Napalm Death – Utilitarian
Century Media/Shinigami Records – 2012 – Inglaterra
A Napalm Death provavelmente é uma das poucas bandas veteranas que só lançou coisa boa até hoje. Não está sendo falado que só criaram clássicos, ou que sempre tiveram o mesmo estilo, que fique bem claro. Só que, surpreendentemente, mesmo tendo caminhado por caminhos experimentais em outrora, o fato é que o quarteto sempre faz bem feito.
Em “Utilitarian”, não se limitaram somente ao Grindcore (animal) e incorporaram o mencionado experimentalismo em algumas faixas (dois exemplos – os cantos quase que em coral em trechos de “Blank Look About Face” e “Leper Colony”). A manobra gerou resultado bastante positivo, de modo que as composições ganharam mais profundidade. Para os mais afoitos e sedentos por sangue, no entanto, a constatação: o disco está uma bela brutalidade.
Após a lenta “Cirscunspect”, vem “Errors inthe Signals”, que já expõe toda a fúria da banda: peso e muita rapidez trazem o caos ao ambiente. E, surpreendendo o ouvinte, um saxofone insano – isso mesmo, um sax! – invade a faixa seguinte – “Everyday Pox”. O mais incrível é que ficou muito legal! Méritos para o lendário John Zorn (se não conhece, pesquise, que vale a pena!).
Em algumas faixas, como “Orders of Magnitude”, o guitarrista Mitch Harris mostra seu lado cantor, assim como o carismático baixista Shane Embury. Não é novidade, ao menos para o primeiro integrante, que já se aventurou por esse caminho em outras oportunidades. E ele se esforça, mas, convenhamos, não tem o mesmo poderio do que o do “urrador mor” Barney Greenway. No fundo, portanto, acabam perdendo um pouco do ‘punch’ os trechos gritados pelo dono das seis cordas, sem, contudo, comprometer de fato a qualidade do material.
E que porrada são “Blank Look about Face” e “Quarantined” (bom riff)! Diretonas, violentíssimas! “Aim without an Aim” não fica muito atrás e, mesmo sendo mais trabalhada, espanta pelo extremismo.
A edição limitada do CD é um capricho, em formato Digipack! Shinigami Records (www.shinigamirecords.com.br) mandando muito bem ao lançar o disco em versão nacional! Realmente muito bonito, com direito a encarte gordo e cheio de conteúdo, claro. É pouco? Pois que tal duas faixas bônus? São elas a já citada “Aim without an Aim” e “Everything in Mono”.
O novo petardo só reforça que a Napalm Death continua se mantendo no patamar que a consagrou. Cada vez mais maduros e criativos, o pessoal solta mais uma pérola da cena musical extrema. Certeiros!
NOTA 8,5
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