Bom, por pura preguiça e porque a
Nile está completando vinte anos de atividade em 2013, vou postar essa antiga resenha,
uma das minhas primeiras que fiz para o saudoso portal Novo Metal, do meu
amigo Matheus Vieira. Há algumas atualizações, já que foi escrita na época do
lançamento do disco.
Nile - Those
Whom The Gods Detest
Nuclear
Blast/Laser Company - 2009
O desafio é: o
que mais dizer da Nile, a melhor banda de death surgida nos anos 90 (acho que
muitos concordarão comigo), possuidora de uma senhora discografia de qualidade,
sendo um álbum mais brutal que o outro? Ok, chega de empolgação, vamos a “Those
Whom The Gods Detest”.
A banda já
abre com a espetacular “Kafir”, faixa que já exibe todas as características do
grupo: técnica extrema, muita velocidade mesclada com um pouco de ‘groovie’,
guitarras pesadíssimas, riffs maravilhosos, vocais guturais na medida certa e
solos perfeitos. Sim, é a Nile de sempre! Assim como a Vader, os americanos têm
aquele jeitão único no Death Metal. Você sabe quando é um som dos caras.
Seguindo com o
CD, a próxima porrada é “Hittite Dung Incantation”. A velocidade de George
Kollias na bateria é tão absurda que quem não conhece pode duvidar que seja um
humano fazendo aquilo. Para os curiosos, basta assistir a alguns de seus vídeos
You Tube, e a pessoa nunca mais será a mesma. Faixa perfeita.
As seguintes,
a cadenciada “Utterances of the Crawling Dead” e a variável faixa-título,
apenas ajudam a evidenciar a atmosfera do álbum, com as alternações entre
músicas mais e menos brutais. Dentro disso, aqueles sons egípcios bem típicos
do grupo. Aliás, impressionante como casam bem esses temas com a brutalidade.
Agora, falando
da quinta música, “4th Arra of Dagon”: o canto que fecha a faixa é espetacular ao
juntar um “coral” gutural com as machadadas, digo, palhetadas em andamento
lento com a bateria. Essa é para os fãs berrarem nos shows até seus pulmões saírem
pelos ouvidos (pelas bocas seria fácil demais)! Isso já garante mais um hino
para a Nile. É a “Creeping Death” (Ride the Lightining - Metallica) do CD.
Depois do
fôlego recuperado, é a vez de “Permitting the Noble Dead to Descend to the
Underworld”, avassaladora e, em determinado momento, com um riff agudo
maravilhoso, perfeitamente combinado com o andamento da música. Como músicos, cada
um se destaca ao seu modo – o batera George Kollias, um dos mais velozes e
técnicos do mundo; o carismático Karl Sanders e toda a sua criatividade nas
composições, e seu parceiro Dallas Toler, outro grande cérebro do conjunto.
Descanso em
“Yezd Desert Ghul Ritual in the Abandoned Towers of Silence”, e na sequência,
outra pedrada: “Kem Khefa Khesef”, cujos riffs misturam palhetadas a milhão com
uma leve melodia, e mais uma vez, faz a coisa toda funcionar.
Depois dela, a podridão continua: é a vez de “The Eye of Ra”, que
lembra muito em determinados momentos a “The Essential Salts”, do trabalho
anterior, “Ithyphallic”. Magnífica também.
E para fechar, vem a
bela “Iskander dhul Kharnon”, que também alterna ritmo e melodia, uma faixa de
final de CD mesmo. Brilhante.
As músicas em
geral são longas, várias passando dos cinco minutos, mas é tudo tão fodido
nesse álbum, que você nem percebe que sua duração de quase uma hora já passou. Estou
tentando achar algo de negativo para falar, mas não encontro. Bom, pra dizer a
verdade, tem um detalhe: a qualidade da gravação em si está mais lapidada do
que em todos os trabalhos anteriores, limpinha demais talvez. Mas de modo algum
isso tira o brilho e a qualidade do álbum. Enfim, é um crime esse CD ser
retirado do aparelho de som!
Nota 10,0
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