domingo, 24 de março de 2013

Velho #01 (coletânea)


Velho #01 (coletânea)
Velho Rabugento Zine e Distro – 2011 – Brasil


Hardcore e Grindcore se misturam nessa boa iniciativa da Velho Rabugento Zine e Distro. Direto ao assunto então.
A Deus Castiga é o carro-chefe do material. Seu Grind espetacular espalha miolos pelo chão. A excelente gravação ajuda no resultado. Vale lembrar, no entanto, que as faixas fazem parte da demo “I’m Alive Fucking Dead” (exceto a faixa “Fortune Cokkie Jedi”), já resenhada por aqui.
Logo depois, Fatal Blow traz seu Hardcore literalmente irado e bem feito. Perfeito para um ‘mosh’ ou um ‘stage dive’. A maior parte das três músicas pisam no acelerador, tudo interrompido vez ou outra pelas boas quebras de ritmo, que permitem um “respiro” para aguentar a pancadaria. O final da faixa “Sinking Ship” conta com dois bumbos absurdos, “só” isso. A produção também agrada e passa esse clima raivoso para o ouvinte.
Mais Hardcore, dessa vez da Nine Seconds Agression, escorre pelo autofalante, mas com uma veia melódica e vocais limpos em determinados momentos. Perde um pouco do clima de pancadaria e, além disso, a qualidade do registro deixa a desejar. Isso, sem contar ainda que mesmo os vocais gritados são fracos. Mas tudo bem, são apenas duas músicas. Passa rápido.
A SxMxHx traz de volta a destruição com seu Crossover/Grind/Power Violence abarrotado de fúria e energia. São músicas curtas e, como já é de se esperar, bem diretas. Inferno, sem dó nem piedade.
Depois vem a Gritos trazendo mais demolição. Seu Hardcore tem nítidas influências da escola de Nova Iorque, ou seja, muito ‘break down’ alternado com velocidade. Banda muito boa no que se propõe e, ao contrário da banda anterior, conta com composições mais longas, acima dos três minutos de duração.
Por fim, a Que Fim Levou Valdir? (sem comentários sobre o nome do conjunto) fecha a coletânea com mais Hardcore, nos moldes parecidos com os da Gritos. Mas a pegada tem mais melodia, ao menos em “Saramago do Gueto”. As duas restantes, gravadas em outra sessão de estúdio, são bem mais agressivas (e interessantes).
“Velho #01” conta com grupos de qualidade e dá aos curiosos uma boa oportunidade de conhecer barulhos competentes do underground brasileiro.

Nota 8,0

Um comentário:

  1. Tive o prazer de participar com o SxMxHx nessa coletânea. Agradeço ao Zé pelo convite. Abraço e gostei da resenha

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