terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Carniça – Nations of Few


Carniça – Nations of Few
Voice Music – 2012 – Brasil


O odor pode ser sentido de longe. A Carniça putrefata traz seu terceiro ‘full-length’, calcado no Thrash/Death Metal. Aliás, vale lembrar que o grupo surgiu em 1991, ou seja, temos um veterano do underground que, mesmo tendo dado uma pausa entre 2004 e 2008, conta com várias demos lançadas. Em suma, é um grupo que não gosta de perder tempo.
E, dificilmente escapando dessa influência, o grupo puxa por alguns riffs à la Slayer, como é possível perceber na veloz “Liars”, para citar uma. E se o guitarrista e backing vocal Parahim Neto tem essa capacidade, não é de se estranhar que seus solos sejam inspirados e demolidores, seguindo a escola dos monstros americanos. São os melhores momentos do disco!
As composições contam com bons arranjos, divididos em momentos mais extremos e outros até com um pouco de melodia, e o melhor: sem exageros de nenhum dos lados! Um bom exemplo é a cadenciada e trabalhada “Corruption”, que soube aproveitar a competência do trio, partindo para um lado mais melancólico. Certamente é um dos destaques do álbum.
“Nations of Few” conta ainda com um cover ousado de “I Wanna Be Somebody”, da W.A.S.P., que ficou bem interessante e claro, muito mais extremo, com os bumbos comendo solto! E, se a levada da música original já é empolgante, com essa roupagem mais agressiva, a faixa torna-se outro ponto forte do CD.
O que ficou um pouco aquém do desejado foi a gravação do material, crua e priorizando a bateria de Marlo Lustosa. Ah, se não fosse esse percalço...
A capinha é um verdadeiro capricho, mérito do artista Anderson Neves, que deve se orgulhar de seu feito. E no encarte, muito legal contar com as letras em inglês, língua adotada nas canções, mas com a tradução para o português logo ao lado.
É Thrash/Death tradicional, ‘old school’, sem enfeites, coisa rústica mesmo! Pois sim, às vezes, ter carniça por perto pode ser gostoso...

Nota 7,5

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