sexta-feira, 4 de novembro de 2011

DVD Dimmu Borgir – World Misanthropy

DVD Dimmu Borgir – World Misanthropy
Laser Company – 2002 – Noruega

DVD duplo da Dimmu Borgir, nacional graças à Laser Company (www.lasercompanymusicstore.com.br). E o melhor: no auge da banda, quando teclado ainda era mais discreto! Quanta coisa legal, né? Entretanto, bom, vai acompanhando tudo, e veja se concorda com a resenha.
Começando a falar da capa, sempre maravilhosa quando se trata de Dimmu Borgir. Bela arte. Já o encarte, embora seja bonito, é bastante simples. Aqui sim, faltou um cuidado especial do grupo. Mas tudo bem, se considerarmos que o produto tem quase dez anos de vida e na época, provavelmente a preocupação com o visual do DVD era uma questão secundária.
Talvez também por essa despreocupação, não há menu animado. Entretanto, há a opção de legendas em português, e os botões também vêm escrito em nossa língua. Ponto positivo!
Ao dar o play, o primeiro estranhamento: o show começa de repente, sem nenhuma introdução. Vem a música e boa. Cadê as preliminares? Bom, beleza, seguindo em frente.
As imagens da primeira música – “Blessing upon the Throne of Tyranny” - estão meio granuladas, com edição tradicional, mas cheia de fusões longas, o que chega a ser cansativo. Além disso, a imagem está em widescreen, mas a adaptação para full deixou a imagem levemente esticada. Provavelmente foi algo a ver com a conversão do material com padrão europeu. Enfim, e o som não está tinindo, mas apenas mediano e com os bumbos da bateria, baixos. Com isso, perde-se um pouco do peso das composições.
Prosseguindo com a análise, outra surpresa que pode não agradar a todos: as músicas estão intercaladas com cenas dos bastidores, que mostram brincadeiras e imagens de gosto duvidoso, alternadas com momentos sérios, como ensaios e gravações de estúdio.
Quando volta à segunda música, que faz parte de outra apresentação, nota-se uma melhora de som e imagem. Ok, dessa vez, a bateria encobre quase tudo, mas ainda sim, está melhor do que na faixa anterior. Em relação à performance no palco, pode-se afirmar que a banda está de parabéns, já que agitam de verdade e passam o sentimento de empolgação, tanto ao público presente na apresentação, quando a quem assiste ao vídeo, algo que não ocorre no DVD posterior dos noruegueses – “The Invaliable Darkness”, de 2008.
E nesses intervalos entre um som e outro, vem algo de conteúdo interessante: os integrantes da banda (na época) dão seus depoimentos, contando como entraram no mundo da música e posteriormente na Dimmu Borgir. Aliás, Silenoz fala de forma brevíssima como, desde os primórdios, o sexteto iniciou suas atividades, algo realmente válido nesse DVD.
Entre os destaques das entrevistas, vale citar Shagrath revelando ser muitiinstrumentista (imagino que não seja segredo, mas nfim...) e também o fenomenal Nicholas Barker contando quem são suas maiores influências na bateria. E cabe aqui mencionar um trecho curto mostrando o cara moendo a bateria em um dos “intervalos” das músicas. Show!
Voltando à banda ao vivo: destaques para “The Insight and the Catharsis”, “Tormentor of Christian Souls”, “Kings of the Carnival Creation” e a violentíssima “The Maelstron Mephisto”. Todas excelentes, podem acreditar. Terminam bem a primeira parte do DVD 1.
Ainda no mesmo disco, eis a segunda parte, com músicas tocadas em Stuttgart, na Alemanha. Bom... parecia algo novo, mas não passa da repetição das músicas já vistas, sem os intervalos. A mesma coisa vale para a suposta terceira parte do DVD, que traz imagens do show no Wacken Open Air, também na Alemanha. Muito estranho e mal organizado essa mídia.
Bem, melhor ver a segunda bolachinha então. Nela não há uma ordem específica para assistir às opções, então, começo falando que uma delas mostra a Dimmu Borgir em gravações amadoras nos “clipes” (entre aspas mesmo) feitos em 1995, 97, 99 e 2001. Bom, valem pela importância histórica e só.
Na música “Alt Lys er Svunnet Hen” (95), por exemplo, é interessante ver a banda somente como um trio.
Em “Spellbound (by the Devil)”, é usada a música de estúdio no vídeo, feito com imagens de várias apresentações da banda, provavelmente algo feito por um fã. Você nota a falta de sincronismo entre som e imagem, mas no geral, até que ficou legal.
Depois vem “Arcane Lifeforce Mysteria”, num esquema meio parecido com o “clipe” anterior, embora mais profissional. Realmente, o pessoal estava tocando essa música, e tentaram sincronizar tudo com a versão de estúdio da composição. As imagens ficaram levemente escuras, mas tudo parece ser do mesmo show, diminuindo o estranhamento nas diferenças de qualidade das cenas.
O último dos registros é o que mais se aproxima de fato de um clipe. Foi feito ao vivo no próprio Wacken, e novamente repetiram o processo da faixa citada no parágrafo anterior, na qual sincronizaram a música de estúdio com as imagens do show. Agora entendo porque Nick Barker estava com fones de ouvindo escutando metrônomo.
Após as quatro demonstrações, hora de ver uma imensa galeria de fotos, que mostram cenas do cotidiano, shows, amigos, poses promocionais e outras coisas. Para quem curte fotografias, esse é um prato cheio.
E tome mais cenas dos bastidores da banda, que emendam em mais registros amadores do grupo tocando. Pelas terras baixas (Holanda?), Estados Unidos e México, lá está o black metal norueguês.
Mas o melhor material aqui são as três canções que a Dimmu Borgir executa na Polônia. As imagens estão melhores. Já o som, está mediano apenas. Ainda sim, é o momento em que o pessoal mais agita no palco, isso sim é bom. Um grande registro. Só uma pergunta: cadê o tecladista, que não aparece nas filmagens?
Bom, é lógico que os créditos finais também estão lá, em um botão específico.
Bom... as conclusões: faltou de fato um show completo do grupo, ainda mais por se tratar de um disco duplo; poderia haver mais cuidados com imagem e som nas gravações; por se tratar, segundo o encarte, do primeiro registro audiovisual oficial, deveriam ter feito algo mais elaborado; o material não é ruim, mas com certeza não é uma maravilha. Sinceramente, o produto é mais destinado a quem realmente é fã da banda. E tenho dito.

NOTA 7,0

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