A Crunch Delights é mais um bom expoente do nosso Goregrind e acaba de participar de uma coletânea bem barulhenta, ao lado de outros grandes nomes da música extrema nacional, o “Old Grindered Days” (resenha aqui). Quem conversou com o blog foi o guitarrista/backing vocal Yákilli Bryzoll, que também falou de outro petardo do grupo, lançado em 2011, o CD-r “Under.Grind” (resenha aqui). Além dele, completam o horror o vocalista Vúmito, a baixista Monique e o baterista Thiago. Com vocês, a crocância da morte.
Som Extremo: Antes de mais nada, de onde vem o nome da banda?
Yákilli Bryzoll: O nome surgiu a partir do clássico filme de Terror/Aventura “Bas Test” (1987) e sua organização devoradora de cérebros. Nossa primeira ideia para o nome da banda seria ‘’Crunch Delights of the Human Brains’’, mas soava muito extenso, possivelmente seriamos chamados só pelas iniciais (C.D.O.T.H.B),não sei. Aí resolvemos apenas deixar Crunch Delights, nome que gera variadas formas de tradução, deixando mais chamativo, mas usamos como “DELEITE EM TRITURAR”, ao invés de “DELÍCIAS CROCANTES”, como visto no filme.
Som Extremo: Vocês começaram em 2008 e desde o início, sempre quiseram tocar Goregrind, correto? Quatro anos depois, alguma mudança de proposta no que se refere a isso?
Yákilli: Nossa proposta sempre foi fazer um som brutal e ao mesmo tempo ‘’bagaceira’’. Digamos que nos primeiros ensaios com nossa primeira formação (Danilo - baterista) era um som mais direto, mais seco, mais perto do Splatter/Gore Metal. Depois, com o passar dos tempos e ensaios, e a entrada do baterista Marcio, cada um foi trazendo uma ideia e outra, e assim, achamos que chegaria mais perto do Goregrind.
Som Extremo: Em 2011, vocês soltaram o CD-r “Under.Grind” pela Oh My Gore! Records. O que pode falar sobre esse petardo? Como foi a resposta do público ao material?
Yákilli: O que temos a dizer é que ficamos muito felizes por ter lançado esse mateiral, pois abriu portas para vários contatos e nos deu a oportunidade de mostrar nosso humilde trabalho para todos. Foi realmente bem aceito por quem entende do assunto e até mesmo para o público que escuta um som mais extremo/brutal. Tivemos a parceria do Sergin Corpse Gore (O.M.G. Prod.), que nos ajudou nas confecções das capas e na divulgação desse trampo.
Som Extremo: Em minha modesta opinião, a demo conta com uma das melhores – talvez a melhor – dupla vocal que já tive o privilégio de escutar. Existem efeitos ou tudo aquilo é do gogó mesmo?
Yákilli: (Risos) Que bom que você acha isso cara, obrigado mesmo, em nome do Crunch Delights. Para falar a verdade, um bom chefe de cozinha nunca revela seu tempero secreto, certo? (risos) Mas digamos que todo vocal tem seu efeito sim, nada fica perfeito, mas os efeitos que usamos foi de masterização e para dar uma encorpada no som mesmo, tanto é que nos shows vem um pessoal elogiar os ‘pigs’ que a pretinha safada do Vúmito degola nas apresentações (risos). Mas tudo é treino, Para nós, é difícil ensaiar agora, pela distancia e tals, mas tentamos fazer o máximo que pudermos para alcançar o que está no disco.
Som Extremo: Ainda sobre esses vocais, você conseguiu manter a mesma qualidade, mesmo com mudanças de formação - você passou para o novo posto, mas continua como guitarrista. Sério, como conseguiu essa proeza?
Yákilli: Em 2006-2007, eu já tocava em outra banda e me arriscava a dar uns berros, mas até então, no Crunch Delights a intenção era o Vúmito no ‘pig’ e o Yuri no rasgado, e eu só ficar na guitarra. Com a saída de Yuri, tive que ir novamente para o posto de guitarrista e backing vocal, e está sendo bem melhor, porque já tive uma base anteriormente, e agora a parada tá violenta!
Som Extremo: E recentemente foi lançada a coletânea “Old Grindered Days”, com a participação da Crunch Delights. O que pode falar sobre esse material avassalador?
Yákilli: Para nós, foi uma honra estar junto a grandes nomes do Grindcore/Gore/Grind/ Splatter/Noise brasileiro. Nossa intenção para esse disco foi deixar tudo mais sujo e rápido, deixar bem no propósito da coletânea mesmo. O que fizemos no “Under.Grind”, que foi tudo legível, ‘’bonitinho’’, digamos que na “Old Grindered Days” deixamos mais ‘’bagaceiras’’, mas nada que seja muito estranho e diferente para nós, apreciadores dessa verdadeira máquina moer, que é o ‘’Som Extremo’’.
Som Extremo: E com esse disco, pretendem fazer algum clipe? Quais os planos para a Crunch Delights agora? Quando vem o ‘full length’?
Yákilli: A princípio, não. Ainda estamos na fase de divulgação da banda, apesar de estarmos desde 2008 na cena, e só lançarmos nosso material em 2011. Vamos só usar esse material para divulgação sonora, assim como foi com o “Under.Grind”. No entanto, já temos ideia, para metade de 2013, de estar com nosso ‘full’ a caminho. Aí sim, um vídeo para divulgação e, quem sabe, pegar alguns shows no Chile, Uruguai, Paraguai, Argentina, Bolívia etc, ainda mais estando com nossa formação estabilizada, com Monique (baixo) e Thiago (bateria).
Som Extremo: A cena musical extrema no Sul talvez ainda seja a maior do país atualmente. Concorda com isso? Você acha que continua tão ou mais forte do que antes?
Yákilli: Aqui sempre teve ótimas bandas, até mesmo a maior banda atualmente do Brasil é daqui do sul , a Krisiun. Aqui existem muitas bandas, mas tem poucas na ativa. É muita correria, cara, sem apoio, local bom para você agilizar um show, fica tudo muito difícil. Acho que é por isso que muitas não existem mais ou estão paradas, muitas lendas do Metal extremo são daqui: Necrotério, Hecatomb, Imperious Malevolence, Infernal, Fornication etc. Aliás, muito bom ter isso como influência e referência.
Som Extremo: O Brasil tem muitas bandas de Goregrind consagradas aqui e lá fora, como Rotting Flesh, Flesh Grinder e Lymphatic Phlegm, e agora, outra boa leva está surgindo para levar essa bandeira adiante, como vocês e o Harmony Fault, por exemplo. Você sente o peso dessa responsabilidade? Como lida com isso?
Yákilli: Para nós, talvez um dia isso possa ser verdade, mas ainda é muito cedo. Não lhe garanto que vamos conseguir ter o mesmo renome, igual dos mestres citados, mas posso adiantar que não vamos desistir de correr atrás. O mais importante é isso. É de muito mérito ter bandas que estão na ativa ainda sem desistir, com quinze, vinte anos de carreira, porque tudo é muito corrido e difícil. Agora estamos vendo bem essa realidade, mas para nós é muito bom sermos comparados dessa maneira, porque sabemos que estamos no caminho certo.
Som Extremo: Valeu pela entrevista! Por favor, deixe suas nojeiras finais!
Yákilli: Brother, obrigado mais uma vez pela oportunidade de expor o nome do Crunch Delights no seu blog. Cada postagem é uma satisfação para a gente. Obrigado a todos que apoiam, vão aos shows, compram as camisetas e CDs da banda. Obrigado em especial a todos os nossos amigos que vão nas viagens, excursões, vans, micro-onibus, caravanas dú amô, e galera do Bonde JJ (Jeral junto). Valeu mesmo, muito foda contar com a amizade de todos.
AbraxXx
VÚMITO (VOCAL)
YÁKILLI (VOCAL-GUITARRA)
MONIQUE (BAIXO)
THIAGO (BATERIA)
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