sábado, 10 de agosto de 2013

Nile - Those Whom The Gods Detest

Bom, por pura preguiça e porque a Nile está completando vinte anos de atividade em 2013, vou postar essa antiga resenha, uma das minhas primeiras que fiz para o saudoso portal Novo Metal, do meu amigo Matheus Vieira. Há algumas atualizações, já que foi escrita na época do lançamento do disco.

Nile - Those Whom The Gods Detest
Nuclear Blast/Laser Company - 2009


O desafio é: o que mais dizer da Nile, a melhor banda de death surgida nos anos 90 (acho que muitos concordarão comigo), possuidora de uma senhora discografia de qualidade, sendo um álbum mais brutal que o outro? Ok, chega de empolgação, vamos a “Those Whom The Gods Detest”.
A banda já abre com a espetacular “Kafir”, faixa que já exibe todas as características do grupo: técnica extrema, muita velocidade mesclada com um pouco de ‘groovie’, guitarras pesadíssimas, riffs maravilhosos, vocais guturais na medida certa e solos perfeitos. Sim, é a Nile de sempre! Assim como a Vader, os americanos têm aquele jeitão único no Death Metal. Você sabe quando é um som dos caras.
Seguindo com o CD, a próxima porrada é “Hittite Dung Incantation”. A velocidade de George Kollias na bateria é tão absurda que quem não conhece pode duvidar que seja um humano fazendo aquilo. Para os curiosos, basta assistir a alguns de seus vídeos You Tube, e a pessoa nunca mais será a mesma. Faixa perfeita.
As seguintes, a cadenciada “Utterances of the Crawling Dead” e a variável faixa-título, apenas ajudam a evidenciar a atmosfera do álbum, com as alternações entre músicas mais e menos brutais. Dentro disso, aqueles sons egípcios bem típicos do grupo. Aliás, impressionante como casam bem esses temas com a brutalidade.
Agora, falando da quinta música, “4th Arra of Dagon”: o canto que fecha a faixa é espetacular ao juntar um “coral” gutural com as machadadas, digo, palhetadas em andamento lento com a bateria. Essa é para os fãs berrarem nos shows até seus pulmões saírem pelos ouvidos (pelas bocas seria fácil demais)! Isso já garante mais um hino para a Nile. É a “Creeping Death” (Ride the Lightining - Metallica) do CD.
Depois do fôlego recuperado, é a vez de “Permitting the Noble Dead to Descend to the Underworld”, avassaladora e, em determinado momento, com um riff agudo maravilhoso, perfeitamente combinado com o andamento da música. Como músicos, cada um se destaca ao seu modo – o batera George Kollias, um dos mais velozes e técnicos do mundo; o carismático Karl Sanders e toda a sua criatividade nas composições, e seu parceiro Dallas Toler, outro grande cérebro do conjunto.
Descanso em “Yezd Desert Ghul Ritual in the Abandoned Towers of Silence”, e na sequência, outra pedrada: “Kem Khefa Khesef”, cujos riffs misturam palhetadas a milhão com uma leve melodia, e mais uma vez, faz a coisa toda funcionar.
Depois dela, a podridão continua: é a vez de “The Eye of Ra”, que lembra muito em determinados momentos a “The Essential Salts”, do trabalho anterior, “Ithyphallic”. Magnífica também.
E para fechar, vem a bela “Iskander dhul Kharnon”, que também alterna ritmo e melodia, uma faixa de final de CD mesmo. Brilhante.
As músicas em geral são longas, várias passando dos cinco minutos, mas é tudo tão fodido nesse álbum, que você nem percebe que sua duração de quase uma hora já passou. Estou tentando achar algo de negativo para falar, mas não encontro. Bom, pra dizer a verdade, tem um detalhe: a qualidade da gravação em si está mais lapidada do que em todos os trabalhos anteriores, limpinha demais talvez. Mas de modo algum isso tira o brilho e a qualidade do álbum. Enfim, é um crime esse CD ser retirado do aparelho de som!

Nota 10,0

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