Decomposing Serenity - Corpses in the Attic, Toys in a Shallow Grave
(7’’ EP)
Black Hole Productions – 2012 – Austrália/Estados Unidos (atualmente)
Primeiramente,
faltam palavras para descrever a emoção em ter na coleção material em vinil, no
caso, de 7’’, um investimento feito por selos que ainda acreditam no seu inigualável
charme. A Black Hole Productions (www.blackholeprods.com)
é um desses e novamente está de parabéns pela iniciativa.
Falando da parte
visual, a capa, embora não tenha nada de sanguinário, é morbidamente impactante
e causa um desconforto em quem a vê. O restante arte gráfica mantém sua beleza,
um incômodo que prolonga sua admiração.
Falar do
Goregrind executado por essa one-man-band é diversão garantida. Caos, quanto
caos no som criado pela mente insana de Witter Cheng! No lado A, seis composições
gravadas em 2011 e, no B, cindo faixas de 1995, da demo “Rectify the Anal
Bombshell”, nunca lançadas. Ou seja: essa quantidade limitada de quinhentas
unidades é ou não um verdadeiro item de colecionador?
E abrindo o
material de forma ensurdecedora, “Why did you put Candy in the Cadaver?”
(título sensacional!) desce a lenha na porradaria típica do estilo, mas com uns
experimentos de guitarras curiosos no meio. Essa experiência se repete na
seguinte, “Please Bleed into my Mouth” (outro título doentio), ou seja,
Goregrind bruto com barulhos esquisitos, que combinam com a barulheira.
Essa estética
sonora segue por todo o lado A e causa uma boa impressão, mesmo com a qualidade
da gravação extremamente suja. Dá a impressão inclusive de que o “grupo” beira
o Noisecore. Pois bem, quando você está no clima do disquinho, ele subitamente
acaba... sem desânimo, temos o lado B!!!
É nele que,
curiosamente, a gravação está muito melhor. Os pedais duplos de “Hiding Beneath
the Urine Residue” assustam pelo peso e dão origem a uma música instrumental introdutória
potentíssima e viciante, levemente menos extremo do que o outro lado do disco.
Depois dela, a
faceta mais violenta da Decomposing Serenity reaparece com “Directed Views on
Distorted Wounds” e... bom... simplesmente comove. É um Goregrind de gente
grande! As outras canções restantes, embora levemente mais trabalhadas do que
as registradas em 2011, são paulada pura, ditadas por um peso descomunal da
guitarra. Há mais variações rítmicas, mas prezando sempre pela agressividade.
Uma curiosa
coincidência: A última música tem o nome de “Black Hole Pulsations”. Seria
alguma homenagem à gravadora que lançou este petardo? Difícil, já que, como
dito, é de 1995, enquanto a Black Hole Productions é de 2002. Mas que o fato é
espantoso, isso ninguém nega.
E novamente,
quando menos se esperava, o EP termina. Pena que seja tão curto, mas a saída
mais óbvia é recomeçar tudo e pirar. Uma pena o material não vir com letras,
uma vez que os mencionados títulos, impagáveis, instigam o ouvinte. Recomendado
até a última gota de sangue jorrado das tripas.
Nota 8,0
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