quinta-feira, 26 de abril de 2012

Bal-Sagoth - Battle Magic

É com muita honra (MUITA MESMO!) que o Som Extremo recebe a colaboração especialíssima de Marcos Garcia, um cara gente finíssima que "só" colabora com os seguintes veículos: Whiplash, Collector's Room, The Seventh Wall e mais atualmente, Hell Divine. Currículo pra ninguém botar defeito! Pô, Marcos, deixa um pouco pra gente também, né? ahahahah Nem ousei modificar o texto desse mestre, feito EXCLUSIVAMENTE para o blog!
Meu amigo, agradeço imensamente sua preciosa colaboração! Valeu mesmo, de todo o meu coração! Espero ter o prazer de contar com outras contribuições mais vezes, quando quiser, combinado?
Mas vamos lá então, o Marcos escolheu o disco de uma bandaça para resenhar. Meu conselho desde já: corram atrás desse material!


Bal-Sagoth - Battle Magic
Cacophonous Records – 1998 – Reino Unido





A cena underground nem sempre é justa, já que temos mais bandas injustiçadas do que outra coisa, pois mais de 90% das boas bandas acabam ficando relegadas ao desconhecimento do grande público, uma vez que tudo o que envolve a promoção das mesmas nem sempre tem resultados positivos. Uma pena, pois ótimos discos ficam sempre escondidos do grande público, e este fica apenas com aquilo que querem que ele fique. E uma das bandas mais sublimes do Metal extremo dos últimos 20 anos está nesse enorme grupo de injustiçados, o quinteto inglês BAL-SAGOTH, um legítimo herdeiro das terras que geraram as primeiras bandas de Metal (LED ZEPPELIN, DEEP PURPLE e BLACK SABBATH), bem como onde o estilo renasceu, graças à NWOBHM, bem como viu surgir monstros sagrados com JUDAS PRIEST, MOTORHEAD, VENOM e outros.
Formada em 1993 por quatro rapazes de Yorkshire, na Velha Inglaterra, a banda tem seu nome oriundo de um livro de Robert E. Howard, o célebre criador de Conan, ‘The Gods of Bal-Sagoth’, unindo a musicalidade extrema com as orquestrações perfeitas de Jonny Maunding (que vem de uma família de músicos de formação clássica) e nas letras de Byron Roberts (graduado em Língua Inglesa pela Sheffield Hallam University com louvor, inclusive com sua dissertação sendo focada em escritores modernos como H. P. Lovecraft, Robert E. Howard, Clark Ashton Smith, Edgar Rice Burroughs, J.R.R Tolkien e Jack Kirby), que inclusive chegou a criar um mundo literário para adaptar as letras da banda, os sujeitos abusam em fazer uma música que mixa os elementos do Metal Extremo com orquestrações ótimas, criando um clima extremamente forte e elegante, carregado de peso, melodia e brutalidade, elementos que, após dois ótimos discos (‘A Black Moon Broods Over Lemuria’ e ‘Starfire Burning Upon the Ice-Veiled Throne of Ultima Thule’) chegaram à plenitude em seu terceiro CD, ‘Battle Magic’, enfocado aqui.
As letras e vocais insanos de Byron (que varia bastante no uso das vozes rasgadas, guturais e na narrativa poética) e orquestrações épicas dos teclados de Jonny (que também tocou bateria neste e nos anteriores, para a partir de então, se dedicar apenas aos teclados), apoiados pelas guitarras ora rápidas e ríspidas, ora mais melódicas e climáticas, de Chris Maunding (irmão de Jonny, e que também tocou baixo durante as gravações),e temos um disco perfeito em cada faceta e detalhe, em uma produção minimalista que quase levou o engenheiro de som do estúdio, o conhecido Mags (que produziu os primeiros do CRADLE OF FILTH e PRIMORDIAL), a um colapso nervoso, embora ele tenha gostado bastante do trabalho. Gravado no entre outubro e dezembro de 1997 nos Academy Studios, em Yorkshire, logo após a volta da tour pela Europa com o EMPEROR, muitos fãs se surpreenderam com a sonoridade menos densa e soturna, e mais limpa, bem épica e um pouco mais melódica que antes, mas este aspecto só tornou o trabalho da banda ainda mais personalizado, original, rico e cheio de vida. Já a produção visual, como de praxe, é feita com esmero, apresentando um dos personagens fictícios de Byron, o bárbaro Caleyn-Tor, fora as letras estarem presentes.
O CD é um pouco mais curto que os anteriores em termos de duração (pouco mais de 50 minutos), mas as músicas são cativantes e não saem mais da mente de que o ouve, já que crescendos, momentos mais acelerados, outros mais lentos e climáticos são presentes, bem como orquestrações magistrais dos teclados, a variação de vocais entre o rasgado típico e o gutural narrativo, mas não se pode deixar de destacar ‘Naked Steel (the Warrior’s Saga)’, veloz em boa parte, mas com um belo insert climático; a forte e empolgante ‘A Tale from the Deep Woods’, com grandes guitarras e excelentes teclados; a extremamente complexa e cheia de crescendos e orquestrações ‘Return to the Praesidium of Ys’, a marcial e pesada ‘The Dark Liege of Chaos is Unleashed at the Ensorcelled Shrine of A’Zura Kai (The Splendour of a Thousand Swords Gleaming Beneath the Blazon of the Hyperborean Empire: Part II)’, com ótimos momentos orquestrados bem equilibrados com a rapidez vigente, mas no geral, as faixas se nivelam por cima o disco todo, logo, podem deixar o CD tocar à vontade e na função repeat indefinidamente, e se perguntem o porquê deste genial grupo não ser tão conhecido...


Nota 10


Tracklist:

01. Battle Magic
02. Naked Steel (The Warrior’s Saga)
03. A Tale from the Deep Woods
04. Return to the Praesidium of Ys
05. Crystal Shards
06. The Dark Liege of Chaos is Unleashed at the Ensorcelled Shrine of A'Zura Kai (The Splendour of a Thousand Swords Gleaming Beneath the Blazon of the Hyperborean Empire: Part II)
07. When Rides the Scion of the Storms
08. Blood Slakes the Sand at the Circus Maximus
09. Thwarted by the Dark (Blade of the Vampyre Hunter)
10. And Atlantis Falls...


Formação:

Byron Roberts  – Vocais
Chris Maudling – Guitarras e baixo
Jonny Maudling – Teclados e bateria


Contatos:

  

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