quinta-feira, 16 de junho de 2011

Haemorrhage – Hospital Carnage

Haemorrhage – Hospital Carnage
Relapse Records - 2011 – Espanha

A Haemorrhage tornou-se grande referência em música grind/splatter/gore com o passar dos anos. Sua imensa discografia, entre demos, splits, full-lengths e afins, fê-la tornar-se cult no underground mundial. E após lançar grandes clássicos como “Emetic Cult” e “Grume” (quando foram comparados ao Carcass antigo), além dos bons “Anatomical Inferno” e “Morgue Sweet Home” (para mim, o melhor), colocaram no mercado recentemente “Hospital Carnage”, com mais do mesmo, mas levemente sem sal.
Fiz questão de ouvir todos os full-lengths do grupo (aliás, essa é uma boa sugestão para vocês, é edificante!) antes de escrever qualquer bobagem sobre o CD. Bem, não há dúvidas de que o som continua extremo e sujo, com vocais utilizando efeitos legais e tal, mas convenhamos, os caras deram uma leve amaciada nesse último disco. As músicas estão mais trabalhadas e não há tantos blast beats. Bom, mas o lado bom é que alguns solos, mesmo que toscos, aparecem aqui em maior quantidade. E há, contudo, uma espécie de resgate do clássico goregrind, de bandas como Impetigo e Gut faziam nos anos 90.
                As músicas acabam um tanto parecidas entre si, o que, para fãs, não é ruim, mas para quem estaria conhecendo a banda, não seria muito aconselhável começar por essa obra. Exatamente pela mesmice, destacar uma ou outra é tarefa complicada. Mas deve-se deixar bem claro que essa mesmice NÃO é pejorativa. É tudo bastante pesado e raivoso, como manda o figurino.
E tome carnificina na capa e letras da banda. A fidelidade nesse ponto continua intacta.
Como dito, a produção continua suja, mas bem feita. Entretanto, há um detalhe que incomoda, e não é de hoje: nos momentos mais acelerados das músicas, nos citados blast beats de bateria, ela parece virar um ruído constante e deixa o som muito embolado em que você apenas escuta o bumbo marcando o tempo. Só que o problema, que vinha se arrastando desde “Morgue Sweet Home”, aqui se agravou. Perdeu de vez a graça nesse sentido.
O álbum não é ruim, mas em se tratando de Haemorrhage, esperava-se alguma coisinha mais. Faltou mais brutalidade em “Hospital Carnage”. Vale a pena como última opção da discografia desse pessoal.

NOTA 7,5

No clipe abaixo, a canção de trabalho do CD – "Flesh-Devouring Pandemia":

 

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