segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Entrevista – Agamenon Project



O projeto é totalmente na veia Grind/Crust Death. Toda a barulheira feita por um só ser, nominado Arthu. É ele o responsável pelo grande Agamenon Project, cuja discografia só deve perder para a da Agathocles em termos de quantidade. Aliás, enquanto você lê a entrevista, é capaz de já ter saído material novo! Brincadeiras à parte, o criador fala sobre sua banda, revelando sua paixão pelo underground e a vontade de seguir em frente sempre.

Conte um pouco da trajetória da Agamenon Project e de onde saiu o nome dessa one-man-band?
Arthu: Pode até ser que soe clichê, mas antes de tudo, valeu mesmo pelo espaço e pela força que você tem dado ao projeto... assim, chamo de projeto, mas é praticamente a minha banda até porque toma mais tempo que a minha de verdade (risos). Então, o primeiro lançamento foi em 2007, um split com um outro projeto sueco (Social Success Project) e em tape, que eu mesmo lancei. Então assim, foram dois lançamentos de uma vez, o Agamenon Project e o Who Cares? Records, que criei para fazer os lançamentos do projeto. A ideia de fazer algo nessa linha é um pouco mais antiga, creio que em 2004/2005, quando um grande amigo me mostrou Vomitorial Corpulence e falou que o cara fazia tudo sozinho, aí veio a luz. A ideia mesmo tomou mais força quando soube da existência do Besthoven e da fama que tinha. Então decidi inventar essa coisa de one-man band. O interessante foi que veio tudo de uma vez, o projeto, o selo e as ideias de gravar em casa. Quanto ao nome, eu queria algo que soasse como Armagedom, mas não igual, e na época eu trabalhava alimentando banco de dados de uma empresa, e apareceu o nome "Agamenon bla bla bla". Cara, na hora me deu um estalo e pensei: ‘taí o nome do projeto!’. Tanto que o primeiro logo que eu fiz é praticamente a cópia do logo do Armagedom.


O quão complicado (ou não) é compor músicas sozinho?
Arthu: Confesso que tenho mais facilidade em fazer tudo sozinho do que com pitaco de outras pessoas. Às vezes uma opinião aqui ou ali se faz necessário, mas não é sempre. Gosto de tomar as rédeas e fazer tudo de uma vez, testando mil opções de batidas, riffs, timbres, andamentos etc. Às vezes as coisas não fluem tão facilmente, mas quando sai... podem ser umas doze músicas (ou até mais, dependendo) em uma semana.



Em termos de números de registros lançados, você ainda vai passar o Agathocles (risos). É intencional soltar tanto material assim?
Arthu: Assim, Agathocles é referência tanto pro som que faço quanto pela quantidade de lançamentos que possui. A intenção é espalhar o meu som por cada canto possível do planeta! Exageros à parte, não tenho pretensão alguma em ganhar dinheiro, até porque, só gasto (risos), mas é gratificante ver alguém do Japão curtindo, um cara da Alemanha elogiando, pessoas de outros países lançando e por aí vai. Às vezes chego a desanimar, pois todo esforço que eu coloco no projeto, para muitos pode ser que soe forçado, mas não, não é. Faço realmente porque gosto, praticamente por amor mesmo ao Grind/Crust/Death Metal e demais estilos que me agradam.


Aliás, qual o lançamento mais atual? O que pode dizer sobre ele?
Arthu: Em termos de ‘full’, é o "Waiting The Bombs Fall", que em breve vai ser lançado na Tailândia em tape por um selo que eu não me recordo agora, mas porra... gratificante pra caramba! Demorei pouco mais que quatro meses nele, gravei duas guitarras, baixo, vocais, fiz a mix e a master com mais calma, e se comparado com o ‘full’ anterior, “Faces of Death”, ele soa melhor, mas não chega a ser tão trabalhado quanto. As músicas do "Waiting..." são mais pesadas e diretas, confesso que tentei fazer um lance mais Death Metal ‘old school’ mesmo e ele não tem tanto rodeio. Fiquei satisfeito com o resultado que tive, porém, ainda não o lancei em CDR PRO. Estava correndo atrás de alguns selos, mas vou fazer sozinho mesmo e em quantidades limitadas, no máximo cinquenta e no mínimo 25. Por enquanto, está disponível no bandcamp (www.agamenonproject.bandcamp.com) para download gratuito, exceto que na versão física vou incluir o cover que fiz do Carcass, “Tools of the Trade”.


Falando nessa quantidade, consegue dizer, até hoje, qual o material da A.P. que você mais curte?
Arthu: Não consigo mesmo. Teve uma música que regravei há pouco tempo, que se chama "Get a Head". O inglês deve estar errado (risos), mas acho a música sensacional. Gostei muito do resultado da regravação e quem sabe não vira bônus quando lançar o "Waiting..." no físico? Agora, em se tratando de um split ou qualquer outro lançamento, não consigo chegar a um preferido.




E claro, o que vem pela frente com a A.P.?
Arthu: Bom, apesar do desânimo que aparece com frequência, não tenho intenção de parar... Tenho alguns splits pendentes até. Sempre lanço uns EPs virtuais e estou sempre à procura de bandas para lançar split. Tenho planejado o lançamento de outro ‘full’ que está pronto. São doze músicas, apenas dez minutos, e um cover do ROT.


Você se apresenta ao vivo? Se não, já pensou nessa possibilidade?
Arthu: Não, nunca me apresentei, mas já tive vontade... Já pensei sim e alguns amigos até se propuseram a ajudar, mas sempre deixei pra outra hora, que nunca chegou (risos).


Aliás, não pensa em transformar a one-man-band em um negócio com integrantes de verdade, além obviamente de você?
Arthu: Acho que não, a coisa quando vira uma banda mesmo toma outra proporção e sei lá, tem mais dificuldades também. É aquela coisa de depender da disponibilidade de um pra poder ensaiar, de juntar grana pra poder gravar num estúdio de verdade etc, acaba que tudo dificulta e até pelo estresse que "ter uma banda" causa, prefiro mesmo ficar apenas eu. Pelo menos ao se tratar do Agamenon Project.



Valeu demais pela entrevista! Manda um salve pra quem a leu!

Arthu: Pô, mais uma vez, muito obrigado mesmo por todo espaço que você tem dado no seu blog, e não deixe isso morrer nunca, por favor! Hoje em dia precisamos de pessoas assim. Muitos deixam de oferecer tal espaço por ego ou até mesmo por preconceito idiota. O underground não precisa de pessoas assim... Enfim, espero que quem tenha lido a entrevista, tenha curtido, claro. E curta a página no facebook (www.facebook.com/agamenongrindproject), ouça as músicas no bandcamp (www.agamenonproject.bandcamp.com) e acesse a "página" às vezes (www.agamenonproject.wordpress.com). Em breve vão sair alguns materiais bem legais e tudo em cópias limitadas! E como sempre... Trocas são mais que bem-vindas e não faço questão de vender ou ter lucro, a ideia é simplesmente espalhar o meu som! Muito obrigado mesmo!


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