domingo, 31 de julho de 2011

LIVRO - O Clube Mefisto – Tess Gerritsen

LIVRO - O Clube Mefisto – Tess Gerritsen
Editora Record - 2010

Resumo da obra: uma detetive e uma patologista tentam desvendar crimes brutais possivelmente ligados ao satanismo. Tá, é mais do que isso, mas o mote básico se restringe a essa descrição.
De verdade? A história demora para engrenar, mesmo com as boas sequências da cena detalhada do crime bárbaro e outras narrativas de ação. A obra segue morna por mais da metade do livro para só então, após mais de 200 páginas, começar a ficar realmente interessante.
E daí para frente, tem-se uma literatura de alto nível e irresistível, um verdadeiro romance policial muito rico e cheio de intrigas. Aliás, o livro é mais policial do que de suspense. O gênero terror, ao contrário do que se esperava, não passou pelas páginas da obra.
E a escrita da autora é bastante prazerosa, com a dose certa entre o informal e o sofisticado. Nisso, ela deu show.
Os destaques ficam para as supracitadas boas sequências das cenas do crime e da autópsia de uma das vítimas, que chamam a atenção pela minúcia das descrições. São cruéis e bem realistas. Fico imaginando o quanto a autora estudou para ir tão a fundo nessas observações patológicas.
Eu poderia dizer que para quem gosta de uma boa investigação, é um prato cheio. De fato, a trama é deliciosa... até chegar nos instantes finais. Aí, a coisa desanda novamente.
O desvendar do mistério é chocho. O(A) assassino(a) é encontrado(a) em um tempo razoável antes do final do livro. Então, você devora mais e mais páginas, aguardando uma reviravolta que fará mudar todas as suspeitas, lendo pistas para desvendar um(a) novo(a) criminoso(a). Só que essa parte não chega. Ela não existe. Aquele(a) era de fato o(a) assassino(a).
Mesmo sendo redundante devido à minha frustração, reforço aqui que não há grande reviravolta no clímax, de modo que o a resolução do problema é simplesmente reta. É estranho, pois outros personagens tinham lá suas razões para serem os suspeitos, e passaram longe da resolução.
E depois de tudo, há um epílogo em que a escritora questiona a existência do mal. Beleza, é até interessante, mas não acrescenta nada ao restante do material. Desnecessário.
Uma pena, pois após a narrativa adquirir um bom ritmo, cheia de ação e suspense, a coisa toda acaba sem graça. E ainda deixou um mistério não respondido, além também de uma questão envolvendo relacionamento em aberto. Tudo estranho, mas sem graça.

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