quarta-feira, 6 de julho de 2011

Maniac Butcher - Cerná Krev/Sangue Negro

Maniac Butcher - Cerná Krev/Sangue Negro
Mega Therion Records - 1998 - República Tcheca

Aqui, uma aula tcheca de como se faz black metal “real”. A lendária dupla Barbarud Hrom (vocal) e Vlad Blasphemer (todos os instrumentos), que compõe a banda, soltou há 13 anos um dos mais respeitados trabalhos do estilo, e o selo Mega Therion Records fez uma coisa bem interessante ao lançar esse álbum no Brasil: traduziu para o português os títulos intermináveis das músicas, algumas letras e o próprio nome do CD. Iniciativa ousada e muito bem-vinda!
O play é composto por dez canções, três ao vivo. E tome velocidade. Os caras permanecem no blast beat na maior parte do disco, para a felicidade dos mais radicais. Já as guitarras e o baixo fazem o básico, e o vocalista canta do mesmo jeito em todas as músicas: com timbre típico do estilo, logicamente, mas de forma sempre lenta nas palavras. O resultado é bacana.
A qualidade da gravação é meio tosquinha, mas perfeitamente audível, exceto as faixas ao vivo, de qualidade mais inferior. Em outras palavras, é uma produção black típica da época, quando os conjuntos do cenário ainda não tinham grande preocupação em fazer algo mais limpo. Não tem problema, porque isso ficou muito bom em se tratando de Maniac Butcher.
Entre os sons, é válido citar “Intermezzo”, uma instrumental lenta e melancólica, completamente destoante do resto do material, que é pura porradaria.
Agora convenhamos: esses músicos são únicos na cena. O espírito que carregam só consegue se equiparar ao do Vondur (ver resenha aqui). Em outras palavras, composições curiosas e até engraçadas.
E o que pensar de textos como “Apóie a campanha: Sem teclados!! Sem vocais femininos!!”, ou da advertência que fazem ao citar algumas pessoas que alegam terem sido por elas roubados, afirmando que tais seres “devem materiais ou dinheiro durante um tempo bem longo e eles não responderam nossas cartas de urgência. Tenha cuidado com eles”, tudo isso e outras peripécias escritas no encarte??? Por aí, se tem uma noção da mentalidade dos integrantes. Eles querem mesmo é ser true. E conseguem, ao seu modo.
                No fim das contas, “Cerná Krev/Sangue Negro” é bastante convincente e desgraçado. Um produto que vale mais a pena pela curiosidade, mas ainda sim, é bom ter na coleção.
Aqui, um clipe da música “Co Dobré Pro Mne, Dobrým Jest (What’s Good for Me, Tha is Good)”, do álbum “Epitath”, apenas para dar uma noção de como é o trabalho dos açougueiros maníacos. O vídeo é... indescritível! Assistam aí e comentem. Mais true, impossível!

NOTA 7,7

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