sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Entrevista - Rectal Collapse


 
Às vezes, por mais chato que seja, vale a pena demorar para soltar um novo material depois de tanto tempo. É aí que a maturidade e o profissionalismo se fazem presentes. No caso da Rectal Collapse, foi somente uma demo em 2002 e o excepcional ‘debut’ “Penetrating in Your Abdominal Cavity” em 2012 (ler resenha aqui). Inclusive, o novo petardo garantiu um bom lugar na lista dos melhores do ano passado do blog Som Extremo (ver lista aqui). Nesse bom clima, o baterista da banda, Leonardo Mancilha, concedeu uma entrevista, contando mais sobre o ‘full length’, desde sua produção às participações especiais. Penetremos nessa cavidade abdominal monstruosa.


Som Extremo: A Rectal Collapse já está na ativa há mais de uma década, mas muitos talvez ainda não a conheçam. Por favor, conte um pouco sobre a banda.
Leonardo: Olá a todos os leitores e obrigado pelo espaço, Christiano. Lançamos nossa primeira demo "Bodily Harm" em 2002, divulgamos bastante o material até 2005, depois continuamos com alguns shows e compondo novas músicas. Perdemos um pouco a visibilidade no meio Metal, mas nunca paramos com a banda nesses anos. A formação é a mesma desde o início e agora, no fim de 2012, lançamos nosso ‘debut’ "Penetrating In Your Abdominal Cavity".


Som Extremo: Vocês optaram por um Death Metal mais técnico desde o início, ou mais atualmente?
Leonardo: Sempre gostamos do lado mais técnico, mas nunca focamos nisso. É claro que atualmente evoluímos musicalmente e tecnicamente, em comparação com a primeira demo, o que é natural, de acordo com o desenvolvimento de cada integrante.


Som Extremo: A banda acaba de soltar o álbum “Penetrating in Your Abdominal Cavity”, como você mencionou. Como foi o processo de gravação do material? Estão 100% satisfeitos com o resultado?
Leonardo: A primeira palavra que me vem à mente é “diversão”. Apesar de em alguns raros momentos o processo ter gerado um pouco de estresse, valeu muito a pena ter feito  tudo por nossa conta. O resultado não poderia ter sido melhor e, na minha opinião, foi 100% satisfatório.


Som Extremo: Como foi o desafio de gravar, mixar e masterizar o próprio disco?
Leonardo: O desafio foi grande e o aprendizado foi gratificante. Fomos pesquisando e estudando ao longo do processo de gravação, aprendendo cada vez mais. Como disse na pergunta anterior, a diversão foi garantida. Foi tudo feito com calma e do jeito que queríamos, sem pressão de tempo ou outras coisas. Acho que a parte de masterização foi a mais complicada, devido a vários aspectos.



Som Extremo: O disco tem várias participações especiais, especialmente nos solos de guitarra. Saiu tudo sempre como planejado? O que pode falar sobre essas participações?
Leonardo: No decorrer do processo de gravação, as coisas foram acontecendo naturalmente.  Não teve muita coisa planejada nessa parte das participações especiais, a gente apenas convidou os amigos pra fazer os solos. Jairo Rocha, que fez a participação na música-título, é um amigo antes de a gente pensar em ter banda. Fábio Zperandio (ex-Ophiolatry) sempre está em casa, porque temos outro projeto juntos, então sobrou pra ele também! (risos). João Paulo e Marloni Santos, do Chaos Synopsis, são companheiros há bastante tempo e temos também a partcipação de Antônio Cozta (ex-Ophiolatry, Corpse of Christ) nos vocais na "Dissection, Necropsy and Infections". No final, valeu muito a pena, por serem grandes camaradas, e a diversão foi garantida pra toda a garotada que participou da gravação! (risos)


Som Extremo: Como você também já disse, a Rectal Collapse conta somente com uma demo, de 2002, e o atual trabalho, de 2012. Por que houve essa demora de uma década para lançarem novo material?
Leonardo: Responder a você exatamente o porquê da demora é difícil. Tem o dinheiro que fomos investindo em nosso próprio estúdio. Preferimos fazer isso, porque chegamos à conclusão de que a grana que iríamos gastar pra gravar um trabalho profissional ia ser alta, então preferimos investir em uma coisa nossa, pra fazer com calma e do nosso jeito. Mas tem vários outros fatores. Como todos da banda têm um trabalho normal, ou seja, acordar às 6h da manhã e só estar em casa às 18h, às vezes é difícil manter as coisas funcionando perfeitamente, porque querer fazer um monte de coisa ao mesmo tempo acaba resultando em algo meia boca. Acho que sim, demoramos um pouco demais pra lançar algo novo, mas agora saiu e vamos ver se mantemos uma constância na divulgação da banda.


Som Extremo: Particularmente, adorei a faixa instrumental “Thrombotic Thrombocytopenic Purpura”. O que poderia dizer sobre ela?
Leonardo: Opa, legal que você gostou, realmente é umas da que mais gostamos de tocar. Sempre começamos nossos shows com ela pra dar uma aquecida, pois é bem variada. Como todas as nossas músicas, ela tem suas partes técnicas, mas sem perder a essência do puro Death Metal.


Som Extremo: E vocês tem alguma ou algumas faixas consideram as favoritas do CD?
Leonardo: Pra falar a verdade, gostamos de todas. Não tem uma preferida. Como fazemos nossas músicas por puro prazer e diversão, as músicas ficam muito enérgicas para se tocar e tentamos passar isso para as pessoas que as ouvem. Nosso processo de composição também não tem muita frescura. Vamos montando as músicas juntos, pra sentir cada uma, e encaixando o que fica melhor, sem nos preocupar se as pessoas vão gostar ou não, antes de nós mesmos estarmos satisfeitos. O que posso dizer é que tocamos como se fosse a coisa mais divertida do mundo. Pra mim, o que mais vale a pena é estar com os companheiros de banda há tanto tempo e sempre ser tudo como se estivéssemos tocando pela primeira vez juntos!


Som Extremo: Você é bem versátil na bateria. Quais os músicos o influenciam?
Leonardo: Difícil essa, hein!? (risos) Tem muitos bateristas que gosto e se for falar todo mundo, a resposta vai ficar muito grande. Escuto muita coisa fora do Metal e muitos dos bateristas que gosto não são do meio. Vou citar alguns nomes: fora do meio do Metal, seriam o Buddy Rich, David Garibaldi e Jojo Mayer. Do lado Rock/Metal, seriam o Ian Paice, Gene Hoglan, Pete Sandoval e o cara que me fez gostar de bateria, o Boka, do Ratos de Porão, que é uma das bandas que mais gosto!


Som Extremo: Já pensam em fazer algum videoclipe? Aliás, quais os planos da banda agora que lançaram o ‘debut’?
Leonardo: No momento não, mas quem sabe... os planos para a banda são divulgar o ‘debut’ e tocar em todos os lugares possíveis. 


Som Extremo: Agradeço muito a entrevista! O espaço agora é seu, Leonardo.
Leonardo: Nós que agradecemos o espaço para poder falar um pouco mais da banda. Quem estiver interessado em adquirir nosso material ou agendar shows, é só entrar em contato conosco. Obrigado a todos!

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