Deicide – To Hell With God
Shinigami Records – 2011 – Estados Unidos
Novo trabalho do americanos mais satânicos do death metal. O Deicide se renova com “To Hell With God” sem deixar a podridão de lado. Mas agora, as coisas parecem diferentes. É outro Deicide, muito mais maduro e coeso.
E o que se tem falado realmente confere: Steve Asheim fez um trabalho extraordinário na bateria. Os dois bumbos não têm descanso. O cara está ainda mais criativo e acaba carregando boa parte do poder da banda nas costas. Além dele, a figura do vocalista/baixista Glen Benton – identidade do Deicide - continua forte. Apesar disso, seu vocal está um pouco menos cavernoso, ponto negativo para o conjunto. E assim como no Obituary, as músicas estão com mais solos, responsabilidade de Ralph Santolla, guitarrista de ambas. O cara está fazendo muito bem a elas nesse aspecto. Já Jack Owen segura as pontas e fortalece mais o álbum com seus riffs afiados.
O Deicide continua muito extremo, mas agora está mais técnico do que nunca. Tudo se encaixa em seu lugar, tudo certinho. Até demais. Alguma herança da Vital Remains, ex-banda de Benton? Quem sabe. Mas enfim, a sujeira de antigamente agora dá lugar a guitarras bem polidas e até virtuosas. Nessa obra, buscaram a perfeição, e se não a atingiram, podem acreditar que estiveram realmente próximos a isso. As músicas estão com uma produção excepcional, mais estruturadas e melódicas.
Entre as que se sobressaem, podemos citar a faixa-título, que abre o CD, e mostra bons cantos encaixados com o ritmo da canção, em especial nas partes lentas. “Conviction” tem uma levada cadenciada e bem empolgante, e um solo bem bonito. E falando em solo, em “Empowered by Blasphemy” o Deicide até lembra uma banda de power metal enquanto Santolla debulha seu instrumento. Não sei se é algo bom ou ruim, mas é um fato.
Continuando na análise, “Hang in Agony Until You’re Dead” é talvez a melhor do disco, por ser a mais trabalhada e mostrar todas as faces do Deicide. Por sua vez, a próxima faixa – “Servant of the Enemy – é a mais agressiva e direta. Muito boa. Finalmente, a ótima abertura da música que fecha o trabalho impressiona e, embora o riff durante os cantos não seja nenhuma grandiosidade, o refrão de “How Can You Call Yourself a God” é irresistível. Você berra junto. Grande encerramento para o disco.
A capa é uma pequena obra-prima, em que mostra uma ilustração belíssima e detalhada. Quanto às letras, parecem mais longas. Incrível como o vocalista arruma tanto conteúdo falando do mesmo assunto, o satanismo/anti-cristianismo. O resto do encarte segue obviamente a mesma estética e resulta em algo bem acabadinho.
Em relação ao resultado final do material, tenham em mente uma coisa importante: “To Hell With God” é um tremendo álbum death metal, e portanto, já está entre os grandes do estilo. Entretanto, por ser um álbum do Deicide, soa meio... estranho. Sem levar isso em consideração, vocês estão diante de uma verdadeira aula de metal extremo.
NOTA 9,0
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