LIVRO – “Apocalipse Zumbi 2 – Inferno na Terra” – Alexandre Callari
Editora Évora/Generale – 2013 – Brasil
A segunda
parte de “Apocalipse Zumbi” (Editora Generale) é tão emocionante quanto a primeira (resenha aqui),
repleta de ação e tensão, porém, essa continuação causa muito, muito mais aflição e desesperança. Mas
antes de tudo isso, pra começo de conversa, um resumo não oficial da obra: “A
vida não é uma merda?”. É bem por aí, já fica o alerta. Porque não há espaço
para erros, não há perdão no livro, e é isso que prende a atenção do leitor
que, se dotado de grande imaginação, como todo livro deve proporcionar, não
conseguirá parar de lê-lo.
Aqui, copio um
resumo da história, de uma matéria que fiz com o autor, Alexandre Callari,
recentemente. “A trama começa exatamente um mês após os eventos da obra
anterior. O líder Manes quer levar a cabo o plano de reconquistar a Terra,
infestada por zumbis, mas não pode empreendê-lo sozinho. Para tanto, decide
aliciar outras grandes comunidades com as quais seu Quartel tem contato, sendo
a maior de todas a Catedral – o maior reduto de seres humanos do planeta, com 5.000
pessoas. ‘É quando os problemas começam, já que a Catedral é governada por um
psicopata alucinado, um lobo em pele de cordeiro – o Bispo. Enquanto isso,
outros personagens se unem à trama, como o vilão Tebas, que planeja orquestrar
a derrubada definitiva do Quartel’, entrega Callari...”.
Pois bem, o
autor novamente usa sua habilidade para nos deixar com raiva, com sua narrativa
envolvente. Por exemplo, saber do passado de Bispo e de sua frieza, logo no
início do romance, já causa revolta. Ou acompanhar a culpa de João, um dos
revoltosos do quartel no primeiro volume, chega a pesar nos nossos ombros. É
terrível!
E aliás, o
bicho pega no encontro entre o pobre (de espírito) João e Tebas. PQP! Tanto é
que só depois de vários capítulos a narrativa volta a essa parte.
A história foca
basicamente em três núcleos: o Ctesifonte (nome oficial do quartel de Manes), a
viagem à Catedral e a ida à usina de força já que, após um início de história relativamente
leve, a eletricidade no QG acaba... e aí, o negócio fica arrepiante! E cada um
desses núcleos acontece, num primeiro momento, simultaneamente. Depois, cada um
segue uma cronologia diferente. Muito bom!
O final do
livro instiga demais! Como muitos já devem saber, trata-se de uma trilogia. E a
terceira parte deve começar sanguinária! Callari, não demore para escrevê-lo,
combinado?
Assim como o
primeiro volume, esse também traz um CD com uma trilha sonora sobre a história,
mas, ao contrário do anterior, que mantinha uma linha bem Heavy Metal, esse é
acústico, porém, com letras profundas e interessantes, que podem ser acompanhadas
no final do livro.
Profundas
também são as “camadas” por trás da coisa toda, as críticas sociais e por aí
vai. Um diálogo entre o Bispo e seu escudeiro Joaquim sobre fé/igreja/deus é um ótimo
exemplo disso.
Uma obra imperdível,
espetacular, muito mais violenta do que a primeira, o que nos remete ao
intertítulo a seguir.
Estômago embrulhado
Vou apelar e
partir para minha visão, bem pessoal, de tão abalado que fiquei com essa
leitura. Adoro livros de terror/suspense, li algumas obras do mestre Stephen
King e de Clive Barker, mas nunca, repito, nunca fiquei tão nauseado com um
livro quanto fiquei com esse “Apocalipse Zumbi 2 – Inferno na Terra”. Que mente doentia de Callari! Foi o primeiro da minha vida que me deu nojo
pelos detalhes sórdidos de diversas passagens.
Um trechinho
pra dar “água na boca”, e esse nem é tão pesado: “... sentiu a ferida em sua
barriga ser aberta por mãos viciosas, que, metidas dentro da fenda, buscavam a
carne de seus órgãos, dançando dentro dele, remexendo suas vísceras, tirando-as
para fora. Seus olhos ainda não haviam se fechado quando ele viu seus
intestinos na boca das criaturas, mastigados, moídos por aqueles dentes
amarelos e careados”. Entendem o clima aqui?
Agora, mais
seriamente: o capítulo 71, envolvendo Zenóbia, a amante de Manes, é na opinião
deste humilde redator simplesmente repugnante, definitivamente recomendado para
maiores de 18 anos. Sério, é uma monstruosidade. Particularmente, lembrei de dois
filmes, “Irreversível” e “O Exorcista”, nesse último remetendo à cena do
crucifixo. E mesmo assim, fiquei MAIS chocado com o livro de Callari. Horrível,
de embrulhar estômago. Aliás, no decorrer da história, também tem muito do
filme “Saló – Os 120 Dias de Sodoma” lá.
A segunda
parte é, de longe, muito mais pesada e doentia do que a primeira. Putz, quanta
nojeira! Imaginar as várias passagens estarrecedoras, após ler cada palavra,
realmente deixa um mal estar. Acha que é exagero? Um dos mais repulsantes foi o
capítulo 78, no segundo parágrafo da página 235, pra ser mais exato. Envolve
larvas e mosquitos... ficou curioso(a)? Arruma correndo esse livro!
E no geral,
tem muitas, muitas partes mesmo, nesse nível de perversidade. Vai piorando, fica
o aviso! Só não atravesso para o outro lado da rua ao ver Callari, pois o
conheço e sei que é gente boa. Do contrário...
PQP, QUE LIVRO
FODA!!!!!!!!!
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