are great. I love Sepultura’s Morbid Visions, over all their other albums for some strange reason – the solos by Jairo are so jarring, just crazy. I kind of collect South American death metal in that style, though I don’t really differentiate all the countries as much as I should – so I have all the stuff like Holder, Mental Horror, Queiron, Abhorrence, Ophiolatry, Vulcano, Mystifier, Nephast. There is the language barrier that sometimes makes it so strange when the lyrics are written in English, and also you can feel the streets in their music. But musically, we respect the newer blasting death bands, and I don’t deny that they might’ve influenced us, however, we take great pains not to copy them, and I think you’ll be challenged to find a riff that we have stolen from anyone else. If you don’t know history, you’re doomed to repeat it – so we know metal, and we don’t copy or repeat anyone else’s music.

Som Extremo: I really need to know: is Gary White human or a programming drum (laughs)?
Matt Barnes: I’ve never seen someone so dedicated to his craft, and someone who will not accept failure or mistakes as Gary. He is fast and he insists that I match him. If you pay attention most other bands like us don’t do this – their guitar player is playing octave chords and not tremolo picking will the drummer is sweating and straining out a blast beat. Gary won’t stand for that kind of limp-dick playing. He really pushes me to the limit. Sometimes, this is not a good thing, as we have many arguments regarding the polish of the music, I’d say. I try to take things into the gutter. I want to convey sickness and strangeness. Gary’s not so much interested in that as opposed to death metal supremacy, and the personal triumph over pain and weakness. Practice and sweat, and study of the craft – those are his methods. Of course, the newer generation with instructional videos and access to top drummers have it a lot easier than Gary’s generation. He had to figure it out on his own, or talk to Pete Sandoval backstage to fully grasp the technical side of death metal drumming. Now, you can just watch a DVD.

Som Extremo: How much hard is to play Death Metal, in special case, brutal and technical Death Metal like yours? In your opinion, what is the differential about Chaos Inception music?
Matt Barnes: As I mentioned, Gary pushes me to the limit, and this music is very difficult for me to play. I’d be so much more at ease playing something like Accept or Iron Maiden. With our songs, I have to take a deep breath at the beginning and exhale at the end of the song. Well, this is because of technical limitations perhaps on my part, but you can’t peck at the guitar and get this stuff to sound right. There has to be a certain forgetting of technique in order to pull it off. We are not the most technical band out there, but I’d say we combine technique with crust and classic metal solos. I don’t see many others that try it. I think this will only be more obvious on later releases, because it’s been a difficult balance to achieve. I think it will be our trademark before it’s all said and done.

Som Extremo: Is there any plans for a DVD or it’s still to early to think about that?
Matt Barnes: If we play a show with a good stage and lights and a few cameras we would like to do it. However, we are currently playing exclusively in shit holes, and a poorly recorded video of that would be a rip-off to the fans.

Som Extremo: What about a videoclip?
Matt Barnes: There is a ‘lyrics video’ in the works. We have discussed a video. We might do one very soon.

Som Extremo: Any plans to come to Brazil?
Matt Barnes: Well, I might be asked to play there with Monstrosity, but I don’t know if a promoter is willing to risk it on Chaos Inception yet. I have never been to Brazil, and I’m a fan of the music, so I will come one day, to see what’s in the water there to have spawned Sarcofago and Krisiun.

Som Extremo: Thanks a lot for the interview. Please, leave your final message.
Matt Barnes: Thanks for the interview. I want to reach out to your readers, if they are fans of ours, and say thank you for your support. Without the fans, Chaos Inception is nothing.

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