terça-feira, 24 de setembro de 2013

LIVRO – “Apocalipse Zumbi 2 – Inferno na Terra” – Alexandre Callari

LIVRO – “Apocalipse Zumbi 2 – Inferno na Terra” – Alexandre Callari
Editora Évora/Generale – 2013 – Brasil



A segunda parte de “Apocalipse Zumbi” (Editora Generale) é tão emocionante quanto a primeira (resenha aqui), repleta de ação e tensão, porém, essa continuação causa muito, muito mais aflição e desesperança. Mas antes de tudo isso, pra começo de conversa, um resumo não oficial da obra: “A vida não é uma merda?”. É bem por aí, já fica o alerta. Porque não há espaço para erros, não há perdão no livro, e é isso que prende a atenção do leitor que, se dotado de grande imaginação, como todo livro deve proporcionar, não conseguirá parar de lê-lo.
Aqui, copio um resumo da história, de uma matéria que fiz com o autor, Alexandre Callari, recentemente. “A trama começa exatamente um mês após os eventos da obra anterior. O líder Manes quer levar a cabo o plano de reconquistar a Terra, infestada por zumbis, mas não pode empreendê-lo sozinho. Para tanto, decide aliciar outras grandes comunidades com as quais seu Quartel tem contato, sendo a maior de todas a Catedral – o maior reduto de seres humanos do planeta, com 5.000 pessoas. ‘É quando os problemas começam, já que a Catedral é governada por um psicopata alucinado, um lobo em pele de cordeiro – o Bispo. Enquanto isso, outros personagens se unem à trama, como o vilão Tebas, que planeja orquestrar a derrubada definitiva do Quartel’, entrega Callari...”.
Pois bem, o autor novamente usa sua habilidade para nos deixar com raiva, com sua narrativa envolvente. Por exemplo, saber do passado de Bispo e de sua frieza, logo no início do romance, já causa revolta. Ou acompanhar a culpa de João, um dos revoltosos do quartel no primeiro volume, chega a pesar nos nossos ombros. É terrível!
E aliás, o bicho pega no encontro entre o pobre (de espírito) João e Tebas. PQP! Tanto é que só depois de vários capítulos a narrativa volta a essa parte.
A história foca basicamente em três núcleos: o Ctesifonte (nome oficial do quartel de Manes), a viagem à Catedral e a ida à usina de força já que, após um início de história relativamente leve, a eletricidade no QG acaba... e aí, o negócio fica arrepiante! E cada um desses núcleos acontece, num primeiro momento, simultaneamente. Depois, cada um segue uma cronologia diferente. Muito bom!
O final do livro instiga demais! Como muitos já devem saber, trata-se de uma trilogia. E a terceira parte deve começar sanguinária! Callari, não demore para escrevê-lo, combinado?
Assim como o primeiro volume, esse também traz um CD com uma trilha sonora sobre a história, mas, ao contrário do anterior, que mantinha uma linha bem Heavy Metal, esse é acústico, porém, com letras profundas e interessantes, que podem ser acompanhadas no final do livro.
Profundas também são as “camadas” por trás da coisa toda, as críticas sociais e por aí vai. Um diálogo entre o Bispo e seu escudeiro Joaquim sobre fé/igreja/deus é um ótimo exemplo disso.
Uma obra imperdível, espetacular, muito mais violenta do que a primeira, o que nos remete ao intertítulo a seguir.

Estômago embrulhado
Vou apelar e partir para minha visão, bem pessoal, de tão abalado que fiquei com essa leitura. Adoro livros de terror/suspense, li algumas obras do mestre Stephen King e de Clive Barker, mas nunca, repito, nunca fiquei tão nauseado com um livro quanto fiquei com esse “Apocalipse Zumbi 2 – Inferno na Terra”. Que mente doentia de Callari! Foi o primeiro da minha vida que me deu nojo pelos detalhes sórdidos de diversas passagens.
Um trechinho pra dar “água na boca”, e esse nem é tão pesado: “... sentiu a ferida em sua barriga ser aberta por mãos viciosas, que, metidas dentro da fenda, buscavam a carne de seus órgãos, dançando dentro dele, remexendo suas vísceras, tirando-as para fora. Seus olhos ainda não haviam se fechado quando ele viu seus intestinos na boca das criaturas, mastigados, moídos por aqueles dentes amarelos e careados”. Entendem o clima aqui?
Agora, mais seriamente: o capítulo 71, envolvendo Zenóbia, a amante de Manes, é na opinião deste humilde redator simplesmente repugnante, definitivamente recomendado para maiores de 18 anos. Sério, é uma monstruosidade. Particularmente, lembrei de dois filmes, “Irreversível” e “O Exorcista”, nesse último remetendo à cena do crucifixo. E mesmo assim, fiquei MAIS chocado com o livro de Callari. Horrível, de embrulhar estômago. Aliás, no decorrer da história, também tem muito do filme “Saló – Os 120 Dias de Sodoma” lá.
A segunda parte é, de longe, muito mais pesada e doentia do que a primeira. Putz, quanta nojeira! Imaginar as várias passagens estarrecedoras, após ler cada palavra, realmente deixa um mal estar. Acha que é exagero? Um dos mais repulsantes foi o capítulo 78, no segundo parágrafo da página 235, pra ser mais exato. Envolve larvas e mosquitos... ficou curioso(a)? Arruma correndo esse livro!
E no geral, tem muitas, muitas partes mesmo, nesse nível de perversidade. Vai piorando, fica o aviso! Só não atravesso para o outro lado da rua ao ver Callari, pois o conheço e sei que é gente boa. Do contrário...

PQP, QUE LIVRO FODA!!!!!!!!!


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