domingo, 1 de fevereiro de 2015

Cauterization – Nasu (EP 7’’)

Cauterization – Nasu (EP 7’’)
Misanthropic Records/Lab 6 Music – 2014 - Brasil


Depois da perfeição “Males Infestus”, de 2011, confesso que estava meio apreensivo para saber se o trio, formado por Well Moia (baixo/backing vocal), Maysa Rodrigues (vocal/guitarra) e Trojillo Jr. (bateria), conseguiria manter essa qualidade fora de série em seu próximo intento. E conferindo aqui o espetacular novo EP, em formato de vinil de 7’’, é possível afirmar sem medo que eles se superaram.
Mas comecemos a saborear a obra “por fora”: a capa, criada por Rafael Tavares, e toda a parte gráfica do material são um verdadeiro primor. Ah, sim, e um pôster da capa acompanha o pacote!
Pois bem, musicalmente falando, trata-se de uma das melhores – talvez a melhor – banda de Blackened Death Metal nacional. E afirmo isso sem pestanejar. Abrindo o EP, a instrumental “Chrysalis to Panacea”, composta por André Luiz Gonçalves de Oliveira, já exala um clima caótico, para tentar preparar o ouvinte para o massacre.
Veja bem, “tenta preparar”, porque o impacto da faixa seguinte, “Belial's Cataclysm”, é enorme! Uma composição belíssima, marcada pela brutalidade e pela riqueza dos arranjos. As variações são fantásticas. Aliás, um show à parte também é a alternância de vocais entre Maysa e Moia. Incrível como ficaram bem encaixados os respectivos urros.
Do lado B, é a vez da faixa-título entrar em cena, trazendo mais destruição sonora. Os ‘blast beats’ mortais de Trojillo Jr. impressionam de cara e o desenvolvimento da música é algo para se deleitar até seu final. Lembrando que os solos foram executados por Fabio Zperandio (ex-Ophiolatry/atual Gorgoroth ao vivo). Uma obra de arte do nosso underground.
De uma maneira geral, outra coisa que chamou a atenção foi a técnica absurda dos músicos. Eles evoluíram perceptivelmente (e olha que o nível já era altíssimo) e estão mais precisos e inspirados do que nunca. O mencionado baterista, por exemplo, é um monstro no comando das baquetas, enquanto os dois também já supracitados integrantes dominam as cordas com maestria!
Uma pena – MESMO – só haver esses três sons no disco. A vontade de ouvir mais e mais é quase desesperadora, de modo que é preciso torcer para a agulha do toca-discos ser resistente o bastante para aguentar tocar tantas vezes essas maravilhas.
E o recado é direto para a Cauterization: pessoal, esse registro é grandioso e, assim como o anterior, perfeito, mas isso não impede uma cobrança que vocês já devem ouvir dos fãs (estou no meio) há tempos: quando sairá o ‘debut’? Já é mais do que uma obrigação!

Nota 10,0


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