The Black Coffins - Dead Sky Sepulchre
Black Hole Productions – 2012 - Brasil
Sabe quando
você coloca um CD para rolar e subitamente você sente um frio na espinha, como
um mal pressentimento? Pois é... eis o sentimento que a Black Coffins passa ao ouvinte.
Mas calma, o mal pressentimento é justamente o contrário: você é possuído por
uma vontade louca de aumentar o volume sem se importar com os outros ao redor.
O Death Metal
totalmente ‘old school’ executado pelo quarteto paulistano hipnotiza por seu
peso e levadas empolgantes, sem precisar de ‘blast beats’ para soar brutal.
Sinistro é o fato de a banda ter cerca de apenas dois anos – quase três - e já
ter no seu ‘debut’ mais uma certeza de que o Metal da morte irá perdurar por muito
tempo no país. Sim, a banda é mais do que digna de carregar essa bandeira!
E coube à
Black Hole Productions (www.blackholeprods.com)
acreditar no conjunto relativamente iniciante para colocar o trabalho no
mercado. Um tiro certeiro!
O disco,
envolto em uma atmosfera negra, ainda conta com participações especiais de peso
como James (Facada) e Marissa Martinez (Repulsion, Cretin), entre várias
outras. Quer mais respeito que isso?
O vocal de Vakka
fica entre o meio termo entre o berro e o urro, mas em praticamente todo o trabalho,
devido aos convidados no gogó, parece haver uma sobreposição de vozes que é arrepiante,
quase satânico!
A primeira
música (após a introdução “Dead Sky Burial”), “Chambers of Eternal Sleep”, já
finca as garras no aparelho auditivo dos pobres ouvintes com sua levada no
melhor estilo Obituary. As que vêm na sequência, “Below the Roots” e “Carve The
Host”, também carregam essa pegada bruta.
Na faixa “The
Last Spectral Convoy”, aquela velocidade um tanto cadenciada dá lugar a uma
porradaria catastrófica, enquanto “Transition: Compulsory” é outra que
“perturba” e praticamente obriga qualquer headbanger levantar e começar a se
debater. Que brutalidade! E o ápice da velocidade chega com “Dead Planets”, a
única a apresentar os já mencionados ‘blast beats’. Grande som!
Uma pausa para
falar do trabalho gráfico fantástico, prensado em papel fosco, o que gerou um
efeito visual lindo, sem contar as ótimas capa e fotos do material. Um capricho
a cargo da Viral Graphics, com direção de arte de Fernando Camacho, aquele.
E antes do
encerramento com a faixa-título (num clima de enterro), aparece a fúnebre “The
Cryptborn”. Seu riff inicial é de uma melancolia sem igual.
Denso, obscuro
e poderoso, “Dead Sky Sepulchre” te levará a um caminho sem volta para o
maldito Death Metal raiz. Acabou o disco? “Play” novamente, sem dó!
Nota 9,0
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