Trator BR – Verde Amarelo Azul e Preto
Independente – 2009 – Brasil
Quando se pega um CD na mão, a coisa mais óbvia é observar a capa, e enquanto coloca o disco no aparelho de som, já pega o encarte para analisar. Alguns podem achar o nome do grupo meio diferente para os padrões da música extrema e ficar com um pé atrás. No entanto, tranquilizem-se, que Trator BR é destruidor.
Já começo dizendo que a banda, de Bauru, interior de São Paulo, saiu na frente com um material gráfico que é um show. A ilustração da capa é surpreendente, principalmente depois de abrir o encarte: ele se desdobra como um pôster, e quando você observa a figura, percebe que a capa é na verdade apenas um pedaço daquilo tudo. Quanto detalhe, que obra de arte!
Com ótimas impressões iniciais, você coloca o disco para ouvir os sons, já exigindo que ele esteja ao menos no mesmo nível de profissionalismo do material impresso. E aí, a alegria fica completa ao constatar tal fato. Viva! A Trator BR executa um thrash/death metal de muito respeito e bom gosto. O time que compõe o conjunto é realmente bom, e sabendo da responsabilidade que carregam, trazem o forte “Verde Amarelo Azul e Preto”.
As composições são muito bem acabadas, pensadas em cada detalhe e sempre brutais. “No Comando dos Vermes” se sai a melhor do play, direta, muito violenta e com direto a um pequeno solo de bateria de Rafel Graziani no final. Outra cuja levada hardcore empolga demais é “Negação é o Princípio do Fim”, que impregna a mente de forma deliciosa. Esses são apenas dois exemplos da lista das poderosas composições executadas pelo grupo. Tem outras nove no disco!
E já que comecei a falar dos instrumentistas, merecem destaque também os guitarristas Amil Mauad e Ricardo Razuk, uma dupla dinâmica que domina as cordas. Cada solo inspirado e lindo que sai das guitarras...
A gravação também ajuda bastante, e observando esse trabalho como um todo, evidencia-se mais uma vez que o metal extremo brasileiro está tranquilamente entre os mais competentes do mundo.
Falando em brasileiro, aqui, talvez o maior diferencial da banda: letras em português, uma ousadia que funcionou! As letras falam de destruição e pessimismo, bastante densas. Eu, por exemplo, ao ver o título “Matando a Sede com a Urina”, cheguei a rir, mas ao lê-la, a coisa perdeu a graça. O conteúdo é sério mesmo.
Tá aí mais uma boa surpresa que o Brasil apresenta. Para quem nunca ouviu falar, fica essa dica valiosa do thrash/death nacional.
NOTA 9,0
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