Quando se fala em banda desgraçadamente brutal, pipocam na mente Krisiun, Hate Eternal, Nile e
afins, mas poucos dão atenção a grupos como a Chaos Inception (EUA), que
lançou um dos discos mais extremos de 2012 – “The Abrogation” (ler resenha aqui).
O blog Som Extremo conversou com o guitarrista Matt Barnes, que falou do novo
trabalho, abordando o proceso de
composição e suas inspirações. E o músico
se revelou um grande conhecedor e fã do underground brasileiro, que influencia
a Chaos Inception. Vamos ler, né?
Som Extremo: A Chaos
Inception ainda não é muito conhecida no Brasil. Por favor, conte-nos a
história da banda.
Matt Barnes: Nós formamos a banda há cinco anos. Entretanto, estamos envolvidos
em bandas de Death Metal, de um
jeito ou de outro, desde os anos
noventa: Fleshtized, Spinecast, Quinta Essentia, Temple of Blood, LisiyaGori,
Convergence from Within e Blood Stained Dusk – essas são as bandas pelas quais
os integrantes passaram. Então, somos veteranos no Metal e, no entanto,
finalmente conseguimos a combinação certa de indivíduos com o conceito certo
para o Chaos Inception. No meu caso, a banda é a primeira na qual criei a maior
parte das composições, sem ter que seguir nenhum líder. Então, para mim, é
liberdade.
Som Extremo: Vocês não
lançaram nenhuma demo. Ao invés disso, foram dois ‘full lengths’. Como
conseguiram isso?
Barnes: Lançar uma demo é basicamente a masma coisa que lançar um álbum
atualmente. Antes, as demos eram gravadas até então para que você
convencese uma gravadora a te dar
dinheiro para gravar, já que o processo era muito mais caro antes do digital.
Agora isso é barato e se você tem músicas o suficiente, pode gravar um álbum e
encontrar um selo para lançá-lo.
Foto: Ruth Tucker Davis
Som Extremo: “The
Abrogation” é um dos mais extremos lançamentos do ano. O que pode dizer sobre o
álbum? Por favor, conte tudo, ok? (risos)
Barnes: Responderei essa um pouco diferentemente do que tenho feito em
outras entrevistas. Eu me lembrei disso ao ler uma entrevista com Glenn Tipton
sobre como escreveu as músicas: ele disse que poderia ligar o rádio e escutar o
que estava tocando, e ficar tão bravo com a canção horrível. Isso o inspirava a
escrever a sintonia do Metal agressivo. Não é só o Death Metal underground, mas
o Metal em geral, ou o que está sendo chamado de Metal, que tenho tido
problema. Existem grandes estrelas na cena hoje em dia e odeio a maior parte
delas com paixão. Não apóio bandas com uma imagem acima do que ela realmente é.
Acho que isso é uma coisa que faz de nós uma banda de Death Metal dos anos
noventa, ou o que quer que seja. A maioria das novas bandas têm “truques”,
enquanto as antigas apenas tocavam com suas calças de moletom – esses somos
nós. Não estamos vestidos como umas porras de palhaços e posando com nossos
instrumentos, enquanto não somos capazes de tocá-los. Então, “The Abrogation” é
um dedo do meio na cara desses posers. Também desprezo bandas que são saudadas
como geniais por ficarem copiando outros artistas e colocando isso em uma
música de Metal, fazendo o tão chamado Metal único. Interlúdio acústico, merda
allternativa, post-Rock, o que for. Não tenho nada contra influência de fora,
mas tem que ser assimilada, e não recortada e colada. Dá trabalho fazer a coisa
certa. Mas bandas que são hacks totalmente genéricos podem adicionar pedais de
efeitos e limpar a passagem para a sua música e de repente são gênios, para os
críticos. E várias vezes, esses grupos conseguem cobertura porque pagaram
pessoas certas para tirá-las de lá e receberem boas resenhas, ao invés de
começar com os fãs. E gritar “Satan” nunca feriu ninguém no Metal. Assim, no
que diz respeito à música, temos um monte de questões de raiva, não menos do
que são os anos em que trabalhamos arduamente com basicamente nada dando certo
para nós, até recentemente. De qualquer maneira, apesar de tudo, eu queria que
o álbum fosse como uma carreira de cocaína, com poder e adrenalina que
durassem.
Som Extremo: O que pode
dizer sobre a maravilhosa capa? Como foi sua concepção?
Barnes: Paolo Girardi é um grande artista para o Metal. Se ele continuar, no
ranking da Seagrave e outros um dia. Fomos muito sortudos por trabalhar com ele.
A ideia era bem básica, um cenário típico do fim do mundo, acrescentando que,
após isso, o verdadeiro final surge da Terra - tentáculos negros que enchem os
olhos e a boca. É a possessão pela forma de espírito da morte.
Foto: Ruth Tucker Davis
Som Extremo: Letras: qual
a mensagem que vocês querem passar?
Barnes: Quando as letras não estão contando uma história, são um
encantamento de vontade. Então, há letras que se aproximam de Nocturnus ou Iron
Maiden – ficcionais como “Lunatic Necromancy” ou “Exterminatti” – e também as
mencionadas de encantamente de vontade, como “Hammer of Infidel” ou “Phalanx
(The Tip of the Spear)”. Somos pessoas da classe trabalhadora, daquelas que
ralam todos os dias. Então, para descontrair, precisamos de algum tipo de
ficção louca. Logo, quando acordamos de manhã ou temos uma dura tarefa bem
diante de nós, precisamos convocar a vontade para superá-la. Portanto, para
nós, a música é uma ferramenta. Não somos nós tentando convencer você de que
somos genuínos, ou demônios, ou qualquer coisa. Se não quiser usá-la (a
ferramenta), encontre outra.
Som Extremo: Algumas das
músicas são escritas em primeira pessoa. De onde vem a inspiração? Seria
correto dizer que algumas são abstratas ou todas elas têm realmente um
significado?
Barnes: Desde a faixa de abertura em nosso primeiro álbum – “Becoming
Adversary” – sempre exploramos a possessão e a capacidade de matar em toda a
humanidade. É espantoso saber que uma doença cerebral pode tomar conta de
qualquer um de nós ao acordarmos num belo dia, e nos tornar insanos e homicidas.
A perspectiva em primeira pessoa no novo trabalho significou entrar em uma
pessoa insana ou possuída e mostrar seus pensamentos desarticulados, e refletir
isso na música. “Black Blood Vortex” e “Lunatic Necromancy” são tentativas
nesse sentido. Acredito que essa seja uma ideia original no Death Metal.
Contudo, obviamente não é uma reinvenção da roda. Portanto, temos temas de
estilos de Death familiares – morte, insanidade e demônios – mas não penso que uma
aproximação como essa antes, onde os demônios não são reais, mas a insanidade
sim. Não lemos livros de magia ou o Necronomicon e pegamos e usamos um monte de
palavras dessas obras nas letras. O Necronomicon é ficção, todos sabem disso,
certo? Por que não temos nossas próprias ficções, já que, de fato, não somos
muito diferentes de escritores de testos ou diretores de filmes? E também, as
pessoas insanas não têm ideias ordenadas ordenado, visões de mundo coerentes, e
seus pesadelos não têm lógica.
Foto: Ruth Tucker Davis
Som Extremo: Vocês fazem
um tipo de mistura do estilo Death Metal: o da Flórida (“new school”, como a
Hate Eternal) e o brasileiro. O que mais pode falar sobre isso? Há outras
bandas brasileiras que influenciam vocês, além da Krisiun?
Barnes: Escuto materiais obscuros e misteriosos e, várias vezes, bandas de
outros países, sendo que, como as letras não estão em inglês, podem gerar esses
efeitos (obscuros e misteriosos). A Sarcófago é a minha favorita de todos os
tempos. Não apenas o “INRI”, que todos conhecem, mas todos os seus álbuns são
ótimos. Adoro o “Morbid Visions”, da Sepultura – acima dos outros álbuns deles,
por alguma razão estranha – os solos do Jairo são bem chocantes, totalmente
loucos. Eu meio que coleto bandas de Death Metal da América do Sul nesse estilo,
embora eu realmente não diferencie todos os países tanto quanto deveria. Então,
tenho todos os materiais da Holder, Mental Horror, Queiron, Abhorrence, Ophiolatry,
Vulcano, Mystifier e Nephast. Existe a barreira da língua que, às vezes, soa
estranho quando a letra está em inglês, e também você pode sentir as ruas em
suas músicas. Mas, musicalmente, respeitamos as bandas de Death mais novas e
não nego que elas talvez tenham nos influenciado. Entretanto, nós nos
esforçamos muito para não copiá-las. Assim, acho que você será desafiado a
encontrar algum riff que roubamos de alguém. Se você não conhece a história, está
condenado a repeti-la. Então, conhecemos Metal e não copiamos e nem repetimos a
música de ninguém.
Foto: Ruth Tucker Davis
Som Extremo: Realmente
preciso saber: o baterista Gary White é humano ou uma bateria programada?
(risos)
Barnes: Nunca vi ninguém tão dedicado ao seus ofício, que não aceita falhas,
como Gary. Ele é rápido e isiste que eu o acompanhe. Se você prestar atenção, a
maioria das outras bandas como a nossa não faz isso. Ele realmente me empurra
para o limite. Às vezes, isso não é uma coisa legal, como quando discutimos o
refino da música, eu diria. Tento levar as coisas para a sujeira, quero
transmitir a doença e a estranheza. Gary não fica muito interessado nisso, em
oposição à supremacia do Death Metal e o triunfo pessoal acima da dor e da
fraqueza – esses são os métodos dele. Claro, a geração mais nova, com vídeos
instrutivos e acesso aos bateristas top conseguem isso bem mais facilmente do
que a geração de Gary. Ele teve que descobrir por conta própria ou falar com
Pete Sandoval nos bastidores para compreender completamente o lado técnico de
se tocar Death Metal. Hoje, você pode simplesmente assistir a um DVD.
Som Extremo: Quão difícil
é tocar Death Metal, em especial, o brutal e tecnico como o de vocês? Na sua
opinião, qual o diferencial da Chaos Inception?
Barnes: Como mencionei antes, Gary me empurra para o limite e esse tipo de
música é muito difícil para eu tocar. Seria muito mais fácil tocar algo como
Accept ou Iron Maiden. Com nossas músicas, tenho que respirar fundo no começo e
soltar o ar no final. Bem, isso acontece por causa das limitações técnicas
talvez de minha parte, mas você não pode dar uma bicada na guitarra e com isso,
fazer o som correto. Mas tem que haver um certo esquecimento da técnica também.
Não somos a banda mais técnica por aí, mas eu diria que combinamos técnica com
Crust e solos clássicos de Metal. Não vejo muitas outras que fazem isso. Acho
que isso só será mais óbvio em futuros lançamentos, porque tem sido um
equilíbrio difícil de conseguir. Acho que vai ser a nossa marca, antes de tudo.
E tenho dito.
Foto: Ruth Tucker Davis
Som Extremo: Existem planos
para um DVD ou ainda é cedo para se pensar nisso?
Barnes: Se fizemos um show com um bom palco e luzes e umas poucas câmeras,
gostaríamos de fazer isso. Entretanto, estamos sempre tocando exclusivamente em
buracos de merda, e com filmagem muito fraca para o que gostaríamos para os
fãs.
Som Extremo: E um
videoclipe?
Barnes: Há aqueles clipes com letras nos trabalhos. Temos discutido sobre um
vídeo. Podemos fazer isso em breve.
Som Extremo: Planos para
virem ao Brasil?
Barnes: Bem, eu poderia ser chamado para tocar com a Monstrosity, mas não
sei se algum organizador está afim de se arriscar com a Chaos Inception ainda.
Nunca estive no Brasil e sou um fã da música do país. Então, irei algum dia
para ver o que há nessa água, que gerou Sarcófago e Krisiun.
Foto: Ruth Tucker Davis
Som Extremo: Agradeço
demais a entrevista. Por favor, deixe uma última mensagem.
Barnes: Obrigado pela entrevista. Quero chegar aos seus leitores, se forem
nossos fãs, e agradecer você pelo apoio. Sem os fãs, a Chaos Inception não é
nada.
ENGLISH VERSION WITHOUT EDITION
Som Extremo: Chaos
Inception are not too much known in Brazil yet. Please, could you tell us the
history of the band?
Matt Barnes: We formed about 5 years ago, though we have all been in death metal
bands in one way or another since the 90s. Fleshtized, Spinecast, Quinta
Essentia, Temple of Blood, LisiyaGori, Convergence from Within, Blood Stained
Dusk – these are the bands that our members have been in at one point. So we
are veterans to playing metal, though we finally have the right combination of
individuals with the right concept for our band, Chaos Inception. For me, Chaos
Inception is the first band where I did most of the songwriting and didn’t
follow someone else’s lead. So for me, it’s freedom.
Som Extremo: You didn’t
release any demo. Instead of that, you released two full lengths. How did you
get that?
Matt Barnes: Releasing a demo is basically the same as releasing an album these
days. Before now demos were made so that you could convince a label to give you
money to record, because recording was much more expensive back before digital
recording. Now recordings are cheap and if you have enough songs, you might as
well record an album and find a label to release it.
Som Extremo: “The
Abrogation” is one of more extreme releases of this year. What more can you say
about the album? Please, tell us everything, ok? (laughs)
Matt Barnes: I’ll answer this a little differently than I have in other
interviews. I recall reading an interview with Glenn Tipton about how he wrote
music. He said he could turn on the radio and listen to current music, and get
so angry at the awful sound that he heard, it just inspired him to write
aggressive metal tunes. It’s not so much the death metal underground, but metal
in general, or what is being called metal that I have a problem with. There are
big stars in metal these days, and I hate most of them with passion. I don’t
support bands with image over substance. I guess this is one thing that makes
us a 90s death metal band, or whatever – most new bands have gimmicks, while
the old bands just showed up in their sweatpants – that’s us. We aren’t dressed
up like fucking clowns and posing with our instruments, while not being able to
play them. So the Abrogation is a middle finger to the face of these posers. I
also despise bands that are hailed as geniuses for ripping off other artists
and putting it in a metal song, and creating so-called, unique metal. Acoustic
interlude, fucking alternative, shoe-gaze, post-rock, whatever.I don’t have
anything against outside influence, but it has to be assimilated, not just cut
and pasted. It takes work to do it right. But bands that are utterly generic
hacks can add an effects pedal and a clean passage to their sound and all the
sudden they’re geniuses, to the critics. And many times, these bands get
coverage because they have paid the right people to get them out there and get
them good reviews, rather than starting with the fans. And yelling out “Satan”
never hurt anyone in metal either. So in regards to the music, we have a lot of
anger issues, not least of which are the years we’ve spent toiling with
basically nothing going right for us, until lately. Anyways, besides all that,
I wanted the album to be like a rush of cocaine, with power and adrenaline
surging for the duration.
Som Extremo: What about
the wonderfulfront cover? How was it’s conception?
Matt Barnes: Paolo Girardi is a great artist for metal. If he continues he’ll
join the ranks of Seagrave and the rest one day. We were lucky to work with
him. The idea was pretty basic, an end of the world type scenario, with the
addition that after the end, the true end rises from the earth – black tendrils
that fill the eyes and mouth, possession by the spiritform of death.
Som Extremo: Lyrics: what
is the message that you want to show with them?
Matt Barnes: When the lyrics are not telling a story, the lyrics are an
incantation of will. So there are songs where the approach is that of Nocturnus
or Iron Maiden – fictional lyrics such as Lunatic Necromancy or Exterminatti –
and then there are the incantation of will songs such as Hammer of Infidel or
Phalanx (The Tip of the Spear). We are working class people, who bust our asses
every day. So to unwind we need some kind of crazy fictions. Then when we wake
up in the morning, or have a huge task in front of us, we need to summon the
will to overcome. Therefore, to us our music is a tool. It is not us trying to
convince you that we are geniuses, or demons, or anything else. If you can’t
use it, find another.
Som Extremo: Some of the
lyrics are written in first person. Where does the inspiration come from? Is it
right to say that some of them are abstract or all of them have a meaning?
Matt Barnes: Since the opening song on our first album, Becoming Adversary, I’ve
always explored possession and the capability of murder in all humanity. It’s
astonishing that with a brain disease could cause any one of us to wake up one day,
and be insane or homicidal. The first person perspective on the new album was
meant to get inside of the insane or possessed person, and show the disjointed
thinking, and be reflected in the music. Black Blood Vortex and Lunatic
Necromancy are attempts at this. I believe that this is an original idea in
death metal, however, it is obviously not reinventing the wheel. So we have
familiar death metal style themes – death and insanity and demons – but I don’t
think there’s been an approach like this before, where the demons are not real,
but the insanity is. We don’t read spell books, or the Necronomicon, and put a
bunch of words from those books in the lyrics. The Necronomicon is fiction,
everyone knows this, right? Why not have our own fictions, because in fact, we
are not very different from writers of text or directors of film. Also, insane
people aren’t going to have ordered, coherent worldviews, and nightmares do not
have coherent logic either. To me it is more important to have lyrics that fit
the music and cause a reaction, than lyrics that have coherent meaning.
Som Extremo: You make a kind
of mix of Death Metal style: the Floridian (“new school”, like Hate Eternal) and
the Brazilian ones.What else can you say about that? Is there another Brazilian
band that influences, that is not Krisiun?
Matt Barnes: I’m into stuff that’s obscure and mysterious, and many times bands
from other countries, maybe that don’t have lyrics in English, can give that
effect. Sarcofago is an all time favorite. Not just INRI, like most people
know, but all of their albums are great. I love Sepultura’s Morbid Visions,
over all their other albums for some strange reason – the solos by Jairo are so
jarring, just crazy. I kind of collect South American death metal in that
style, though I don’t really differentiate all the countries as much as I
should – so I have all the stuff like Holder, Mental Horror, Queiron,
Abhorrence, Ophiolatry, Vulcano, Mystifier, Nephast. There is the language
barrier that sometimes makes it so strange when the lyrics are written in
English, and also you can feel the streets in their music. But musically, we
respect the newer blasting death bands, and I don’t deny that they might’ve
influenced us, however, we take great pains not to copy them, and I think
you’ll be challenged to find a riff that we have stolen from anyone else. If
you don’t know history, you’re doomed to repeat it – so we know metal, and we
don’t copy or repeat anyone else’s music.
Som Extremo: I really need
to know: is Gary White human or a programming drum (laughs)?
Matt Barnes: I’ve never seen someone so dedicated to his craft, and someone who
will not accept failure or mistakes as Gary. He is fast and he insists that I
match him. If you pay attention most other bands like us don’t do this – their
guitar player is playing octave chords and not tremolo picking will the drummer
is sweating and straining out a blast beat. Gary won’t stand for that kind of
limp-dick playing. He really pushes me to the limit. Sometimes, this is not a
good thing, as we have many arguments regarding the polish of the music, I’d
say. I try to take things into the gutter. I want to convey sickness and
strangeness. Gary’s not so much interested in that as opposed to death metal
supremacy, and the personal triumph over pain and weakness. Practice and sweat,
and study of the craft – those are his methods. Of course, the newer generation
with instructional videos and access to top drummers have it a lot easier than
Gary’s generation. He had to figure it out on his own, or talk to Pete Sandoval
backstage to fully grasp the technical side of death metal drumming. Now, you
can just watch a DVD.
Som Extremo: How much hard
is to play Death Metal, in special case, brutal and technical Death Metal like
yours? In your opinion, what is the differential about Chaos Inception music?
Matt Barnes: As I mentioned, Gary pushes me to the limit, and this music is very
difficult for me to play. I’d be so much more at ease playing something like
Accept or Iron Maiden. With our songs, I have to take a deep breath at the
beginning and exhale at the end of the song. Well, this is because of technical
limitations perhaps on my part, but you can’t peck at the guitar and get this
stuff to sound right. There has to be a certain forgetting of technique in
order to pull it off. We are not the most technical band out there, but I’d say
we combine technique with crust and classic metal solos. I don’t see many
others that try it. I think this will only be more obvious on later releases,
because it’s been a difficult balance to achieve. I think it will be our
trademark before it’s all said and done.
Som Extremo: Is there any
plans for a DVD or it’s still to early to think about that?
Matt Barnes: If we play a show with a good stage and lights and a few cameras we
would like to do it. However, we are currently playing exclusively in shit
holes, and a poorly recorded video of that would be a rip-off to the fans.
Som Extremo: What about a
videoclip?
Matt Barnes: There is a ‘lyrics video’ in the works. We have discussed a video.
We might do one very soon.
Som Extremo: Any plans to
come to Brazil?
Matt Barnes: Well, I might be asked to play there with Monstrosity, but I don’t
know if a promoter is willing to risk it on Chaos Inception yet. I have never
been to Brazil, and I’m a fan of the music, so I will come one day, to see
what’s in the water there to have spawned Sarcofago and Krisiun.
Som Extremo: Thanks a lot
for the interview. Please, leave your final message.
Matt Barnes: Thanks for the interview. I want to reach out to your readers, if
they are fans of ours, and say thank you for your support. Without the fans,
Chaos Inception is nothing.
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