Intestinal Disgorge – Depravity
Carnificina Records – 2010 – Estados Unidos
Quem curte um bom gore/grind/splatter com certeza já ouviu falar ou mesmo chegou a acessar um antigo webzine chamado “Carnificina Grindcore”, talvez o mais completo site brasileiro de bandas desses gêneros e suas extensões. Infelizmente há vários anos o site saiu do ar, e quando tudo parecia perdido, aparece o selo Carnificina Records (com o mesmo responsável - Marcelo Medeiros) que, de certo modo, leva adiante o legado deixado pelo zine eletrônico. Ainda bem!!!
E para fãs desses tipos de música tão extrema, o Carnificina (http://carnificina.com/) traz o nome Intestinal Disgorge, que com certeza freqüenta a lista de CDs de suas coleções. Esses americanos anormais começaram a carreira com álbuns bizarros, mas muito bons. Era uma descarga sonora que misturava noisecore com os estilos citados no começo, e um “vocal” que parecia uma mulher desesperada, gritando do mais fundo de seus pulmões, como se estivesse sendo violentamente torturada. Mesmo com uma produção meio tosquinha, ainda digo: “Ah, bons tempos!”
Entretanto, no ano passado o Intestinal Disgorge chegou com esse “Depravity”, que apresenta uma proposta um pouco menos radical, digamos assim. Mas não, não ficou ruim, muito longe disso! Agora a banda traz um som mais encorpado e trabalhado, com ótimos instrumentais, mas com vocais um pouco mais comedidos. Existem aqui ou lá uns ruídos no meio das músicas, mas não como antigamente. Enfim, tornaram-se uma banda menos noise e mais “séria”.
Em “Depravity”, a banda apresenta 60 músicas em quase 45 minutos, com várias introduções que remetem ou ao pornô, ou ao gore. Sim, aqueles sonzinhos de orgasmos e vômitos parecem que nunca irão abandonar a banda.
Destaques? Não sei se seriam exatamente um, mas as faixas “Vomiting Rotten Pussy Giblets” e “Shit Splattered Erection” apresentam um andamento pra lá de estranho, e por que não, original. Elas ficam alterando a velocidade das levadas, do nada, como se fosse um defeito no disco. No mínimo, hilário e exótico. Mas no resto, apresentam músicas curtas, diretas, velozes e sem dúvida, empolgantes. Pornogrind/splatter/gore de muito respeito, e com uma produção muito boa em se tratando desse tipo de música.
Quando ao encarte, destaque para a polêmica capa, que prende a atenção de imediato. É impossível não lembrar da ilustração não censurada do “Tomb of the Mutilated”, do Cannibal Corpse. Só que essa choca um pouco mais, já que a figura parece real. Impressionante. O material não vem com as letras, mas apenas uma mensagem “filosófica” dos malucos. Mas vendo os títulos, percebe-se que continuam afiados quando o assunto é nojeira e escatologia.
Para quem sempre teve receio em adquirir uma coisa tão estranha que é o trabalho da Intestinal Disgorge, agora pode se despreocupar de vez e correr atrás de “Depravity”, o álbum mais maduro dos texanos.
NOTA 8,0
Ah... bons tempos mesmo! Me lembro de tomar muitos banhos ouvindo ao fundo os belos gritos de alguma mulher torturada...
ResponderExcluirLendo sua resenha me lembrei da saudosa Plano B, mais especificamente no momento em que você diz quer as músicas da Intestinal "ficam alterando a velocidade das levadas, do nada, como se fosse um defeito no disco". Qualquer semelhança é mera coincidência? hohohohoho