God Dethroned - Under the Sign of the Iron Cross
Metal Blade Records/Shinigami Records – 2010/2013 (relançamento) -
Holanda
O canto do
cisne da banda é simplesmente uma obra-prima! Ao mesmo tempo em que o trabalho
fascina, ele também entristece, no sentido de lembrar que se trata do último
dos holandeses, tão admirados no underground. Como consolo, vale seu lançamento
nacional pela grande Shinigami Records (www.shinigamirecords.com.br).
Quem
acompanhou a trajetória do grupo sabe de suas mudanças no direcionamento
musical, envolto no Death Metal ora brutal, ora melódico. “Under the Sign of
the Iron Cross” é uma espécie de retorno à fase mais extrema do conjunto. E põe
extrema nisso. Para os fãs da fase do disco “Ravenous” (perfeito!), esse aqui é
um prato transbordando!
Após a
abertura com cadência marcial em “The Declaration of War”, entra a sanguinária
e maravilhosa “Storm of Steel”, que mostra que a velocidade continua intacta na
banda.
E para não
restar dúvidas sobre a afirmação, é bom checar a faixa seguinte, “Fire Storm”,
tão (ou mais) violenta quanto a anterior. Sem descanso, sem partes lentas!
A
monstruosidade continua, agora com “The Killing is Faceless”, com destaque, em
determinado momento, para os bumbos ultra-rápidos do baterista Michiel van der
Plicht: ignorante o menino!
Uma veia Black
Metal, que também sempre acompanhou os caras, ganha contornos mais firmes na
faixa-título, com riffs caprichados, que parecem invocar o tinhoso. O belo
final, com direito a piano e melodias melancólicas, enriquece ainda mais a
canção.
Depois, vem “Chaos
Reigns at Dawn” e – lógico – traz o apocalipse para os ouvidos. Só porradaria,
também com mais evidências Black. Fantástica!
O momento mais
trabalhado vem com “Through Byzantine Hemispheres”. São arranjos bem legais,
regados a muito peso e bom gosto.
O tempo passa
rápido: já estamos na penúltima composição, “The Red Baron”, que volta a
metralhar os tímpanos. E o solo.... ah, o solo... de tirar o chapéu e encher os
olhos” Outra preciosidade desse disco fabuloso, também com um lado Black mais
acentuado.
Pra acabar com
tudo, a belíssima “On Fields of Death & Desolation”, inspirada, grandiosa,
magnífica. As alternâncias de clima, em momentos mais lentos e outros mais
absurdamente rápidos, tornam esse som um dos melhores do CD.
O timbre das
guitarras se assemelham um pouco ao do da Morbid Angel, o que, em dados
momentos, remete ao quarteto da Flórida, nos Estados Unidos. Mas a semelhança
não vai muito além disso.
Parte gráfica
lindíssima e gravação fabulosa. Simples assim. O álbum merece estar
tranquilamente entre os melhores lançamentos da God Dethroned. Escutando-o,
fica a inconformidade de tanto talento cessar suas atividades. Injusto. No
entanto, uma coisa é certa: esses deuses aqui, que nos abandonaram, jamais
serão destronados.
Nota 9,0
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