Against Tolerance – Undefined
Distribuição: Laser Company – 2011 – Brasil
O título do CD já “define” bem a banda: a Against Tolerance transita entre vários estilos, destacando-se o thrash, o heavy e o death metal. O resultado é um disco em que sobra porrada para todos os lados. Mas a audição do material traz diferentes e opostas sensações, já vale previnir.
Tão interessante quanto a mescla de estilos está a capacidade dos músicos em conseguirem construir arranjos empolgantes e belos. O baixista de Hugo Bispo, por exemplo, é um espanto e dá uma boa encorpada às canções. Basta ouvir um trecho de “Cold Hearts” e deixar seu queixo cair com a habilidade do cara.
O baterista Biel Astolfi não fica atrás. Apesar do grupo não ser extremo ao extremo, o trabalho do rapaz é um show: viradas firmes e muito bem elaboradas, além de constantes mudanças de ritmo e claro, muita criatividade nas levadas, fazem de Astolfi um ás das baquetas. Aliás, seu lado mais agressivo (e põe agressivo nisso) aparece em “Dias Irae”, a mais poderosa do álbum.
E um certo experimentalismo dá a direção do início da faixa que leva o nome da banda. Entretanto, ela se transforma em pancadaria pouco depois, sendo outra que merece destaque no trabalho.
Contudo, analisando friamente a audição do disco, disponível na íntegra no http://www.againsttolerance.com (A ORDEM DAS MÚSICAS ESTÁ DIFERENTE DA ESCRITA NO MYSPACE DA BANDA), a impressão que se tem é a de que a partir de “Welcome To The Desert of The Real”, a coisa declina um pouco em termos de vibração.
O grupo peca em um ou outro momento, quando insere vozes limpas. Isso faz as faixas perderem consideravelmente seu punch. Sinceramente? Um artifício dispensável. Dentro do exposto, há abaixo o clipe da supracitada “Welcome To The Desert of The Real” que, vou dizer a verdade, é meio sem graça, com vocais melodiosos, praticamente feita para tocar nas rádios. Mas já fica o aviso: não se deixem levar por isso, e conheçam as pedradas do pessoal ouvindo o restante do disco.
A maldade até volta em “Try Again. Fail Again. Fail Better.” (tirando os vocais melancólicos), mas já é tarde e o play encerra com “Prelude #1”, totalmente acústica.
A qualidade de produção é ótima, feita por quem entende do assunto (Andria Busic - Dr. Sin) e a capa é linda (Gustavo Sazes), cartões de apresentação essenciais para uma boa avaliação.
A Against Tolerance conseguiu uma dose eficaz entre a melodia e a brutalidade, algo que nem sempre dá certo, da maneira como é apresentada em “Undefined”. Ousadia e criatividade podem ser os dois substantivos que melhor se encaixam na definição do som do conjunto. Em termos de diversidade musical, os caras vão longe. Entretanto, precisam estar atentos à tênue linha existente entre o interessante e o descartável na tentativa de certas “inovações”.
NOTA 7,5
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