terça-feira, 2 de abril de 2013

God Dethroned - Under the Sign of the Iron Cross


God Dethroned - Under the Sign of the Iron Cross
Metal Blade Records/Shinigami Records – 2010/2013 (relançamento) - Holanda


O canto do cisne da banda é simplesmente uma obra-prima! Ao mesmo tempo em que o trabalho fascina, ele também entristece, no sentido de lembrar que se trata do último dos holandeses, tão admirados no underground. Como consolo, vale seu lançamento nacional pela grande Shinigami Records (www.shinigamirecords.com.br).
Quem acompanhou a trajetória do grupo sabe de suas mudanças no direcionamento musical, envolto no Death Metal ora brutal, ora melódico. “Under the Sign of the Iron Cross” é uma espécie de retorno à fase mais extrema do conjunto. E põe extrema nisso. Para os fãs da fase do disco “Ravenous” (perfeito!), esse aqui é um prato transbordando!
Após a abertura com cadência marcial em “The Declaration of War”, entra a sanguinária e maravilhosa “Storm of Steel”, que mostra que a velocidade continua intacta na banda.
E para não restar dúvidas sobre a afirmação, é bom checar a faixa seguinte, “Fire Storm”, tão (ou mais) violenta quanto a anterior. Sem descanso, sem partes lentas!
A monstruosidade continua, agora com “The Killing is Faceless”, com destaque, em determinado momento, para os bumbos ultra-rápidos do baterista Michiel van der Plicht: ignorante o menino!
Uma veia Black Metal, que também sempre acompanhou os caras, ganha contornos mais firmes na faixa-título, com riffs caprichados, que parecem invocar o tinhoso. O belo final, com direito a piano e melodias melancólicas, enriquece ainda mais a canção.
Depois, vem “Chaos Reigns at Dawn” e – lógico – traz o apocalipse para os ouvidos. Só porradaria, também com mais evidências Black. Fantástica!
O momento mais trabalhado vem com “Through Byzantine Hemispheres”. São arranjos bem legais, regados a muito peso e bom gosto.
O tempo passa rápido: já estamos na penúltima composição, “The Red Baron”, que volta a metralhar os tímpanos. E o solo.... ah, o solo... de tirar o chapéu e encher os olhos” Outra preciosidade desse disco fabuloso, também com um lado Black mais acentuado.
Pra acabar com tudo, a belíssima “On Fields of Death & Desolation”, inspirada, grandiosa, magnífica. As alternâncias de clima, em momentos mais lentos e outros mais absurdamente rápidos, tornam esse som um dos melhores do CD.
O timbre das guitarras se assemelham um pouco ao do da Morbid Angel, o que, em dados momentos, remete ao quarteto da Flórida, nos Estados Unidos. Mas a semelhança não vai muito além disso.
Parte gráfica lindíssima e gravação fabulosa. Simples assim. O álbum merece estar tranquilamente entre os melhores lançamentos da God Dethroned. Escutando-o, fica a inconformidade de tanto talento cessar suas atividades. Injusto. No entanto, uma coisa é certa: esses deuses aqui, que nos abandonaram, jamais serão destronados.

Nota 9,0

Nenhum comentário:

Postar um comentário