Para essa aqui, o sucesso é inevitável. Mesmo com pouco tempo de vida, a Division Hell já entrou para a história do underground nacional. Formada por verdadeiros mestres na arte de fazer um Death Metal furioso e belíssimo, o quarteto, formado por Ubour (vocal/guitarra), Eduardo Oliver (bateria), Gino Gaier (baixo) e Renato Rieche (guitarra solo), lançou em 2011 a demo “Apokaliptika”, considerada pela mídia especializada um dos melhores EPs lançados no ano passado. O blog Som Extremo entrevistou Ubour, um cara inteligente e com os pés no chão. Ele contou um pouco da história da banda e sobre o recente trabalho, entre outros assuntos. E então, vamos todos para a divisão inferno?
Som Extremo: Vocês já são relativamente conhecidos na cena, mas é sempre bom relembrar da sua trajetória, mesmo que curta (sei que vocês faziam parte de grandes bandas, e, portanto, fiquem à vontade para falar delas). Por favor, faça um breve histórico da banda.
Ubour: Cara, estou nesse meio desde 1994, quando montei minha primeira banda, a Hate. Em 2001, o Renato entrou e mudamos o nome para Legion of Hate. Gravamos dois CDs, fizemos muitos shows e em 2008, encerramos as atividades do grupo. Aí, fui fazer minhas paradas e o Renato as dele. Em 2009, comecei a fazer um som despretensioso com o Eduardo Oliver e o Gino Gaier, mas a coisa tomou um rumo mais profissa, e resolvemos montar uma banda de verdade. Chamamos o Renato, ele topou mais essa empreitada e hoje, estamos aí com a Division Hell!
Som Extremo: Vocês estrearam de maneira fenomenal com “Apokaliptika”, recebendo inúmeros elogios da crítica especializada e dos fãs. Como pode resumir seus sentimentos pelo trabalho? Como o descreve para quem ainda não o ouviu?
Ubour: Procuramos fazer da maneira mais profissional possível tudo o que envolve a Division Hell. Cometemos muitos erros no passado e aprendemos com eles. Não queremos repeti-los com a banda. Demos nosso sangue, grana e tempo para gravar e lançar o EP. Temos um enorme carinho por ele. São três músicas que definem bem o som da banda: pesado, agressivo e empolgante!
Som Extremo: E a arte gráfica é excepcional. Como foi a concepção da capa?
Ubour: Quem fez a concepção foi a Inblood Design, baseada na letra da música “ApokaliptikA”. Os caras já fizeram trampos com o Legion of Hate e são bons no que fazem. Na verdade eles fizeram nosso MySpace antes da capa, com a mesma temática, e resolvemos “linkar” tudo. Realmente ficou foda!
Som Extremo: Muito antes do lançamento oficial de “Apokaliptika”, vocês chegaram a disponibilizar duas das três músicas do EP na internet. Por que essa estratégia?
Ubour: Quando gravamos “Flesh Blood Desire”, não sabíamos se iríamos lançar um EP ou coisa parecida, de modo que resolvemos colocá-la no nosso primeiro canal digital, o Palco MP3. Gravamos “ApokaliptikA” e fizemos a mesma coisa. Assim começaríamos a mostrar a cara para o público. Gravamos “Pray & Cry” com intuito de só lançá-la em um CD, mas aí, nós a estreamos em nosso MySpace, que também era novo. Mas queríamos muito lançar algo físico, para completar um ciclo, e foi isso que acabou rolando.
Som Extremo: Corrija-me se eu estiver errado, mas o grupo começou a se apresentar ao vivo bem depois de sua formação (e da disponibilização das duas faixas). Por quê? Houve muita dificuldade para se montar o time perfeito?
Ubour: Não, cara, pois a formação da Division é a mesma desde o começo. À medida que compúnhamos uma música, nós a gravávamos. Por isso demoramos um pouco mais que o normal para compor novas músicas. E para fazer um show legal, tínhamos que ter no mínimo umas cinco composições. Quando elas estavam afiadas, começamos a marcar alguns shows.
Som Extremo: A música de vocês apresenta muita brutalidade e técnica, mostrando que vocês não são “apenas mais uma” banda de Death Metal. Como manter essa identidade firme?
Ubour: Cara, as músicas estão rolando naturalmente, não nos prendemos a rótulos. Minha formação musical é cravada no Death Metal, é o estilo que adoro tocar e compor. Mas gosto de bandas como Danzig, Pantera, Sepultura, Metallica, e deixei essas bandas influenciarem nas músicas da Division. E também, na hora de compor, o Eduardo coloca suas influências na batera, e rola uma mistura, que acaba no som da Division Hell!
Som Extremo: Já tem muita gente reclamando (e sou um deles) que a Division Hell tem que lançar o full length o mais urgente possível. E aí, quando sai o ‘debut’ (risos)?
Ubour: Porra, cara, essa é a nossa correria de 2012! Devemos entrar em estúdio em abril e esperamos estar com dez ou doze músicas gravadas até o final do ano. Aí começa uma nova correria para lançar a bolacha...Tudo isso demanda tempo e grana, que é o que impede a maioria das bandas undergrounds de dar passos mais adiantados!
Som Extremo: Atualmente o Brasil tem fervilhado de ótimas bandas extremas. Vocês acham que o underground está ficando menos underground com esse crescimento?
Ubour: Acho que não cara. Acho que isso fortalece o underground. Tem muitas bandas fodas mesmo, mas a maioria continua no underground. Claro que a qualidade dessas bandas chama a atenção e algumas ficam mais conhecidas. Mas acho que isso é benéfico e na verdade, nenhuma banda gostaria de ficar no underground para sempre!
Som Extremo: Muita gente compara seu timbre vocal ao do Gorefest. Isso o incomoda? Como lida com isso?
Ubour: Incomoda? Caralho, é uma honra! Tenho quase todos os álbuns originais do Gorefest! Gosto pra carvalho! Claro que procuro ter o meu timbre, o meu estilo. Se você comparar meu vocal de hoje ao de 1999, mais ou menos, verá que evoluiu bastante, eu acho! (risos)
Som Extremo: O blog Som Extremo agradece a entrevista, Ubour. Fique à vontade para as declarações finais.
Ubour: Nós é que agradecemos a força que o blog Som Extremo tem dado ao Division Hell. É sempre um prazer falar com vocês! Peço um tempinho dos leitores para que conheçam o trabalho da banda, acessem nossos canais sociais, escutem as músicas, compareçam aos shows! É tudo feito com muita paixão e respeito, e queremos compartilhar com vocês! Grande abraço e obrigado! Stay brutal!
Do caralho....
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