Som Extremo: Começando pesado: nesses treze anos de banda, qual a maior
dificuldade pela qual já passaram?
Jorge Rabelo: Nunca nenhuma grande tragédia nos acometeu, ainda
bem. Mas um fato inesperado que criou uma dificuldade em um momento inoportuno
foi a saída do vocalista da banda em 2005, uns dois dias depois do show de
lançamento do nosso ‘debut’. A divulgação do CD ficou bastante prejudicada, o
disco encalhou, passamos muito tempo procurando vocalista até descobrir que o
Mateus, que era apenas guitarrista, era a melhor opção. Acho que aquele CD
merecia melhor sorte. Mas é aquele caso clássico de uma situação que parecia
negativa, mas que futuramente revelou-se como algo profundamente positivo.
Som Extremo: Como foi a concepção de “The Pendulum Burns”?
Jorge: A concepção do disco, oficialmente, começou em fevereiro de
2011, quando definimos que faríamos o disco em Los Angeles, sob a batuta do
Rhys Fulber. Aí ficamos até dezembro compondo e gravando demos para chegarmos
ao estúdio preparados. O Mateus escreveu algumas letras nesse período também,
mas boa parte foi escrita já em Los Angeles. Foi lá que ele definiu a linha
temática das letras e o nome do disco.
Som Extremo: E as participações do guitarrista Jed Simon, ex-Strapping
Young Lad e da cantora Leah Randi (Conjure One), como foram?
Jorge: A participação do Jed foi ideia do Rhys. Faltava um solo em
‘Trail of Blood’ e já estávamos nos últimos dias de gravação, então o Rhys
perguntou se acharíamos legal o Jed gravar um solo e é claro que respondemos
positivamente. O cara toca demais e somos muito fãs de Strapping Young Lad. Já
no caso da Leah, sentimos a necessidade de um segundo vocal bem melódico e
épico no fim de “Never Let Me Down Again”. Aí perguntamos pro Rhys se a Leah,
que é mulher dele, não toparia fazer uma participação. Ela topou e ficou lindo.
Som Extremo: E aliás, a produção e mixagem de Rhys Fulber e
masterização de Maor Appelbaum, como se deu a oportunidade?
Jorge: Queríamos trabalhar com um produtor novamente, alguém que
nos tirasse da zona de conforto. Pensamos no Rhys e mandamos material pra ele,
que curtiu bastante e então topou produzir a banda. Aí, negociamos um pacote
completo: gravação no estúdio dele, produção e mixagem dele. A ideia nos
empolgou, então decidimos fazer nossos esforços pra fazer acontecer. Já o Maor
Appelbaum foi uma sugestão do Rhys para masterizar o CD. Ele fez ótimos
trabalhos com bandas que gostamos muito, como Cynic e Sepultura, então fechamos
com ele pra masterizar o CD.
Som Extremo: Vocês esperavam um retorno tão positivo com o ‘debut’?
Jorge: O ciclo do disco ainda está se iniciando, mas ainda não
vimos nenhuma crítica negativa sobre o disco. Isso tem nos deixado muito
felizes. Sempre tivemos confiança que estávamos fazendo um álbum de muita
qualidade, mas por enquanto tem superado nossas expectativas.
Som Extremo: Vocês acham que no Brasil existe algum tipo de preconceito
em relação ao tipo de som que executam?
Jorge: Como uma banda de Metal, é preciso aceitar que nosso público
no Brasil é restrito e tocar aqui não é lucrativo. Algumas bandas atingem algum
nível de sucesso aqui, especialmente cantando em português, mas nada que
permitam que os membros larguem seus trabalhos. Não acho que seja questão de
preconceito, simplesmente não é um estilo que cai no gosto da maioria dos
brasileiros. Temos que trabalhar com essa realidade.
Som Extremo: Muitos shows acontecendo? Como será o restante de 2013
para a Optical Faze?
Jorge: Estamos fazendo uma série de shows no entorno de Brasília.
Já tocamos no Guará e na Samambaia, e nos dias 10 e 11 de maio tocaremos na
Ceilândia e no Paranoá, respectivamente. Também vamos tocar no projeto “Rock
Sem Fronteiras”, que é uma iniciativa muito legal do movimento “Brasília
Capital do Rock”, mas ainda não há data definida. Queremos tocar em várias
regiões do Brasil este ano. O objetivo é, em 2013, tocar mais vezes fora de
Brasília do que em toda nossa carreira.
Som Extremo: Planos para mais um videoclipe?
Jorge: Vamos gravar agora, no fim de maio, um clipe para “Never Let
Me Down Again”, o cover que fizemos do Depeche Mode, que está exclusivamente no
digipak do “The Pendulum Burns”. Já
estamos nos preparando para filmar. Vai ser um clipe que não se espera de uma
banda de Metal, vai ser divertido. Até Julho ele deve estar no ar.
Paralelamente, estamos trabalhando em mais dois clipes, que devem sair mais pra
frente.
Som Extremo: Agradeço muito a entrevista! Por favor, deixe uma última
mensagem.
Jorge: Nós que agradecemos! Aos leitores, muito obrigado pela
atenção! Visite nosso site, ouça nossa música, vá aos nossos shows! Apoie quem
está na correria independente! Nos vemos na estrada!
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