Carniça – Nations of Few
Voice Music – 2012 – Brasil
O odor pode
ser sentido de longe. A Carniça putrefata traz seu terceiro ‘full-length’,
calcado no Thrash/Death Metal. Aliás, vale lembrar que o grupo surgiu em 1991,
ou seja, temos um veterano do underground que, mesmo tendo dado uma pausa entre
2004 e 2008, conta com várias demos lançadas. Em suma, é um grupo que não gosta
de perder tempo.
E,
dificilmente escapando dessa influência, o grupo puxa por alguns riffs à la
Slayer, como é possível perceber na veloz “Liars”, para citar uma. E se o
guitarrista e backing vocal Parahim Neto tem essa capacidade, não é de se
estranhar que seus solos sejam inspirados e demolidores, seguindo a escola dos
monstros americanos. São os melhores momentos do disco!
As composições
contam com bons arranjos, divididos em momentos mais extremos e outros até com
um pouco de melodia, e o melhor: sem exageros de nenhum dos lados! Um bom
exemplo é a cadenciada e trabalhada “Corruption”, que soube aproveitar a
competência do trio, partindo para um lado mais melancólico. Certamente é um
dos destaques do álbum.
“Nations of
Few” conta ainda com um cover ousado de “I Wanna Be Somebody”, da W.A.S.P., que
ficou bem interessante e claro, muito mais extremo, com os bumbos comendo
solto! E, se a levada da música original já é empolgante, com essa roupagem
mais agressiva, a faixa torna-se outro ponto forte do CD.
O que ficou um
pouco aquém do desejado foi a gravação do material, crua e priorizando a
bateria de Marlo Lustosa. Ah, se não fosse esse percalço...
A capinha é um
verdadeiro capricho, mérito do artista Anderson Neves, que deve se orgulhar de
seu feito. E no encarte, muito legal contar com as letras em inglês, língua
adotada nas canções, mas com a tradução para o português logo ao lado.
É Thrash/Death
tradicional, ‘old school’, sem enfeites, coisa rústica mesmo! Pois sim, às
vezes, ter carniça por perto pode ser gostoso...
Nota 7,5
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