quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Helllight – No God Above, no Devil Below

Helllight – No God Above, no Devil Below
Solitude Productions – 2013 – Brasil


Quase oitenta minutos de depressão... que alegria! Porque o som desses caras é, sem sombra de dúvida, um dos melhores Doom Metal nacionais atualmente! Ou, como eles preferem chamar, Funeral Doom Metal.
E esses paulistas não estão para brincadeira. É só dar uma olhada na discografia – esse é o quarto ‘full lenght’. Portanto, toda a experiência do grupo, surgido em 1996, conta fortemente no recente registro.
A mais viciante certamente é “Unsacred” que, da metade pra frente, conta com um baita riff marcante, que se aloja na mente e não há quem o tire de lá. Incrível! Outra com essa capacidade hipnotizante é “Legacy of Soul” e seu viciante e melancólico refrão “and my eyes are fading away/while I am bleeding light”.
Aliás, o bom gosto e os ótimos arranjos de cada faixa – isso inclui a introdução – garantem um trabalho homogêneo, nivelado bem por cima. Pois é, o clima denso e a velocidade extremamente vagarosa não abandonam o CD em nenhum momento (não existem passagens velozes) e o vocal limpo, em contraponto com o gutural (usado na maior parte do tempo), resulta em um dos pontos fortes aqui. Outro é o equilíbrio entre os riffs mais agressivos e pesados e aqueles com uma leve melodia. O fato pode ser constatado também na mencionada  “Unsacred”.
Apesar de atualmente serem um quarteto, no disco, constam como integrantes apenas Fabio de Paula (guitarra/vocal/teclado) e Alexandre Vida (baixo). E não há nenhuma menção a um baterista. Será que foi usado o instrumento programado? Em caso afirmativo, fizeram a lição de casa, pois tudo parece bem natural.
Belíssimo, o álbum é uma excelente experiência e nasceu para estar no topo dos grandes lançamentos brasileiros de 2013. “Só” isso. Nenhum deus acima. Nenhum demônio abaixo. Apenas a Helllight na Terra.

PS: Apenas uma constatação bastante pessoal: até hoje, marcaram-me, no Doom Metal, apenas três trabalhos: “As the Flower Withers” (My Dying Bride), “Serenades” (Anathema) e uma demo da Adágio, de Araraquara/SP, que nem lembro mais o nome. Agora, essa pérola entra na minha lista.

Nota 9,0


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