Lost Soul - Immerse In Infinity
Witching Hour Productions – 2009 - Polônia
Esses aqui deveriam ser tão conhecidos e respeitados quanto Vader e Behemoth. Sim, é da Polônia que vem essa avalanche chamada Lost Soul. É, o nome da banda é um tanto batido, mas não se deixe enganar. O extremismo alcançado por esse pessoal é de chocar.
Mantendo uma linha velocíssima, pesada e com uma pitada de melodia, o conjunto vem demolindo tudo à frente. Em relação às bandas consagradas citadas aí em cima, a Lost Soul se diferencia um pouco por trabalharem de uma forma mais técnica, mas muito brutal.
Imaginem um (agora cultuado) Fleshgod Apocalypse sem teclados ou vocais limpos, e vocês terão uma base do que isso aqui se parece. As músicas são surpreendentemente grandes, totalizando um disco de quase uma hora de duração em apenas oito canções.
“Revival”, que abre a pancadaria, é de uma precisão cirúrgica. Já “Personal Universe” começa com uma virada de bateria que beira o absurdo de velocidade, e os riffs matadores fazem desse som um hino. Um som trabalhado que deixa cravada sua marca no underground.
A terceira faixa – “...If the Dead Can Speak” – apresenta uma proposta diferente, com uma sonoridade mais quebradona (veja clipe abaixo) e trabalhada. Lembra muito Behemoth em seus momentos mais lentos. Particularmente não fez meu tipo, mas no contexto do disco, mantém o nível. É um momento de “descanso”.
Depois da calmaria, a tempestade retorna sob o nome “216”. Que pancada! Só depois de quase dois minutos e meio de violência sonora é que o vocalista dá o ar da graça para imprimir mais agressividade à canção. E no meio da ignorância sai um solo fantástico! Indo agora de uma porrada para outra. É a vez de “One Step too Far”, com um começo avassalador, dando espaço para muita técnica durante o resto de sua execução. Uma das melhores do CD!
Um novo momento de relativa tranquilidade com “Breath of Nibiru”, outra música destoante de “Immerse In Infinity”, mas mais agradável do que “...If the Dead Can Speak”. Destaque para os bumbos e para a bela construção da música, com uma levada meio épica.
Quase chegando ao fim do play, o caos retorna com a boa “Divine Project”. Devastação praticamente sem descanso. Muito legal o crescendo no meio da música, culminando em outro grande solo. Fechando o álbum, a batucada esquisita inicial de “Simulation” introduz outra grandiosa, profunda e destruidora canção, para acabar com tudo em alto estilo.
Realmente, o conjunto é surpreendente, mas quem se sobressai aqui é o baterista Desecrator, com sua técnica bastante apurada. O cara consegue fazer músicas trabalhadas e ao mesmo tempo extremamente agressivas, priorizando o pé no acelerador, mas com classe, muita classe.
Qualidade de gravação ótima, dispensa comentários. Em suma, é apenas uma questão de tempo para a Lost Soul ter seu trabalho reconhecido com justiça, porque qualidade e competência são as palavras que melhor definem a banda, que tem tudo para se tornar cult no submundo do som extremo.
NOTA 9,3
A produção do clipe é bizarra! clipe bem polêmico tb ... quando mostra os músicos tocando separadamente, com aquele chão ressecado, me lembra vagamente o clipe do Behemoth, Ov Fire and Void.
ResponderExcluir