domingo, 20 de novembro de 2011

Revel Decay - Eternal Decay

Revel Decay - Eternal Decay
Kill Again Records – 2007 – Brasil

Que que é isso aqui? Ah, sim, é mais uma banda brasileira contaminando nossas orelhas com o mais pútrido brutal death metal. Vindo lá do Ceará, o pessoal da Revel Decay chega para impor muito respeito (e temor) na música extrema nacional. Lamentável é o fato de o conjunto não ter seu trabalho divulgado como mereceria.
A primeira coisa que salta aos olhos é o vocal extraordinário de Leonardo, um dos mais perturbadores que já tive o prazer de escutar em meus quase vinte anos de ruídos. É um gutural tão cavernoso e ininteligível que mete medo. Chris Barnes que se cuide, porque esse cara aqui conseguiu soar mais agressivo do que o lendário ex-membro da Cannibal Corpse/atual Six Feet Under. Ouso ir além: a voz de Leonardo é uma mistura de Barnes com Matti Way (ex-Disgorge americano). INSANO!
O som dos caras não traz novidades, é verdade. É tudo quadradão, não muito trabalhado, mas faz parte da fidelidade do grupo ao estilo que tanto gostamos. E essa devoção é levada ao lado mais extremo, e do disco, só saem metralhadoras, devidamente preenchidas pelo poder aniquilador do citado vocal de Leonardo.
Escutem a demência de “Revel Decay” (sim, a música leva o nome da banda), ou “Salvador de Vermes” (novamente o urro do vocalista no final da canção arrepia), por exemplo, completamente desgraçadas. Não tive coragem de ouvi-las com volume alto, receoso de derreter as caixas do som.
Além dessa faixa, completam o disco outras seis, todas na base do massacre. Achou pouco? Pois eis que a Kill Again Records (www.killagainrec.com.br) acrescentou a “Eternal Decay” o EP de 2002 – “The Christ's Rotten Flesh to Hell” – com outras seis composições (duas foram regravadas). Ou seja, tem mais de uma hora de trituração sonora para se ouvir e tentar sobreviver.
No geral, a gravação está boa, bem suja e equilibrada, que lembra um pouco a produção de alguns antigos da Unleashed. Evidentemente que o EP apresenta diferença de qualidade, mas nada que afete o resultado final do disco. Aliás, por ser um trabalho de 2002, feito de forma independente e por uma banda underground, ficou realmente bom.
É isso: para quem gosta de um brutalíssimo death metal bem feito, tradicional, ter esse CD é uma questão de honra que, até o momento, é o último registro dos cearenses. Que o próximo álbum não tarde. Revel Decay: o combustível do caos.

NOTA 8,5

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