Decapitated – Carnival is Forever
Nuclear Blast – 2011 – Polônia
A expectativa chegou ao fim com o lançamento de “Carnival is Forever”, um álbum bastante aguardado pelos fãs da Decapitated, principalmente após a tragédia ocorrida com a banda em 2007, quando um acidente com o ônibus da turnê matou o genial baterista Witold "Vitek" Kieltyka, e deixou o vocalista Adrian "Covan" Kowanek com sequelas.
Bem, e é inevitável (embora eu não goste disso) comparar esse trabalho com o restante da discografia dos poloneses. Apenas para contextualizar, a banda começou com um death metal tradicional (“Winds of Creation” é praticamente perfeito!), tornando-se mais técnico a cada álbum.
Eles, que sempre tiveram como alicerces os riffs muito criativos e as aulas de bateria, evoluíram de um modo que a complexidade das composições criou outra identidade ao conjunto, e fez alguns fãs (como eu) questionarem se a antiga não seria mais interessante.
É óbvio que a banda faz (e sempre deve fazer) o que a agrada. Se as pessoas gostarem ou não, é outra questão, deixo claro aqui.
Pois bem, tudo isso para dizer que em “Carnival is Forever”, o grupo retrocedeu um pouco, e voltou a fazer músicas mais diretas do que complexas. Indiscutivelmente, eles mantiveram a técnica, mas a agora tudo parece fluir melhor, como nos tempos do “Nihility”, que tinha esse equilíbrio.
Os riffs diferenciados continuam firmes, e o baterista Kerim "Krimh" Lechner tem cacife mais que suficiente para estar na Decapitated. Agora, o atual vocalista Rafal Piotrowski, que assumiu uma responsabilidade gigantesca de substituir Covan, parece ter sentido a pressão. Não que ele exerça um trabalho insatisfatório, mas o cantor não parece ter a mesma pegada do antigo vocal. Seu timbre não é tão poderoso, e vai mais para o berrado do que para o gutural. Com isso, a banda perde um certo peso na cantoria.
E de alguma forma, parece que não foi dessa vez que acertaram em cheio a mão nesse play, dada a imensa expectativa que envolvia esse lançamento. Talvez tenha faltado mais do espírito Decapitated.
Contudo, registro aqui que o disco tem ótimas músicas, como “The Knife” (a melhor), “United”, “404” (solinho simples, mas bacana) e “Pest”, por exemplo. É um álbum que certamente agradará fãs do quarteto e de death metal em geral, principalmente se conseguirem abstrair (estou lutando para conseguir) e ver o CD como um disco isolado, não ligado aos álbuns anteriores da Decapitated.
Reforçando: SIM, vale a pena, mesmo não sendo um trabalho de grande destaque na história da banda.
NOTA 8,0
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