quinta-feira, 7 de abril de 2011

Número 7 - Facada – Indigesto

Facada – Indigesto
Independência Records - 2006 - Brasil


Formação: James – Baixo/Vocal
      Ari – Guitarras
      Dangelo – Bateria

Eis uma banda brasileira de qualidade inquestionável. Talvez a melhor do Brasil atualmente no gênero grindcore. A primeira vez que a ouvi, jurei que havia alguma coisa errada, não acreditei que fosse algo tupiniquim. Na época, infelizmente tinha como padrão as bandas internacionais, e daí meu bobo preconceito. Quando tive certeza de que era um conjunto daqui, tive muito mais orgulho da cena musical extrema do país. E sabe do que mais? São nordestinos! Sim, em uma região onde prevalecem músicas como o forró e a axé music, é realmente surpreendente vir de lá uma banda tão brutal.
O disco já abre com a espetacular “O Cobrador”, um verdadeiro hino do grindcore mundial (sim, mundial!), cuja letra foi inspirada diretamente no conto homônimo de Rubem Fonseca. O refrão é inclusive tirado diretamente da obra literária: “Eu sou uma hecatombe/ Não foi nem deus nem o diabo/ Que me fez um vingador/ Eu sou o Homem-pênis/ Eu sou o Cobrador”. Interessante registrar que na gravação, James não canta a penúltima frase do refrão. Ela aparece somente no encarte. Arrepiante. É o maior destaque do trabalho.
E ao longo do álbum o que se ouve é pura agressividade sonora, petardo atrás de petardo. Dentro disso, uma excelente homenagem ao Nasum, cujo vocalista Mieszko Talarczyk faleceu na tragédia dos tsunamis na Ásia no final de 2004, com a cover “Time To Act”.
O encarte é muito bem trabalhado, feito de papel reciclado. As letras falam de pessimismo e revolta em geral. Já a gravação é suja e pesadíssima, perfeita para a proposta do conjunto. Os arranjos são fabulosos e os cantos, muitíssimos bem encaixados.
O Facada faz parte da ótima safra de bandas grind brasileiras, ao lado de maravilhas como S.O.H., Expose Your Hate, Hutt, Life is a Lie e Are You God?, entre outras. Riffs pegajosos, velocidade alucinante, ótimas estruturas, vocal urrado na medida certa, enfim, um conjunto de fatores que fazem de “Indigesto” o melhor álbum de grindcore nacional na opinião deste autor. Obrigatoriedade na coleção.
NOTA 11

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