quinta-feira, 30 de junho de 2011

Necrophobic – Darkside

Necrophobic – Darkside
Black Mark Production – 1997 – Suécia

Mais black metal  sueco por aqui, e não é o Dark Funeral ou o Marduk. Bom, cá entre nós, a Necrophobic não está lá no mesmo patamar das citadas bandas, mas ainda sim, seu desempenho nesse “Darkside” é muito bom.
A banda faz um som bem tradicionalzão, não prioriza a velocidade extrema em suas composições, mas ainda sim, são rápidos pra burro. Aliado a isso, o material é melodioso, e está envolto em uma atmosfera mórbida e melancólica.
Todas as músicas, inclusive as instrumentais com teclados e pianos, são cativantes, com destaques para “Black Moon Rising” (boa faixa de introdução do CD), “Spawned by Evil” (que patada!), “Bloodthirst” (levada típica do black), a própria faixa-título e sua várias levadas, “The Call” (sonzaço), “Nifelhel” (instrumental triste, mas linda) e a que fecha – “Christian Slaughter” - com um final que por alguma estranha razão me lembra um som do game de PC “Doom”.
Duas boas características apresentadas pela Necrophobic aqui: a primeira é sua destreza na mudança de ritmo das músicas. Essas ocorrem de uma forma até inesperada, mas que soa bastante agradável. Em outras palavras, essas variações não causam estranhamento em quem escuta o play.
E em segundo lugar, os solos são muito bacanas, criativos e bem encaixados no instrumental. Um diferencial interessante.
A qualidade da gravação não é nada de excepcional, mas também está longe de ser ruim. Eu acrescentaria mais peso a todos os instrumentos basicamente. Mas isso merece um descontinho, já que o álbum foi feito há quase 15 anos.
A verdade é que o som executado pelo conjunto é verdadeiro, feito na raça. Competentes eles são, mesmo fazendo um black sem novidades. E não merecem ficar à sombra de nenhuma outra banda consagrada do gênero, já que trilham seu caminho sem querer copiar ninguém.

NOTA 7,8


quarta-feira, 29 de junho de 2011

Arch Enemy – Khaos Legions

Arch Enemy – Khaos Legions
Shinigami Records – 2011 - Suécia

Shinigami Records (www.shinigamirecords.com.br) mais uma vez trazendo bons barulhos para o Brasil! Lançado há cerca de um mês, o petardo é de muito respeito: Arch Enemy, que veio para continuar sua saga. O material chegou hoje, e já fui no embalo!
Não tenho vergonha de dizer que conheci apenas o primeiro álbum da banda, quando o vocal ainda era feito por um homem, e a proposta até então era fazer um som mais direto e extremo do que esse aqui. É óbvio que de lá para cá, muita (muita mesmo) coisa mudou, e dito isso, a análise será feita sem nenhuma comparação com qualquer outro trabalho do grupo; um olhar de quem é “de fora”, vamos dizer assim.
Quantas bandas com vocal feminino você conhece? E com cantoras que não fazem o vocal limpinho? Diminuiu a quantidade consideravelmente, né? Agora, quantas você conhece com essa característica e que conseguiram sucesso absoluto? Bem, dá para contar nos dedos, e talvez a maior de todas seja a consagrada Arch Enemy, sinônimo de qualidade sonora. E o status alcançado pela banda não foi à toa.
O som basicamente remete ao death/thrash melódico com muitos elementos heavy. Tudo bastante contemporâneo e claro, bem executado. Virtuosismo também é uma grande característica de “Khaos Legions”. As músicas em geral têm andamentos lentos, profundos e complexos. E o lado melódico do conjunto vem carregado.
Desde a introdução instrumental de “Khaos Overture”, passando pelas ótimas “Yesterday Is Dead and Gone”, “No Gods, No Masters” (com uma veia mais pop), “City of the Dead” (pegada muito boa – uma das melhores), “Through the Eyes of a Raven” (agressiva), “Cruelty Without Beauty” (uma das poucas com blast beats, assim como “Cult of Chaos”), e “Vengeance Is Mine” (violenta, e com um grande trabalho de bateria), tudo é bastante inspirado e belo, às vezes até certinho demais. É válido dizer que cada faixa tem uma particularidade que se destaca no disco.
Qualidade sonora perfeita. Quanto à capa, uma obra-prima. E todas as artes do livrinho também são sensacionais, no nível que a banda merece. Tudo de encher os olhos mesmo. Detalhe curioso (e banal): a fonte das letras utilizadas no encarte é igual à da arte aqui do logotipo do Som Extremo! Certeza que eles viram, gostaram e quiseram fazer igual! Ahahahah
A verdade é que não sou fã disso aqui, mas o talento da Arch Enemy é inquestionável. Se estão no topo, é porque merecem. Um trabalho excelente.

NOTA 9,0


terça-feira, 28 de junho de 2011

Sinister – Aggressive Measures

Sinister – Aggressive Measures
Nuclear Blast – 1998 - Holanda

Os holandeses do Sinister já são mais do que consagrados no submundo da música extrema. Seu death brutal é marcante. O grupo lançou vários clássicos através dos anos (e da infinidade de mudanças de formação em que no final das contas, o baterista Aad virou vocalista) e claro, já garantiu seu lugarzinho lá no céu, digo, no hell.
“Aggressive Measures” é violentíssimo e bem produzido. Desde a capa, passando pelo encarte, e claro, pelas músicas, o grupo mostra mais do que nunca do que a maturidade é capaz.
Após uma introdução bela e sinistra (com o perdão do trocadilho) de “The Upcoming”, o massacre tem início com a faixa-título, a melhor do CD. Depois, a bem trabalhada e extrema “Beyond the Superstition” vem para tirar o fôlego. A quarta composição, “Into the Forgotten”, mostra um lado ainda mais trampado, mas ainda agressivo com suas várias mudanças de ritmo. E já passamos da metade do disco com “Enslave the Weak”, cujos destaques são as guitarras e seus inspirados riffs.
O trabalho menos veloz é “Fake Redemption”, com guitarras pesadíssimas e bumbos duplos infernais. “Chained in Reality” não deixa a peteca cair, e também apresenta boa estrutura, sempre calcada na brutalidade. Na sequência, a desgraçada “Emerged with Hate” e sua incrível velocidade, a mais direta do disco. “Blood Follows the Blood” fecha de forma magistral o trabalho, mesclando todas as boas características do Sinister: bons riffs, vocais insanos, e bateria que mistura batidas cadenciadas com ultraviolentas.
Deve-se dar os devidos méritos à banda, que realmente cresceu com o passar dos anos. A experiência de mais de 20 anos de estrada mostrou que os caras evoluíram. É só comparar, por exemplo, os trabalhos de guitarra dos primeiros álbuns com os desse (tão falado aqui hoje) e claro, também com os dos posteriores. Tirem suas conclusões.
Com o último lançamento – “Legacy of Ashes” (2010) - o grupo deixou mais evidente sua veia melódica, algo que na verdade já tem aparecido nos seus últimos álbuns. Agora se isso agradou a todos, já seria outra discussão, que não cabe aqui na resenha. O fato é que o som se diferencia consideravelmente de “Aggressive Measures” e os anteriores.
Bom, mas enfim, vale reforçar que esse trabalho aqui é um dos melhores de toda a discografia do Sinister, e uma boa referência na música extrema mundial.

NOTA 9,0

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Decomposed God – The Last Prayer

Decomposed God – The Last Prayer
Independente – 2000 - Brasil

Pensem numa banda altamente inspirada e competentíssima. Pensem em um verdadeiro orgulho death metal nacional. E agora, pensem na injustiça por tal banda não ter o merecido reconhecimento. Bom, os pernambucanos da Decomposed God fazem parte dessa realidade. “The Last Prayer” é um dos melhores álbuns death que o país já teve. Suas músicas são de uma riqueza imensurável.
Assim como John Tardy, que tem um timbre de voz único no Obituary, o vocalista Alberto também possui tal singularidade. As vozes não se parecem, para registro. Inclusive o cantor da Decomposed God vocifera com um timbre mais gutural, que parece cantado para dentro. Exótico e original no mínimo.
Agora vamos ao instrumental. O baterista Murilo Nóbrega, que apenas gravou o CD (provavelmente músico de estúdio), e foi substituído por Wagner, é espetacular. O cara domina tudo e mais um pouco. Brinca com a velocidade e as inúmeras variações do estilo. De dar inveja a muitos bateras de grandes bandas por aí. Das guitarras de Marco e Alejandro, nascem riffs e solos belíssimos. E o baixista Jean é um show das quatro cordas. A estrutura das músicas então, nem se fala. Uma mais maravilhosa que a outra, sério.
Vários destaques no trabalho: “Potrays the Rough Beauty”, Ecce Hommo” (começo insano), “Impregnated God of Lies”, “The Horn's Toll” (outra pancada) e “Hipocrity Liars” chamam a atenção pela agressividade.
A capa é um primor. Já o restante do encarte não acompanha toda a sua beleza, mas quebra o galho.
Bom, e tudo tem um porém. No caso do “The Last Prayer”, está na qualidade da gravação do CD. Infelizmente, o material tem um áudio ruinzinho, com tudo faltando peso, guitarras difíceis de ouvir, bumbos quase inaudíveis, enfim, algo que compromete consideravelmente o álbum. E o pior é que essa é a única ressalva do disco. Não fosse por isso, receberiam nota máxima.
Ainda sim, é esse tipo de engajamento que merece todo o apoio possível no underground. Bancar o próprio CD hoje em dia se tornou muito mais fácil. Imaginem fazer isso há mais de uma década. Os caras foram ousados na época e se deram bem!
Somente em 2009, a banda lançou “Bestiality”, o segundo trabalho. Ainda não o ouvi, mas estiver afiado como este aqui resenhado, então é correr pro abraço. Afinal, “The Last Prayer” é uma lição de determinação e garra de mais uma banda nordestina excelente.

NOTA 7,7 (só por causa da qualidade da gravação, reforço)

domingo, 26 de junho de 2011

Ascoculto – El Comegente

Ascoculto – El Comegente
LHDLD Records/ Niño Abuelo Records - 2007 – Chile

Banda goregrind (a temática é gore, e o som, mais grind) de qualidade vinda do Chile! O Ascoculto teve início em 2003, e quatro anos depois, lançou um promo EP seguido desse “El Comegente”. Para 2011, prepararam o EP “Advance”, e um outro que está por vir.
A proposta do quarteto é fazer músicas violentas, objetivo facilmente atingido pelos chilenos. Mas não é um monte de ruído desconexo, e sim, verdadeiros petardos bem estruturados. Direto sim, até meio primitivo, mas bem executado. É daqueles sons com sentimento verdadeiro de amor pelo underground.
Entre vários agradáveis barulhos, alguns chiques são “Adulterio Zoofilico” (muito boa),Coprofilia”, “Canibal Esquizofrenia”, “Cubierto de Moscas” (visceral), “Infecciosa Entrepierna”, “Purulencia Mucosa”, “Infierno en Carne Viva” (empolgante) e a mais legal, “Infectado por el Pus de la Gangrena”, com uma levada mais do que típica do estilo. Aliás, quantos títulos meigos, não?
É claro que as intros splatter de filmes de baixo orçamento embelezam ainda mais as canções. A gravação é sujona, mas acima da média. As guitarras, com seus riffs simples, ficaram pesadíssimas e o baixo é pura distorção. O baterista Francisco é bravo! Espanca os tambores que é uma barbaridade. E o vocal gutural de Rodrigo é poderoso. Quando dobrado com o rasgado, é assustador.
Vale a pena falar da capa, uma ilustração muito bem feita (e desgraçada), assim como o divertido logotipo do grupo.
                O Ascoculto é outro conjunto que não inova, mas também não deixa a desejar. Considerem “El Comegente” como uma boa homenagem ao cenário goregrind mundial. Abaixo, alguns links para download que a banda autorizou publicar, entre eles, o do próprio “El Comegente”.

NOTA 8,0
Stream Audio de 2 músicas do próximo EP ( 2011 ):


sexta-feira, 24 de junho de 2011

Entrevista - Pervencer


Demorou um bocado, mas finalmente o Som Extremo recebeu as respostas da entrevista por e-mail da banda Pervencer, de technical death metal. Os sorocabanos (SP) lançaram recentemente o EP “Extermination is Right” (resenha aqui) e agora estão divulgando o material por aí. Quem respondeu às perguntas foi simpático e bem-humorado Tiago Sammael, vocalista do grupo. Ricardo Gallonetti (guitarra), Nando Pereira (baixo) e Fabio Amaro (bateria) completam a Pervencer.

Som Extremo: Para o pessoal conhecer mais o grupo: contem um pouco desses 5 anos de existência da banda. E o que significa Pervencer?

Tiago Sammael: Saudações extremas! Aqui é o Tiago Sammael, vocalista da banda PERVENCER. É uma extrema honra poder estar aqui conversando com vocês, do SOM EXTREMO! Valeu mesmo, em nome de todos integrantes! Então velho, o embrião da banda surgiu quando o Fábio Amaro (batera) e o Ricardo Gallonetti (guitarra) começaram a tocar juntos por zueira. O repertório de covers ia desde Evergrey até Nile e Cannibal Corpse, por exemplo. Depois de uns dias, os caras resolveram que queriam tocar ao vivo e junto com mais dois camaradas fecharam a primeira formação do PERVENCER (Jean - vocal, Adriano - baixo). Em meio aos covers, rolou a vontade de compor e foi então que a coisa toda começou. Depois de uma longa treta para estabilizar a formação (os vocalistas nunca paravam), eis que surge este que vos fala, e as coisas deram uma estabilizada, e a produtividade aumentou bastante. Recentemente a gente trocou de baixista, mas essas mudanças só vieram para nos fortalecer ainda mais. Pode ter certeza de que nesse momento estamos mais fortes, brutais e técnicos do que nunca! Sobre o nome, "Pervencer" na verdade é uma palavra obscura que significa "destruir, derrotar completamente". E é isso que a gente procura traduzir em nosso som. É como se cada música fosse uma máquina de guerra devastadora projetada para esmagar tudo que se põe em seu caminho.


Som Extremo: Fazer um death metal técnico é sempre ousado, e ainda não muito comum no Brasil. É isso que motivou vocês a seguirem por esses caminhos?

Sammael: Com certeza. É um estilo que todo mundo aqui sempre admirou muito e quando a gente se deu conta de que já estava fazendo algo dentro desse gênero, a gente olhou um para o outro e se perguntou "por que não?". Além disso, somos da opinião de que se não for ousado, não vale a pena. Sabe, Morbid Angel, por exemplo, é uma banda muito foda, mas tentar montar um novo Morbid Angel, por exemplo, é muita babaquice! O máximo que você vai conseguir é ser uma versãozinha sem sal dos caras. Resumindo, seja você mesmo, porra! Personalidade e autenticidade são o mínimo que se pode esperar de uma banda, seja o estilo dela qual for.


Som Extremo: E como é o apoio ao metal extremo no interior paulista? Fazem shows constantemente?

Sammael: Cara, nós temos casas fodas por aqui, como o Carroção Bar em Votorantim, o Clube América em Sorocaba, o Plebe Bar e o Pirata's em Indaiatuba, o Benjamim Bar em Piracicaba, o Haas de Ibiúna, o Espaço do Som de Itapetininga, dentre outras... A gente tem tocado bastante e a galera que comparece geralmente é muito foda! Não é como uma cena européia de metal, mas mesmo assim o apoio da galera é bastante foda!

Som Extremo: A pergunta que não pode faltar: como é o processo de composição do instrumental e das letras? O quão complexo (ou não) é fazer death metal técnico?

Sammael: O processo de composição quase sempre começa com o Ricardo, que cria os riffs de guitarra e uma estrutura básica das músicas. Em seguida, o Fábio encaixa a batera e juntos os caras ajustam e definem as estruturas dos sons. Depois são encaixadas as linhas de baixo e por último, o vocal. As letras são feitas para refletir a pegada do som e as temáticas da banda, podendo ser algo mais brutal, medonho, misterioso, instrospectivo, etc. Ao meu ver, a maior complexidade está na execução dos sons mesmo, por causa das várias nuances e detalhes intrincados que rolam em certas partes.

Som Extremo: Com uma influência tão vasta, do metal progressivo ao brutal death, vocês agradam uma porção maior de fãs. Por outro lado, os mais radicais podem chiar. O que você pensa sobre isso?

Sammael: Olha, por enquanto a gente não viu nenhum desses malucos radicais, não... Quer dizer, tem nego que torce o nariz só porque a banda não usa cruz invertida, nem pentagrama, nem paga de satanista, mas aí já é uma questão de fanatismo religioso. E de religião a gente procura manter distância mesmo. Mas assim, só pra você ter uma ideia, a gente já foi bastante elogiado pelos próprios caras do Vulcano, por exemplo! Quer coisa mais true e old-school que Vulcano? Aliás, Luiz Carlos, extremo abraço aí, brother! Estamos ansiosos pra conferir o novo play do Vulcano! Vulcano Vokills!


Som Extremo: A Pervencer lançou recentemente o EP “Extermination is Right”. Já existe algum plano futuro para novas gravações?

Sammael: Sim, com certeza, a gente tem bastante material! Só estamos planejando certinho com relação aos detalhes, principalmente os financeiros. Aliás, quem estiver interessado em fechar parcerias com a banda, sejam selos, gravadoras, assessorias, lojas de instrumentos, escolas de música, lojas de roupas, estúdios de tatuagem, cervejarias, bicicletarias (risos), por favor entre em contato! Nosso e-mail é pervencer@gmail.com!


Som Extremo: Aliás, a capa do EP e o logotipo de vocês são excepcionais. Muito trabalho para se chegar a esse resultado?

Sammael: Pô, valeu velhinho! É, fácil não foi mesmo... a gente se reuniu várias vezes pra definir os detalhes dessas artes, e até todo mundo concordar com tudo, muito quebra-pau rolou. Teve até nego que acabou finalizado com chave de braço lá no estúdio! (risos) Mas graças à paciência e ao talento do nosso brother Wellington Grego, da 4Life Design, o resultado ficou bastante extremo e a repercussão foi muito foda. Valeu mesmo, Wellington!


Som Extremo: Valeu, Tiago e Pervencer! O espaço agora é de vocês.

Sammael: Em primeiro lugar, muito obrigado a você e à Revista Som Extremo por estar abrindo esse espaço para a banda Pervencer! Um extremo abraço também a toda essa galera foda que tem comparecido e quebrado tudo em nossos shows, aos produtores, às casas de shows, às bandas fodas que a gente tem conhecido na estrada, aos sites e rádios que têm ajudado a gente a divulgar nosso material. Vocês são a prova de que a cena continua viva, efervescente e mais extrema do que nunca! Confiram todos os sons do EP em http://www.myspace.com/pervencerdeathbr, compareçam aos eventos de metal, vistam a camisa das suas bandas e mantenham o sangue da brutalidade jorrando sempre! \m/

quinta-feira, 23 de junho de 2011

FILME - Scott Pilgrim Contra o Mundo

FILME - Scott Pilgrim Contra o Mundo
Universal Pictures - 2010 - EUA, Inglaterra, Canadá

Hoje talvez eu seja taxado de nerd. Não tem importância. Mas na realidade esse post é para nostálgicos, como eu. Antes porém de prosseguir, faço questão de registrar como cheguei a essa obra.
Era uma manhã de segunda, terça, quarta, quinta ou sexta-feira. Mentira, era uma tarde de um desses dias da semana. Assisti a um programa de TV pela internet chamado Pipoca e Nanquim (www.pipocaenanquim.com.br - @PIPOCAENANQUIM) em que o tema era esse tal Scot Pilgrim. Bem, é uma HQ, e como não manjo nada de quadrinhos, o resumo é o seguinte: saiu no Brasil 3 volumes contando toda a história desse cara, e foi feito um filme (esse dito cujo que aqui resenho) muito bom em cima disso.
O programa Pipoca e Nanquim falou desse treco de uma tal maneira, que pela primeira vez na vida, fiquei realmente curioso para ler um gibi e em assistir ao material. O videocast (aqui - não estou ganhando nada com esse merchan, mas se quiserem arrumar uns trocados...) sorteou um pacotão contendo os 3 quadrinhos + DVD do filme + 2 bottons do personagem e... GANHEI! Fim (ou não)! Prosseguindo, após ler tudo, vi o filme, e imediatamente me senti na obrigação de falar sobre essa obra audiovisual.
Como falei no início, essa resenha é indicada principalmente aos nostálgicos que têm mais ou menos minha idade, 31. O filme é bastante atual, mas suas referências são puro anos 80 e 90. Vejam/escutem a própria vinheta da Universal antes do início de tudo, e chorem de emoção! Melhor dizendo, é uma mescla feita de maneira magistral entre o que há de mais moderno em efeitos especiais, e as voltas ao passado a que o filme remete.
O protagonista é um pós-adolescente preguiçoso e desligado, que leva a vida empurrando com a barriga. Tem uma banda de garagem chamada Sex Bob-Ombs, algumas ex-namoradas e problemas supérfluos para resolver. Ele se apaixona por Ramona Flowers, que por sua vez tem 7 ex-namorados. Estes formaram uma liga que quer acabar com Scott. Em uma frase-resumo: o personagem deve combater os 7 ex-namorados do mal de Ramona para ficar com ela. Só isso (muuuuuuuuuuuuuuuuito resumidamente!).
E quando se fala em combate, é luta corpo a corpo, literalmente. Daí, a principal referência das antigas: os inigualáveis joguinhos de luta de videogame/fliperama!!! Geração 8/16 bits em peso! Aquele letreiro escrito versus, a porrada desenfreada pra todo lado, com uso de poderes especiais, golpes absurdos e tudo mais, somado a um visual caprichadíssimo, já justificaria assistir ao filme.
Deve-se ressaltar que as cenas de luta são violentas (mas sem sangue), não importa se é menino ou menina apanhando, mesmo com o caráter cômico. Um contraste marcante que percorre toda a película.

Há, claro, outras referências a videogames. Super Mario Bros jamais poderia ficar de fora, outro grande homenageado. Mas não falarei mais nada a respeito para não estragar a brincadeira.
Outra coisa muito legal: as onomatopéias (corre já pro dicionário para relembrar o que são!) malucas que aparecem durante as sequências. Apesar da figura de linguagem reforçar o que aparece na tela, não fica repetitivo. Pelo contrário, deixa tudo muito mais vivo e hilário.
Obviamente que para deixar o filme ainda mais dinâmico, a edição tinha que ser no mínimo espetacular. Sim, cortes rápidos, telas divididas, elipses concisas e os citados efeitos especiais aos milhares enriquecem, e muito, todo o pacote.
É um filme divertidíssimo, voltado para o público jovem, é verdade, mas sua proposta, seu desenvolvimento, suas ótimas piadas, suas inúmeras viagens non sense, acabam por fazer de “Scott Pilgrim Contra o Mundo” um excelente entretenimento para todas as idades.
Para quem pretende ler os quadrinhos, já aviso que ocorrem várias mudanças na ordem dos acontecimentos, e outras adaptações que funcionaram muito bem no desenrolar da história.
As músicas da Sex Bob-Ombs não têm nada de extremo. Tocam basicamente rock/punk sujo, mas perfeito para o andamento da trama.
Ah, essa uma obra que pode chocar alguns conservadores. Ótima adaptação para cinema, o grande mérito do filme está em conseguir com muita competência dosar a boa narrativa e os efeitos visuais, sem um se sobressair ao outro. Termino como no final do filme (acho que não é um SPOILER): “Continue? 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1...”

NOTA 9,0

God Dethroned – Ravenous

God Dethroned – Ravenous
Metal Blade Records – 2001 – Holanda

Em 2010, o underground perdeu uma das maiores bandas death/black do planeta, a God Dethroned, que no mesmo ano pariu o excelente “Under the Sign of the Iron Cross”, uma espécie de retorno às raízes do grupo. Entretanto aqui não falarei (hoje) desse trabalho, mas um que exemplifica essas tais raízes resgatadas – “Ravenous” - lançado há uma década.
Vale um pequeno parênteses sobre a banda. Não tinha me dado conta do tamanho da discografia dos holandeses: 9 full-lengths, além de demo, compilação, split, etc. Ou seja, os caras realmente têm (tiveram) muita estrada caminhada na carreira, passaram por fases, alguns experimentalismos, mas sempre se mantiveram fiéis ao underground.
“Ravenous” é um álbum fabuloso, cruel, violentíssimo, talvez o mais brutal da God Dethroned. As músicas, altamente inspiradas, fazem do grupo um verdadeiro exemplo de como uma banda death/black deve ser. Aqui, cada levada de bateria, cada riff de guitarra e de baixo, cada trecho vocalizado, é de cair (e quebrar) o queixo.
É interessante notar uma “fórmula” que percorre praticamente todas as faixas: partes brutais, depois grande melodia, e insanidade novamente. Se isso não acontece à risca, ainda sim, de alguma forma, existem em algum momento essas partes mais cadenciadas e melódicas. Nesse sentido, lembra bastante o que faz o Vital Remains, embora não com tanta profundidade. Vejam bem, quando falo em partes brutais, são realmente de implodir os tímpanos. Claro, tudo com uma precisão quase cirúrgica.
E aqui, quase todos os sons são destaque: “Swallow the Spikes”, “The Poison Apple (Eve and Serpentio In the Garden of Eden)” (linda), “The Mysteries That Make You Bleed” (petardo, que riffs e solos!), “The Crown For the Morbid” (a melhor) e a faixa-título. Ah, sim, e como não falar das covers de “Consumed By Darkness” (Macabre End) e “Evil Dead” (Death). Excepcionais. Sinceramente? Acho que a versão feita da banda do inesquecível Chuck Schuldiner ficou melhor que a original. Não me apedrejem!
A gravação, apesar de perfeitamente audível, não é lá 100%, mas a energia que os caras colocam nesse trabalho transcende qualquer falha do tipo.
Enfim, “Ravenous” apresenta a melhor fase da God Dethroned, assim como todas as suas faces (ou seriam facetas?). Arrume urgente esse disco e veja do que esses demônios são capazes. Lamentável uma banda desse quilate não mais existir. Para dar um nostálgico gostinho, aqui vai o clipe de “Villa Vampiria”:



Nota 9,4

terça-feira, 21 de junho de 2011

Brain Drill – Quantum Catastrophe

Brain Drill – Quantum Catastrophe
Metal Blade Records – 2010 – Estados Unidos

Prepare-se para conhecer um outro patamar de brutal technical death metal. Ainda pouco conhecida no Brasil, a Brain Drill é uma verdadeira agressão em forma de harmonia, melodia e muita velocidade. São americanos, como o grande Hate Eternal. Aliás, as duas bandas estão pau a pau na competência, mas seus estilos de música extrema e técnica diferem. Aqui, a Brain Drill apresenta um nível mais profundo nesse último quesito. Sim, o virtuosismo impera no grupo.
O que ocorre em “Quantum Catastrofe” é uma porrada de riffs monstruosos, arranjos absurdos e bateria quase irreal, tudo regado a muita rapidez. IMPRESSIONANTE!
Dêem uma sacada já no comecinho do CD, na primeira música – “Obliteration Untold” – e fiquem perplexos com a “brincadeirinha” que o baixista faz na introdução. Já terão uma ideia do quão doente é o som desse quarteto. De resto, palhetadas a milhão, mas claro, feitas por quem domina o instrumento. E olha que nem entrei nos méritos dos solos, hein? Talvez seja melhor não falar deles. Questão de segurança para o coração. Quase inacreditável.
E a violência não para um segundo sequer. Impossível destacar qualquer música. Aliás, lembram-se do que foi dito na resenha do Hate Eternal (ler aqui) em relação à música “Art of Redemption”? Pois bem, aqui, ocorre o mesmo. Em inúmeras passagens, a rifferama é tão aguda e brutal que, assim como na tal canção da banda de Erik Rutan, lembra as musiquinhas eletrônicas de joguinhos 8 bits. Fantástico!
A capa do trabalho é bem típica do gênero, mas nem por isso desmerece elogios. Uma ilustração maravilhosa. Letras? Um resumo do fim dos tempos. E com um detalhe até curioso: não abordam o tema religião no play. Uma exceção, quem diria!
                Qualidade de produção cristalina. Peso na medida ideal, nada fora do lugar.
Existem grandes outras bandas que fazem um som complicado, como a citada Hate Eternal, Criptopsy, ou Cephalic Carnage, mas na boa, esse conjunto aqui vai além. A complexidade das composições espanta, e o resultado final ficou, tinha que ficar, praticamente perfeito.
Outra coisa que prende a atenção é o fato da estrutura dentro de cada música quase não se repetir. Repito: I-M-P-R-E-S-S-I-O-N-A-N-T-E! Brain Drill: essa veio para marcar o underground.
Para não deixar a curiosidade carcomendo vossos corpos, eis uma ótima demonstração da habilidade da Brain Drill no clipe “Beyond Bludgeoned”, logo abaixo.

NOTA 9,5

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Fleshless/ Mastic Scum – Fake / Free Off Pain (split)

Fleshless/ Mastic Scum – Fake / Free Off Pain (split)
Ohne Maulkorb - 1996 - Áustria/República Tcheca

Já começo dizendo que é um dos melhores splits que já escutei, principalmente em relação à primeira banda, a Fleshless. Pois vou dizer que esses tchecos fazem um dos mais empolgantes death/grind do mundo. Mas devo salientar que isso se refere especificamente a esse split, porque depois, até lançaram várias outras coisas medianas, e até apoiados em baterias programadas. Esse aqui não. Havia mesmo um (des)humano comandando as baquetas.
Escutei pela primeira vez esse disco já faz um bom tempo, e simplesmente fiquei desesperado procurando esse split depois, já que esse era de um amigo do amigo. Ironicamente, depois de desistir de procurar, eis que encontrei o disco em um sebo. O fato é: aposto que é exatamente o CD do cara!
Pois bem, para os poucos felizardos que conhecem o conjunto, apenas digo que são uma das mais completas bandas do metal extremo que existem. Sim, os caras têm técnica, e a esbanjam de forma comportada, sem nenhum exagero. Constroem músicas tão bem planejadas que é difícil você parar de ouvir o play. De verdade, o trabalho da banda passa por momentos mais calmos e melódicos até o mais mortal death/grind, mas fazendo-o com muita competência. Estrutura musical é o forte da Fleshless. O quinteto consegue fazer um meio termo entre os estilos, prevalecendo absoluto, claro, o extremo.
Admirem, por exemplo, a linda introdução e evolução de “I'm the Part of You”. Que belo trampo. Mas outras grandes composições como “Step From the God”, “I Will Grind Your Fingers”, “Free Off Pain”, “Your Ignorance... My Death”, “With Blood on the Hands” (baita som) e “Behind the Wall” – puxa, vejam só, citei todas! – são executadas com maestria.
O vocalista Vladimir tem um guttural potentíssimo, enquanto o baixista Curo dá um show! As guitarras de Ludek e Michal também estão altamente inspiradas e trabalham muito bem, tanto nos riffs quanto nos solos. E Hans apenas domina sua bateria.
O que agrada também é que “Free Off Pain” tem uma qualidade sonora muito boa, dando para ouvir muito bem cada instrumento. E aqui devo dividir opiniões, já que, exatamente pela boa gravação, você percebe, por exemplo, que nem tudo é perfeitinho. A bateria não está 100% dentro do tempo em alguns momentos, por algumas frações de segundo, para ser mais exato. E também há certas pequenas variações na força com que Hans bate na caixa. Absolutamente nada que comprometa esse grande trabalho. Acho interessante essa humanização em bandas extremas. Parece tornar tudo mais verdadeiro.
Mas agora falando da segunda banda, a Mastic Scum, fazem um grindcore feijão com arroz e funcional. Não apresentam nada que os diferencie de outras bandas do estilo, mas com toda certeza, convencem. É tudo bem calculado, previsível até, mas nem por isso ruim, muito pelo contrário. No que se propõem a tocar, são mestres. Grande banda, que no geral manteve o nível por toda a sua discografia. Entretanto nesse álbum aqui, a qualidade da gravação não tá lá essas coisas não. Não tem peso, as guitarras soam esquisitas, meio parecendo sem distorção, e o baixo ficou alto. Ainda sim, repito, é uma banda bem legal. Ah, o vocal lembra o senhor Oscar Garcia, que gravou o primeiro do Terrorizer, conhecem?
Destaques para as faixas “The Human Scum”, “Rock Out with Your Click Out” (curta, mas marcante), “Perverse Illusion”, “Political Shit” e “A Child & His Lawnmover” (letra de Jello Biafra).
Pois bem, um split obscuro no Brasil, e fodasticamente fabuloso. Simplesmente isso. Nem preciso dizer que é mais que recomendado, certo?

Nota 9,4 (pelo Fleshless!)

domingo, 19 de junho de 2011

Vondur – No Compromise

Vondur – No Compromise
Osmose Productions  – 2011 – Suécia

Bom, quem conhece essa loucura sabe que encontrará aqui uma das bandas mais exóticas, estranhamente hilárias e cativantes do black metal mundial. Entretanto, esse CD aqui nada mais é do que uma compilação de todos os trabalhos da Vondur – a demo “Vondur” (1995), “Stridsyfirlýsing” (1995) e o EP “The Galactic Rock'n'Roll Empire” (1996), divididos em dois discos.
Lembram-se da resenha do Ulver (resenha aqui), quando se falou em um dos álbuns mais sujos da história do metal negro? Pois é, esse aqui também é imundo quase igual, e irresistível. E o material aqui é tão bom que merece ser comentado faixa a faixa. E olha que são 27 no total!
                Abrindo o primeiro CD, “Kynning - Einvaldnir er Her” apresenta uma introdução com tambores, cornetas e falas, provavelmente em sueco. Uma coisa meio doida, mas interessante. Depois, “Dreptu Allur”, rápida e rasteira, com uma estrutura limitada, mas potente. Muito boa. “Uppruni Vonsku” já tem uma levada mais lenta e empolgante, com riffs simples, porém eficazes. O final da música tem uns sons que parecem cornetas, dando um acabamento bem legal.
Depois, vem uma chamada “Kynning - Fjórði Ríku”, com um teclado metido a dramático, misturado com certo suspense, e aparentes lamentos do vocalista. Legal pacas! Na sequência, “Fjórði Ríkins Uppgangur” é velocíssima quase do início ao fim, com pequena variação de ritmo. Um verdadeiro petardo!
Hora de uma influência totalmente rock ‘n’ roll com “I Eldur og Ðrumur”. Riffs e andamento grudento em uma música excepcional. “Vondur” (a faixa), que vem logo depois, é só um belíssimo piano e os vocais de All. Trabalho fantástico. Após o descanso, outra metralhadora com “Hrafnins Auga er sem Speglar á Botni af Satans Svarta Salur”, violentíssima. Mal dá para distinguir as melodias dos riffs, que parecem um zunido só. A bateria, claro, invariável e ótima.
“Eitt Bergmál ur Framtiðinnar Dagar” começa com teclados profundos, mas depois, o os outros instrumentos correm soltos em outra música bem rock. De verdade, essa mistura funciona bem demais no Vondur. Logo após, fogo e mais teclados sinistros em “Kirkjur Skola Brenna”. O clima é literalmente infernal. E a agressividade extrema volta em “Sigurskrift”, novamente ultra-rápida e sem perdão. Os riffs também são bastante simples, mas se encaixam perfeitamente com a composição.
Já estamos em “Guð er Dáinn”, pesadona no começo pelos riffs marcantes e pelos dois bumbos. Ao longo da faixa, levadas quase doom, mescladas com outras mais agitadas completam a canção. “Ekki krist - Opinberun I & II” é mais uma ignorância brutal. Sem mais comentários. Outra “pausa” nas trovoadas de “Èg Daemi Oss til Dauða”, e depois, o trem desenfreado em “Ekki Nein Verður Saklaus”. Muito visceral.
A penúltima do disco 1 é “Beitir Hnifar Skera Djupur”, a mais destoante do resto das músicas. Novo rock ‘n’ roll com vocais limpos e cômicos. Do Vondur, pode-se esperar tudo. E não é que esse som também é interessante? Bom, e fechando a porradaria, “Höfðingi Satan” é outra com pianos, flautas e vocais melancólicos. Um clima depressivo e agonizante invade o ambiente.
No segundo CD, que contém o EP e a demo, é interessante perceber que a faixa de abertura – “Kill Everyone” – cantada em inglês, tem o instrumental idêntico ao de “Dreptu Allur”, do primeiro play, exceto pela qualidade da gravação. Não posso afirmar com certeza se seria mesmo uma versão em inglês da música, pois baseio-me somente em um promo CD de “Stridsyfirlýsing”, que obviamente não veio com encartes ou letras. Portanto, não me crucifiquem. Se alguém puder confirmar isso, agradeço.
Pois bem, agora vem coisas ainda mais curiosas e bizarras. O EP vem com alguns covers até esperados e outros inimagináveis no underground: “You Don’t Move Me, I Don’t Give a Fuck” (Bathory), “Rocka Rolla” (Judas Priest – tá, esse até que não seria tão incomum), “Red Hot” (Motley Crue – já está ficando estranho) e “Love Me Tender” (Elvis Presley - !!!!!!!!!!!). Essa versão do rei do rock é... bom... indescritível. Só uma coisa: você irá rir demais. Mas vale dizer que todas ficaram simplesmente demais.
Panzer Legions of Vondur” mantém o clima rock (pô, com um EP chamado “The Galactic Rock'n'Roll Empire”, esperava o que?), e tem riffs bem bacanas. Lá pela metade, o ritmo dobra de velocidade, e pouco depois, os maravilhosos blast beats. Muito bom. E “The Ravens Eyes are as Mirrors on the Bottom of Satans Black Halls”, que seria a última música do supracitado EP, vem em sua forma mais violenta. Simplesmente sanguinolenta em toda sua plenitude.
As próximas três músicas são da demo que, como esperado, apresenta qualidade inferior em relação ao restante do material. Mas o registro não poderia ficar de fora. “Uppruni Vonsku”, “Eitt Bergmál ur Framtiðinnar Dagar” (juro que aqui, o riff da gravação lembra uma musiquinha do game “Double Dragon”, do Nintento 8 bis) e “Èg Daemi Oss til Dauða” foram regravadas para o “Stridsyfirlýsing”. Portanto, evidentemente são mais cruas e levemente mais lentas. Nem por isso deixam de ser agradáveis.
Falando de modo geral, a bateria é a coisa mais engraçada do mundo. O cara engata a primeira e fica eternamente fazendo praticamente a mesma batida, direta e reta, quase sem viradas, e usos raros do prato. Realmente divertida! O baixo é um treco também esquisito, com uma baita distorção que, juntamente com a guitarra, suja que só, parece um verdadeiro enxame. O vocal de All é aquele esgoelado típico do black, bastante parecido com o de Abbath (Immortal). Material tosco, é verdade, mas muito verdadeiro.
Esse CD duplo é um grandioso lançamento, devido à enorme importância que o Vondur tem no cenário black. Obrigatoriedade total de estar nas estantes e aparelhos de som dos fãs do velho e bom metal do capeta.

NOTA 9,0
http://www.myspace.com/vondur (desatualizado - último login consta de 2005)

Clawn - novo clipe-demo a caminho

No próximo sábado, dia 25 de junho, a banda Clawn, de brutal death metal (http://somextremo.blogspot.com/2011/06/entrevista-clawn.html) estará em processo de produção de seu novo clipe-demo, da música "Religious Plague", que estará no próximo CD do conjunto - "The Great Excuse to Domination" - programado para ser lançado no segundo semestre desse ano.
A filmagem será rodada em Botucatu (SP), cidade de origem da Clawn. O clipe anterior - "Sexual Religious Dementia' - do álbum “Deathless Beauty of the Silence” (2006), pode ser visto abaixo.

sábado, 18 de junho de 2011

Mais uma conquista!

Olá, grandes visitantes do blog! Como estão? Bom, depois de estar colaborando no http://www.novometal.com/ e no http://www.whiplash.net/ (http://whiplash.net/autores/christianokoda.html), gostaria de anunciar que agora tenho a honra de fazer parte do site http://www.metalextremo.com.br/ , especializado em brutalidade!
Sim, graças ao convite do grande Ricardo Lopes (@riclops), comecei hoje a publicar conteúdo lá no site, dêem uma conferida, que o negócio lá pega fogo! E não deixem de segui-lo, assim como o Twitter do próprio site: @metalextremo.
Agradeço a oportunidade, Ricardo! Grande abraço, e vamos que vamos!

Entrevista - Anonymous Hate


Ultimamente, quando se fala em música extrema no Brasil, a opinião dos bangers é quase sempre unânime: estamos botando pra f...!!!!!!!! Sim, já faz algum tempo que inúmeros bons grupos têm aparecido por aqui. E outro ótimo exemplo desse prolífico cenário é a Anonymous Hate, excelente revelação do grind/death metal nacional. Ouçam seu mais novo trabalho, o recém-lançado “Chaotic World” (http://somextremo.blogspot.com/2011/06/anonymous-hate-chaotic-world.html), e mesmo sua demo anterior – “Worldead” (http://somextremo.blogspot.com/2011/05/anonymous-hate-worldead-promo-cd.html) – para saberem do que o Brasil é capaz.
O Blog Som Extremo entrevistou por e-mail o simpático Fabrício Góes, vocalista/guitarrista do conjunto, que por sua vez é completado por... bem, ele mesmo diz logo aí abaixo.


Som Extremo: Conte um pouco da história da banda. De onde surgiu o nome Anonymous Hate?

Fabrício Góes: A banda foi idealizada em 2007, mas os ensaios aconteceram somente no início de 2008, já trabalhando pesado nas composições. Começamos a gravar nosso material em 2010. Após o lançamento de nossa primeira Demo, intitulada “Worldead”, tivemos uma troca de vocalista, estabilizando o ‘line-up’ com Victor Figueiredo (vocal), Heliton Coêlho (guitarra), Fabrício Góes (guitarra/voz), Romeu Tetrus (baixo) e Alberto Martínez (bateria). Quanto ao nome, queríamos algo forte, então veio Anonymous Hate, que é usado para distinguir um grande ato terrorista como o de 11 de setembro de 2001 (nota do redator: dois aviões chocaram-se contra as torres gêmeas do World Trade Center, nos Estados Unidos).


Som Extremo: Vocês acabaram de lançar o primeiro full-length - “Chaotic World”. O que pode dizer sobre o álbum?

Góes: É um trabalho que traz uma mescla das influências de todos os membros da Anonymous Hate. Tiramos força de onde não tínhamos para realizá-lo. E o resultado, até agora, acredito que tenha surpreendido a muitos, até mesmo a nós. A qualidade sonora a cargo do estúdio DaTribo foi um importante fator para o bom resultado deste trabalho.


Som Extremo: E falando nisso, “Chaotic World”, assim como o promo CD “Worldead”, passaram pelas mãos do Ciero (Da Tribo Studio), talvez o mais competente profissional do ramo no país, em se tratando de música extrema. Como foi a experiência?

Góes: O Ciero, junto com o DaTribo Studio, são referência pro estilo não só aqui no Brasil... Sem dúvida alguma foi uma experiência muito boa para a banda e ajudou a mostrar as nossas ideias de uma forma bem profissional e com extrema qualidade!


Som Extremo: Esse novo álbum e o promo CD estão fazendo muito burburinho no underground nacional. Já começa a sentir o peso da responsabilidade?

Góes: Apesar de termos ciência da boa recepção de nosso trabalho, nos mantemos serenos e com os pés no chão. Ainda há muito que se fazer, e continuaremos seguindo nossa batalha com o mesmo suor de sempre.


Som Extremo: As letras de vocês falam de forma inteligente sobre os problemas sócio-políticos do Brasil e do mundo. Como funciona o processo de composição? Já pensaram em fazer uma versão de “Brazil Massacreland” em português?

Góes: Temos letras bem variadas. Elas surgem de forma bem natural, abordando sempre algo que reflete na vida humana... “Brazil Massacreland” em português é algo que nunca havia passado por nossas mentes, mas que pode ser pensado, quem sabe no próximo CD... (risos).


Som Extremo: A sonoridade de vocês, assim como as citadas letras, são mais grind do que death. Concordam com isso? Quais as influências da Anonymous Hate?

Góes: Sim, temos uma tendência natural de ir pro lado mais Grind. Cada membro da banda tem as suas próprias influências, mas de um modo geral, todos nós ouvimos bandas como Morbid Angel, Krisiun, Behemoth, Vader, Napalm Death, Nephasth, Terrorizer, Deicide, enfim... uma “porrada” de bandas! (risos)


Som Extremo: Agora, além da divulgação de “Chaotic World”, já existem outros planos futuros para a banda?

Góes: Sim, além de estarmos batalhando com a divulgação do álbum “Chaotic World” junto com os parceiros do LAB 6 & Malignant-Art, já estamos trabalhando pesado em cima de novas composições, aguardem! (risos)


Som Extremo: Quais as maiores dificuldades em levar adiante uma banda extrema no Brasil? Vindos do Amapá, que aparentemente não tem tradição no som extremo, as dificuldades são maiores? Aliás, como é a cena underground aí? Existem outras boas bandas por esses lados?

Góes: Sem dúvida, a maior dificuldade é a falta de apoio financeiro e de pessoal. Já tivemos muitas dificuldades quanto à nossa localização, pois fica muito caro sair e entrar aqui no estado do Amapá, já que não existe uma ligação rodoviária com o restante do país. O cenário underground amapaense ainda é relativamente pequeno, mas temos verdadeiros bangers por aqui e boas bandas também, dentre as quais podemos citar Balzabouth, Arsenyum, Carnnyvale, Hidrah, entre outras... 


Som Extremo: Comparando a qualidade das bandas underground daqui com as gringas, como você vê a evolução do cenário no Brasil, de modo geral? Acha que hoje ainda existem muitas bandas tupiniquins copiando as internacionais, ou atualmente a maioria já têm suas próprias características?

Góes: Aí está uma questão bilateral da nossa realidade. Saindo do Brasil, você pode notar que existem bandas brasileiras aclamadas no exterior, mas aqui dentro são desrespeitadas continuamente, essas mesmas que vão lá pra fora e sentem orgulho em ser brasileiros. São bandas que deveriam ser patrimônio do cenário headbanger do Brasil, muitas originais e de bom trabalho. Porém, por uma questão de proporção, temos em nosso país muitas bandas de reconhecimento nacional e que não fazem honra sua repercussão. Há bandas que são tão parecidas que, mesmo trocando de músicos, ou de cidade, todas elas parecem ser uma só. Mas de modo geral, o cenário brasileiro, assim como o próprio país, é surpreendente. Já imaginou se não pudéssemos desfrutar de novidades como Lacerated And Carbonized, Vomepotro e outros talentos que surgem a todo o momento nossa terra fértil?


Som Extremo: O blog agradece a entrevista. Gostaria de deixar mais algumas palavras?

Góes: Gostaríamos de agradecer a você, Christiano / Blog Som Extremo, pelo espaço que nos foi dado, e a todos os que vêm acompanhando nosso trampo, pois de alguma forma estão sempre nos dando uma força... Aos interessados em conhecer um pouco e/ou adquirir o CD “Chaotic World”, é só entrar em contato.