DVD Kataklysm – Iron Will: 20 Years Determinated
Nuclear Blast/Laser Company – 2012 - Canadá
Duas décadas
de boa música são celebradas com justiça nesse material chique, lançado no
Brasil pela Laser Company [info@lasermusic.com.br
– (11) 2384-2060 ou (11) 2384-2063]. Trata-se de um DVD duplo e de um CD duplo.
O conteúdo contido nos discos são um mega documentário (dividido em duas
partes), uma apresentação ao vivo, o videoclipe da música inédita “Iron Will”,
o áudio do show e uma compilação com as melhores músicas do grupo. Ufa!
Um slipcase
bonitinho envolve as duas caixinhas de CD (os DVDs estão contidos em uma delas)
e o encarte se abre num poster enorme, pra pindurar na parede mesmo! E
exatamente pelo tamanho dele, mal cabe na caixinha. Dá dó de guardá-lo
espremido.
Partamos para
o documentário, de “apenas” cinco horas e meia (!!!!!): ele esmiúça a fundo (ano
a ano) toda a carreira do grupo, que sempre procurou fazer trabalhos com
identidade própria dentro do Death Metal.
São membros e
ex-membros falando sobre cada álbum, seus contextos, histórias curiosas e
bizarras, o relacionamento entre si e muitos outros assuntos. Claro que imagens
raras e outras preciosidades não poderiam ficar de fora.
Bem legais
também, lá no final, os depoimentos de músicos de outras bandas (ou
ex-integrantes), e de pessoas ligadas à Kataklysm, parabenizando-a pelos vinte
anos. Até a nossa Krisiun está no registro!
Dá gosto de
acompanhar, mesmo sendo tão longo, para os que... dominam a língua inglesa. Porque
NÃO HÁ LEGENDAS EM PORTUGUÊS! Como assim?????? Portanto, deve-se pensar nisso
como um colossal treinamento da língua inglesa.
Quanto ao
show, foi realizado na Alemanha, durante o Summer Breeze Open Air 2011, ano em
que completou as duas décadas de existência. É tudo um arregaço, com excelentes
atuações dos músicos. A imagem e o som maravilhosos não deixam nada a desejar.
Como
destaques, “Determined (Vows of Vengeance)”, “The Awakener” (matadora!), “Manipulator of
Souls”, “Feeling the Neverworld”, “The Orb of Uncreation”, “Crippled and Broken”
e a devastadora “As My World Burns” (que riffs!), além da clássica “Push the
Venom”, que encerra o show.
O timbre de
guitarra de Jean-François Dagenais é espantoso, pois, apesar da pegada melódica
do quarteto, ele tem um peso quase inacreditável nos riffs mais agressivos –
chequem as metrancas em “At the Edge of the World”, por exemplo. É um dos
elementos que rouba a cena no palco.
Divertido o “Security
Stress Pass” – citado no documentário inclusive -, em que o vocalista Maurizio
Iacono comenta logo antes da música “As I Slither”: ele conta que se trata de
uma brincadeira que está se tornando popular nas apresentações. É um momento em
que a equipe de segurança do local (que, segundo ele, ganha bem para isso) deve
ser testada pelos fãs, para ver se são competentes em contê-los. Tudo de
maneira evidentemente saudável.
O “momento
irritação” pode – e vai – ganhar aqui contornos (mais) pessoais deste redator:
o baterista Max Duhamel, um exímio artista das baquetas, faz o que quiser com
seu kit. Sério, o cara tem uma técnica incrível e uma velocidade ainda mais
impressionante nos ‘blast beats’. Inclusive o vídeo tem espaço para um solo em
que mostra sua inquestionável competência.
Bem, e com
tanta qualidade (muita mesmo!!!), por que ele insiste, na maioria das vezes, em
fazer as mencionadas ‘blast beats’ com o bumbo somente marcando o compasso?
Fica um vazio gigante nas composições, perdendo parte de sua graça. Claro que
quem ler isso vai responder mentalmente “porque ele quer assim e pronto,
porra!”, então, apenas vale como um desabafo, como já dito, de caráter pessoal.
O segundo
“momento irritação” está, por coincidência, na câmera que focaliza o baterista:
além de o “profissional” do equipamento ficar mal posicionado, impedindo o
telespectador de assistir a Duhamel atuando em toda a sua plenitude (ele
aparece quase de costas), o “cameraman” utiliza aqueles recursos terríveis que supostamente
fazem sucesso nos programas do Gugu Liberato, quando a imagem gira 360° bem
rapidamente. Juvenil, hein?
Mas enfim, de
maneira geral, a Kataklysm expões seus vinte anos de maneira impecável no
palco. Aliás, uma sutil, porém boa sacada, foi colocarem no GC (legenda) o nome
de cada música e do álbum (juntamente com a capa) da qual faz parte, assim como
o ano da produção no show.
Depois de uma
hora e quinze de boas canções, tem o clipe de “Iron Will”, composto por imagens
do próprio documentário. É um ar de nostalgia gostoso de se apreciar. E faz
valer muito o primeiro verso da letra – “Never Forget Where You Come From”.
O CD I, como
já dito, é o registro em áudio da apresentação, enquanto o CD II é um bom
apanhado da trajetória dos canadenses, com grandes clássicos, além da faixa inédita,
que dá nome a todo o material. É uma boa canção, com as características
clássicas da banda: melodias, mudanças de tempo e de clima, vocais ferozes e
arranjos bem legais.
A falta de
legenda em português no documentário pesa bastante (e compromete a nota final),
mas os CDs e o show são só elogios. Obviamente que “Iron Will: 20 Years
Determinated” é um atrativo fantástico, especialmente para fãs mais chegados
nas músicas, e que não dão tanta bola para a história da banda.
Em entrevista
recente à revista Roadie Crew, o guitarrista Jean-François Dagenais afirmou que
iriam cessar as atividades e que só devem retornar em 2014. Pois bem, vejamos o
que nos aguarda no próximo ano.
NOTA 8,0
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