Dynahead – Chordata I
Ms Metal Records/Voice Music – 2013 – Brasil
O dever (mesmo
sendo um hobby) chama. Logo, não se pode amolecer o coração. Pois vamos lá,
começando pela parte boa. A banda do Distrito Federal, que se autointitula Progressive
Thrash Metal, já encara seu terceiro
‘full length’. Parabéns pelo feito.
E esse
material acaba de sair num digipack lindíssimo, daqueles que dá gosto de
admirar a arte e o encarte. Isso porque, ao contrário do “tradicional” na
música extrema, a capa (e toda a parte gráfica) sai do lugar comum – caveiras,
sangue, cores escuras - e traz algo bem caprichado, colorido, muitíssimo bem
desenvolvido. Sério, que coisa linda isso!
Outro primor:
a qualidade da gravação. Uma beleza, cristalina, mas mantendo o peso necessário
que as composições pedem.
Por fim, a
técnica que os músicos esbanjam também é digna de elogios. Nota-se que investir
na ousadia é, talvez a maior característica de “Chordata I”. E é aqui, nessa
audácia, que o trem começa a desandar...
Talvez seja o
excesso de ideias e experimentalismos que os integrantes quiseram registrar em
um único CD, mas simplesmente não funcionou. A sonoridade vai de um extremo ao
outro o tempo todo, de algo brutal para uma baladinha. Pense naqueles trechos
empolgantes, porrada de rachar paredes, que o headbanger está pirando e,
repentinamente (mesmo), tudo muda de figura, como se tivessem tirado o disco do
aparelho e colocado outro romântico. É assim! Dá para imaginar a frustração?
Ouça “Dawn Mirrored in Me”, por exemplo. Só isso.
Em
determinados momentos das faixas – e são muitos -, o negócio parece deixar de
ser Rock/Metal para se tornar uma... boy band! Exatamente, tem tanta coisa
melodiosa e acústica aqui, que o negócio beira o insuportável. Uma sala indigesta
demais. Os vocais limpos e depressivos são descartáveis.
Enfim, devido
a tudo isso, o grupo vai para todos os lados e se desencontra. Não existe uma
unicidade no trabalho. É um dos álbuns que, particularmente, mais constatei
desperdício de talento.
Para quem quer
conhecer um som ultra alternativo – tem até samba lá -, é só ir em frente.
Nota 5,0
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