quinta-feira, 23 de junho de 2011

God Dethroned – Ravenous

God Dethroned – Ravenous
Metal Blade Records – 2001 – Holanda

Em 2010, o underground perdeu uma das maiores bandas death/black do planeta, a God Dethroned, que no mesmo ano pariu o excelente “Under the Sign of the Iron Cross”, uma espécie de retorno às raízes do grupo. Entretanto aqui não falarei (hoje) desse trabalho, mas um que exemplifica essas tais raízes resgatadas – “Ravenous” - lançado há uma década.
Vale um pequeno parênteses sobre a banda. Não tinha me dado conta do tamanho da discografia dos holandeses: 9 full-lengths, além de demo, compilação, split, etc. Ou seja, os caras realmente têm (tiveram) muita estrada caminhada na carreira, passaram por fases, alguns experimentalismos, mas sempre se mantiveram fiéis ao underground.
“Ravenous” é um álbum fabuloso, cruel, violentíssimo, talvez o mais brutal da God Dethroned. As músicas, altamente inspiradas, fazem do grupo um verdadeiro exemplo de como uma banda death/black deve ser. Aqui, cada levada de bateria, cada riff de guitarra e de baixo, cada trecho vocalizado, é de cair (e quebrar) o queixo.
É interessante notar uma “fórmula” que percorre praticamente todas as faixas: partes brutais, depois grande melodia, e insanidade novamente. Se isso não acontece à risca, ainda sim, de alguma forma, existem em algum momento essas partes mais cadenciadas e melódicas. Nesse sentido, lembra bastante o que faz o Vital Remains, embora não com tanta profundidade. Vejam bem, quando falo em partes brutais, são realmente de implodir os tímpanos. Claro, tudo com uma precisão quase cirúrgica.
E aqui, quase todos os sons são destaque: “Swallow the Spikes”, “The Poison Apple (Eve and Serpentio In the Garden of Eden)” (linda), “The Mysteries That Make You Bleed” (petardo, que riffs e solos!), “The Crown For the Morbid” (a melhor) e a faixa-título. Ah, sim, e como não falar das covers de “Consumed By Darkness” (Macabre End) e “Evil Dead” (Death). Excepcionais. Sinceramente? Acho que a versão feita da banda do inesquecível Chuck Schuldiner ficou melhor que a original. Não me apedrejem!
A gravação, apesar de perfeitamente audível, não é lá 100%, mas a energia que os caras colocam nesse trabalho transcende qualquer falha do tipo.
Enfim, “Ravenous” apresenta a melhor fase da God Dethroned, assim como todas as suas faces (ou seriam facetas?). Arrume urgente esse disco e veja do que esses demônios são capazes. Lamentável uma banda desse quilate não mais existir. Para dar um nostálgico gostinho, aqui vai o clipe de “Villa Vampiria”:



Nota 9,4

4 comentários:

  1. Nada a ver com retorno, nada a ver com nada, simplesmente a ver com gosto. Sei lá, o God Dethroned sempre foi a mesma banda com influencias de bandas que o sr não gosta, não sei por qual razão. Sonoridade as vezes mistura com algumas coisa que incomodam as pessoas, pro mais gentis e boas que sejam! Nada particular! (Filosofei ou não?)

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  2. Ah! Finalizando... pois me esqueci disso. O Sr não gosta de muita banda parecida com essa. Aliás, melhores que essa, mas, praticamente com a mesma sonoridade!

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  3. Finalizando de vez, eu amo esse blog!

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  4. Alô, Sr. Anônimo, tudo certo por aí? Cara, antes de mais nada, agradeço imensamente sua visita ao blog e seus preciosos comentários! Acho realmente válido saber o que as pessoas pensam sobre as resenhas, tanto das que concordam quanto das que não concordam. Aliás, as que discordam são até mais interessantes, por exporem outro ponto de vista em relação a determinado disco.
    Bem, e você tem toda a razão, é tudo uma questão de gosto. Sou uma pessoa mais tradicional, não muito fã de misturas de estilos, embora respeite bastante bandas que fazem esse tipo de coisa. Quanto à God Dethroned especificamente, é uma banda que adoro! Curto praticamente toda a discografia dos caras, uns CDs mais, outros menos, mas para mim, será sempre uma das melhores.
    Gostaria por favor que você listasse aqui outras bandas que fazem tocam nesse estilo parecido com o da God Dethroned.
    Mas só uma questão: a nota 9,4 é altíssima, eu só estranhei você falar tudo isso, deu a impressão de que não curto o conjunto! ahah
    Mas enfim, agradeço novamente suas valiosas palavras, de verdade! E cara, se quiser, pode se identificar, prometo que não farei nada! ahahah
    Abração para você, e continue participando e opinando aqui! Valeu!

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