Antes de começar de fato a resenha, queria registrar que o CD veio direto de Portugal para as minhas mãos. Fiquei extremamente contente ao receber um álbum que atravessou o Oceano Atlântico para ser resenhado pelo Som Extremo. Um agradecimento muito especial a Simão e Micael Olimpio, e ao pessoal da Vomit Your Shirt. Valeu mesmo, moçada!!
Raw Decimeting Brutality (RDB) – Obra ó Diabo!!!
Vomit Your Shirt – 2011 – Portugal
Quer a essência do grind? RDB. Quer uma boa influência de gore? RDB. Quer títulos hilários de músicas? Adivinhem – RDB. Pois esses portugueses expelem um som brutal e bem redondo, trazendo uma ira absurda às nossas pobres orelhas.
É de impressionar não somente a violência das 12 faixas, mas também como tomam o cuidado de deixar o produto bem acabadinho.
Logo de cara, chama a atenção o grupo contar com três vocalistas (dois deles comandam também guitarra e baixo). Nesse caso, deduz-se que o vocal mais cavernoso seja o de Daniel, que tem como tarefa única urrar como um condenado sob tortura. Horripilante o poder do gogó do cara. Muito bom!
E o moedor João trucida sua bateria como um mestre que nasceu para triturar. Sabe quando colocar mais e menos velocidade nas composições – só que menos velocidade ainda é rápido pacas - e, juntamente com o baixo de Micael (puta distorção animal!!!), formam uma cozinha sólida e amedrontadora.
A RDB é um bom exemplo de como preservar o grind tradicional. Não há novidades no som dos caras e mesmo assim, a energia emanada é fora do normal. É isso que faz a diferença e assim é que é bom!
A gravação está realmente boa, ainda mais contando com um som tão extremo. Parabéns à banda pela produção. O encarte é simples, mas bem bolado. No entanto, o que dá muito dó é o fato de o CD não vir acompanhado de letras. Sério, que tal “simpáticos” títulos como “Limpei o Cu a um Saco de Cimento”, “Napalm na Obra” ou “Estrume à Bruta”? Já tentou imaginar o que esse pessoal tá berrando?
Já que foram citadas algumas músicas, a própria “Limpei o Cu a um Saco de Cimento”, além de “Furto na Obra”, são os grandes destaques do álbum, ambas pelas estruturas musicais interessantes – e não preciso nem falar da questão ‘porradaria’, né?
E para não passar em branco, “Obra ó Diabo!!!” apresenta dez canções da mesma sessão de estúdio, além de uma gravação feita em 2007 e outra ao vivo. Portanto, essas duas últimas destoam da sonoridade do resto do material (especialmente a ao vivo), mas não comprometem: são barulhentas, como devem ser.
A RDB é uma ótima surpresa vinda do velho continente, e mais ainda, vinda de um país que, à primeira vista, não parece tradição em se tratando de bandas extremas. Talvez por isso, o impacto, ao conhecer o play desses lusitanos, seja ainda maior. Altamente indicada para fãs de Napalm Death (antigo), Brutal Truth, dos brasileiros do S.O.H. e afins.
NOTA 9,0
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