sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Documentário - Until the Light Takes Us

Documentário - Until the Light Takes Us
Factory 25 - 2008

Eis o famoso documentário que conta um pouco das origens do black metal norueguês, local que abrange a cena do estilo mais famosa do planeta. O vídeo tem como personagens principais Fenriz (Dark Throne), mostrando seu cotidiano, e Varg Vikernes (Burzum), que depõe no período em que esteve preso pelo assassinado de Euronymous.
Feitas as devidas apresentações, vamos ao registro, que mostra muitas imagens das ruas e do cotidiano da Noruega, mas o recurso é usado demais e acaba sendo desnecessário. Dá a impressão de que estão lá só para aumentar a duração do produto.
Obviamente que não poderiam ficar de fora as cenas das igrejas incendiadas pelo Inner Circle, assunto bastante tratado ao longo das filmagens.
Mas vamos a outras curiosidades dessa cena. Muitos talvez não saibam, mas Vikernes inventou a “necro-música”. É, o cara escolheu os piores instrumentos e equipamentos de gravação para registrar seu som. O resultado? Bom, aquele som cru da Burzum que marcou a cena black metal no início dos anos 90.
Passam também por uma das maiores características do movimento, os corpse paints. Sim, eles foram um dos pioneiros da pintura! Vai me dizer que não esperava por isso?
Mais fatos interessantes: Dead, ex-integrante da Mayhem, é considerado o primeiro vocalista a incorporar um personagem em cima do palco. Sim, as loucuras teatrais do cantor fizeram escola. Ah, e Euronymous, também ex-membro (sério mesmo?) da banda, foi o criador do estilo norueguês em fazer riffs black metal, uma técnica curiosa.
Vale dizer que, além de Fenriz e Vikernes, o doc conta também com entrevistas de ilustres músicos do cenário: Hellhammer (Mayhem), Abbath e Demonaz (Immortal), Frost (Satyricon) e outros.
O capítulo do suicídio de Dead é mórbido. Vikernes e Hellhammer contam como Euronymous foi tirar aquela foto maldita, que se tornou capa do CD pirata ao vivo “Dawn of Black Hearts”. Impressionante até onde vai o sangue frio do ser humano.
Já em relação ao assassinato da figura mais assustadora e carismática do black metal, o citado Euronymous, conhecemos a versão de Vikernes para o fato. O líder da Burzum alega legítima defesa. E mais outra curiosidade: na obra audiovisual aparecem imagens surpreendentes do julgamento do assassino, que também foi condenado por uma série de incêndios criminosos a igrejas norueguesas. O que causa calafrios é ver o cara com uma expressão amena, e até sorrindo em alguns momentos. Coisas do black norueguês.
Bom, e não poderia deixar de falar (e novamente me assustar) com um show freak de Frost no final do DVD. Não digo mais nada.
O documentário não traz respostas, apenas expõe fatos. Cada um tem sua verdade, e cabe ao espectador fazer sua própria interpretação dos depoimentos. “Until the Light Takes Us” é sem dúvida item obrigatório para qualquer amante de música, extrema ou não, já que se trata de um dos capítulos mais obscuros de toda a cena musical. Boa ou ruim isso é história das mais importantes.

NOTA 8,0

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