O Blog Som Extremo entrevistou por e-mail o simpático Fabrício Góes, vocalista/guitarrista do conjunto, que por sua vez é completado por... bem, ele mesmo diz logo aí abaixo.
Som Extremo: Conte um pouco da história da banda. De onde surgiu o nome Anonymous Hate?
Fabrício Góes: A banda foi idealizada em 2007, mas os ensaios aconteceram somente no início de 2008, já trabalhando pesado nas composições. Começamos a gravar nosso material em 2010. Após o lançamento de nossa primeira Demo, intitulada “Worldead”, tivemos uma troca de vocalista, estabilizando o ‘line-up’ com Victor Figueiredo (vocal), Heliton Coêlho (guitarra), Fabrício Góes (guitarra/voz), Romeu Tetrus (baixo) e Alberto Martínez (bateria). Quanto ao nome, queríamos algo forte, então veio Anonymous Hate, que é usado para distinguir um grande ato terrorista como o de 11 de setembro de 2001 (nota do redator: dois aviões chocaram-se contra as torres gêmeas do World Trade Center, nos Estados Unidos).
Som Extremo: Vocês acabaram de lançar o primeiro full-length - “Chaotic World”. O que pode dizer sobre o álbum?
Góes: É um trabalho que traz uma mescla das influências de todos os membros da Anonymous Hate. Tiramos força de onde não tínhamos para realizá-lo. E o resultado, até agora, acredito que tenha surpreendido a muitos, até mesmo a nós. A qualidade sonora a cargo do estúdio DaTribo foi um importante fator para o bom resultado deste trabalho.
Som Extremo: E falando nisso, “Chaotic World”, assim como o promo CD “Worldead”, passaram pelas mãos do Ciero (Da Tribo Studio), talvez o mais competente profissional do ramo no país, em se tratando de música extrema. Como foi a experiência?
Góes: O Ciero, junto com o DaTribo Studio, são referência pro estilo não só aqui no Brasil... Sem dúvida alguma foi uma experiência muito boa para a banda e ajudou a mostrar as nossas ideias de uma forma bem profissional e com extrema qualidade!
Som Extremo: Esse novo álbum e o promo CD estão fazendo muito burburinho no underground nacional. Já começa a sentir o peso da responsabilidade?
Góes: Apesar de termos ciência da boa recepção de nosso trabalho, nos mantemos serenos e com os pés no chão. Ainda há muito que se fazer, e continuaremos seguindo nossa batalha com o mesmo suor de sempre.
Som Extremo: As letras de vocês falam de forma inteligente sobre os problemas sócio-políticos do Brasil e do mundo. Como funciona o processo de composição? Já pensaram em fazer uma versão de “Brazil Massacreland” em português?
Góes: Temos letras bem variadas. Elas surgem de forma bem natural, abordando sempre algo que reflete na vida humana... “Brazil Massacreland” em português é algo que nunca havia passado por nossas mentes, mas que pode ser pensado, quem sabe no próximo CD... (risos).
Som Extremo: A sonoridade de vocês, assim como as citadas letras, são mais grind do que death. Concordam com isso? Quais as influências da Anonymous Hate?
Góes: Sim, temos uma tendência natural de ir pro lado mais Grind. Cada membro da banda tem as suas próprias influências, mas de um modo geral, todos nós ouvimos bandas como Morbid Angel, Krisiun, Behemoth, Vader, Napalm Death, Nephasth, Terrorizer, Deicide, enfim... uma “porrada” de bandas! (risos)
Som Extremo: Agora, além da divulgação de “Chaotic World”, já existem outros planos futuros para a banda?
Góes: Sim, além de estarmos batalhando com a divulgação do álbum “Chaotic World” junto com os parceiros do LAB 6 & Malignant-Art, já estamos trabalhando pesado em cima de novas composições, aguardem! (risos)
Som Extremo: Quais as maiores dificuldades em levar adiante uma banda extrema no Brasil? Vindos do Amapá, que aparentemente não tem tradição no som extremo, as dificuldades são maiores? Aliás, como é a cena underground aí? Existem outras boas bandas por esses lados?
Góes: Sem dúvida, a maior dificuldade é a falta de apoio financeiro e de pessoal. Já tivemos muitas dificuldades quanto à nossa localização, pois fica muito caro sair e entrar aqui no estado do Amapá, já que não existe uma ligação rodoviária com o restante do país. O cenário underground amapaense ainda é relativamente pequeno, mas temos verdadeiros bangers por aqui e boas bandas também, dentre as quais podemos citar Balzabouth, Arsenyum, Carnnyvale, Hidrah, entre outras...
Som Extremo: Comparando a qualidade das bandas underground daqui com as gringas, como você vê a evolução do cenário no Brasil, de modo geral? Acha que hoje ainda existem muitas bandas tupiniquins copiando as internacionais, ou atualmente a maioria já têm suas próprias características?
Góes: Aí está uma questão bilateral da nossa realidade. Saindo do Brasil, você pode notar que existem bandas brasileiras aclamadas no exterior, mas aqui dentro são desrespeitadas continuamente, essas mesmas que vão lá pra fora e sentem orgulho em ser brasileiros. São bandas que deveriam ser patrimônio do cenário headbanger do Brasil, muitas originais e de bom trabalho. Porém, por uma questão de proporção, temos em nosso país muitas bandas de reconhecimento nacional e que não fazem honra sua repercussão. Há bandas que são tão parecidas que, mesmo trocando de músicos, ou de cidade, todas elas parecem ser uma só. Mas de modo geral, o cenário brasileiro, assim como o próprio país, é surpreendente. Já imaginou se não pudéssemos desfrutar de novidades como Lacerated And Carbonized, Vomepotro e outros talentos que surgem a todo o momento nossa terra fértil?
Som Extremo: O blog agradece a entrevista. Gostaria de deixar mais algumas palavras?
Góes: Gostaríamos de agradecer a você, Christiano / Blog Som Extremo, pelo espaço que nos foi dado, e a todos os que vêm acompanhando nosso trampo, pois de alguma forma estão sempre nos dando uma força... Aos interessados em conhecer um pouco e/ou adquirir o CD “Chaotic World”, é só entrar em contato.