Lenhador – The Pope Smokes Dope
Cauterized Productions – 2010 – Brasil
Cabeças bem abertas neste momento, pessoal. Mas não literalmente, ok? Seguinte: a Lenhador, lançada pela Cauterized Productions (www.cauterized.com.br), tem uma proposta bem exótica. Com uma produção pra lá de crua (proposital, segundo o encarte), como já fizeram Ulver e Vondur, esse pessoal aposta em algo meio original e, à sua maneira, extremo.
É uma música bem descompromissada, cantada em português (exceto as covers – comentadas adiante) e intitulada como Black Metal áspero, de acordo com um texto escrito no encarte, por Kohei Yamamoto (Sabbathid Records - Japão). Essa definição cabe no disco, embora, ao mesmo tempo, tal afirmação seja negada pelos membros logo em seguida, no referido encarte, ao menos no que se refere a ser um “album of fucking true Black Metal”. Vai entender, né? Ok, na realidade, após escutar o full length, até se entende isso...
Mas convenhamos: uma banda com esse nome só poderia trazer loucuras auriculares para o ouvinte. E a dupla por trás da Lenhador, formada por Gil e Mateus, se alternou na gravação dos vocais e da bateria programada. Mas o primeiro cuida do baixo e o outro, da guitarra.
Fica o aviso de que o som dos caras não é levado à velocidade da luz, como o Black Metal tradicional. Exatamente: é um som cadenciado em sua maior parte, mas com bumbos comendo solto em algumas faixas, como é o caso de “Cabrito Guampudo”.
Entre as quinze composições, há covers da Regurgitate (“Bulging Vaginal Septum”) e da Ildjarn (“Kronet” - bem legal, mas confesso que desconheço a banda), além de uma paródia de “Rosa de Hiroshima” (Secos e Molhados), aqui, sob o nome “Vodka de Hiroshima” e um som acústico e movido a sanfona (!) que foge completamente da sonoridade do resto do disco – “Grito do Lenha Podre”.
Poxa vida, e depois de ouvir uma porrada (momento raro) na bateria, acompanhada de assobios em “Josh Naifa”, não há como não se deliciar com isso. Impagável! Mas quando os caras resolvem descer a lenha (com o perdão do trocadilho), saem podreiras como “Cerveja sem Álcool”, com alto teor (outro trocadilho infame) de agressividade.
Verdade seja dita: ou se ama ou se odeia o disco. Na sempre humilde visão deste resenhista, no final das contas, o resultado é divertido. Enfim, não leve o material a sério e você terá um play interessante em mãos.
NOTA 7,0
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